Meetings Industry entre os produtos de aposta para 2022

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14-01-2022

# tags: Eventos , Turismo de Negócios , Meetings Industry

Crescimento em valor, digitalização e sustentabilidade são os objetivos centrais definidos pelo Conselho Estratégico para a Promoção Turística Externa para este ano.

Regressar às iniciativas presenciais, reforçar a aposta no crescimento em valor, na digitalização e na sustentabilidade são os principais objetivos e metas para 2022 delineadas pelo Conselho Estratégico para a Promoção Externa (CEPT), que reuniu no passado dia 10 de janeiro.

Sob a presidência do ministro de Estado, da Economia e Transição Digital, Pedro Siza Vieira, o CEPT apontou as parcerias intra e inter-regiões, e entre os parceiros públicos e privados, como a forma mais eficaz para concretizar estes objetivos estratégicos, que estão alinhados com o Plano Reativar Turismo | Construir o Futuro.

E, para tal, os produtos turísticos de aposta da estratégia para este ano são o Enoturismo, a Gastronomia, a Arte, a Arquitectura, o Turismo Literário, mas também a Meetings Industry (MI). Estes integram-se no objetivo de incrementar “a oferta comercial de produtos diferenciados e com mais valor, que contribuam também para a coesão territorial e diminuição da sazonalidade”.

Reestruturação e promoção da MI

No que refere à Meetings Industry em particular, foi admitida uma reestruturação do produto, tendo em conta o impacto que a pandemia teve no mesmo. Esta reestruturação vai ter em consideração o novo contexto do negócio e alargar o âmbito de atuação.

Para melhor conhecer este produto turístico definiu-se ainda o desenvolvimento de um estudo de análise do impacto económico que a MI tem na economia nacional.

Também a formação na área está nos objetivos programados para este ano, com uma oferta formativa de gestão de eventos, com enfoque no digital, mas ainda formação na área da gestão sustentável de eventos.

Quanto à promoção da Meetings Industry em si, mantém-se em vigor a linha de apoio Portugal Events, disponibilizada em outubro do ano passado com uma dotação de 5 milhões de euros. Esta destina-se a apoiar eventos desportivos, artísticos, culturais, científicos, animação ou de negócios, tendo em conta o respetivo posicionamento, notoriedade e imagem internacional, mas também o contributo para “a qualificação da experiência turística e estruturação de produtos, e desenvolvimento da economia nacional ou regional”.

Os eventos a apoiar dividem-se em três tipologias: eventos de grande dimensão internacional; de dimensão relevante; e associativos ou corporativos. Os primeiros têm de ser eventos relevantes para a atração de turistas estrangeiros e que contribuam para a promoção internacional de Portugal enquanto destino turístico, inovador e precursor de tendências.

Já os eventos de dimensão relevante têm de contribuir para a projeção do destino regional onde têm lugar, para o aumento da notoriedade deste no mercado interno alargado e para a melhoria da experiência turística dos turistas, sejam eles nacionais ou internacionais. No caso destes se realizarem fora do país, têm de reforçar a imagem de Portugal como destino inovador, precursor de tendências e autêntico. Por fim, os eventos associativos ou corporativos elegíveis têm de se apresentar como não consolidados no calendário dos territórios onde se realizam. As candidaturas ao Portugal Events estão disponíveis até 31 de dezembro de 2023.

Ainda no âmbito da promoção, está prevista a criação e disponibilização de suportes de comunicação para os ‘stakeholders’ nacionais utilizarem nas suas ações comerciais de captação de negócio.

A promoção da MI nacional não se fica por aqui e está também previsto o desenvolvimento do ’Ambassadors Programme’. Um novo programa que tem como objetivo que “‘players’ nucleares de associações médicas, corporativas e empresariais possam funcionar como prescritores de Portugal para a realização de eventos”.

Por último, o site MeetingsinPortugal.com, lançado em 2017 e que agrega toda a informação relevante sobre eventos em território nacional, será adaptado e enquadrado no novo portal Visitportugal, o qual passará a apresentar ofertas e propostas de valor, além de ter um foco mais direcionado na experiência e um sub-portal específico para o trade.

No final da reunião, o ministro da Economia salientou que a pandemia interrompeu “um ciclo muito virtuoso de crescimento do setor, mas com o apoio do Estado e a resiliência das empresas e dos empresários, o setor tem condições para recuperar e voltar gradualmente ao ritmo do crescimento que queremos seja mais sustentável e gerador de riqueza para Portugal, contribuindo para o desenvolvimento de toda a nossa sociedade e para a preservação do nosso património ambiental e cultural”. Siza Vieira notou também que o setor está “muito consciente dos desafios que tem pela frente, e simultaneamente muito focado, alinhado e empenhado em dar resposta aos mesmos”.

Também a secretária de Estado do Turismo recordou que “o turismo está perante o grande desafio de se saber reinventar, incorporando no seu modelo de desenvolvimento futuro a dupla transformação verde e digital”. Rita Marques revelou-se confiante de que o país sairá “seguramente mais competitivo desse processo”, considerando importante o facto de se ter uma estratégia “muito consensual e de longo prazo, complementada pelo Plano Reativar o Turismo | Construir o Futuro, assim como um modelo de governação com provas dadas que abrange todos os stakeholders do setor, desde os institucionais a nível regional e a nível nacional, a todo o setor privado, que considero crítico para o sucesso alcançado pelo turismo em Portugal”.

Recorde-se que o Plano “Reativar Turismo|Construir Futuro”, lançado em maio de 2021, projetou um investimento de seis mil milhões de euros num conjunto de iniciativas dirigidas às empresas, aos turistas e aos residentes, com o objetivo de posicionar o setor num “patamar superior de criação de valor, aumentar a reputação da Marca Portugal e a competitividade do destino”. Este tem quatro pilares de atuação – Apoiar Empresas, Fomentar Segurança, Gerar Negócio e Construir Futuro – e é composto por ações específicas, de curto, médio e longo prazo, que têm como meta ultrapassar os 27 mil milhões de euros de receitas turísticas em 2027, “de forma sustentável, gerando riqueza e bem-estar em todo o território, ao longo de todo o ano e apostando na diversificação de mercados e segmentos, uma das metas preconizadas na Estratégia Turismo 2027”.


Raquel Relvas Neto