Clubhouse e Twitch: A nova geração de redes sociais?

04-05-2021

Há uma nova vaga de redes sociais, menos generalistas, mas igualmente interessantes para o setor dos eventos. Vamos conhecer o Clubhouse e o Twitch.

O que é o Clubhouse?

Poderia ser descrita como a antítese do Instagram, do Facebook e até dos webinars e Zoom. Aqui não há imagem, nem gostos ou partilhas. Apenas conversas sobre praticamente tudo e com todos. Literalmente. Porque tanto é possível encontrar Elon Musk ou Chris Rock como um mero desconhecido a falar sobre marketing, tecnologia...ou sobre nada em concreto.

 

A aplicação Clubhouse define‑se como um espaço para conversas casuais “com amigos e outras pessoas interessantes em todo o mundo”. Falar, ou simplesmente ouvir, entrando em salas virtuais e escutando o que alguém está a dizer.

Cada utilizador pode ter seguidores e seguir outros, aderir a salas de conversação e receber notificações sobre conversas que possam ser do seu interesse.

O Clubhouse tem crescido, quer em notoriedade, quer em número de participantes, mas não é ainda uma rede de massas. O que pode ser explicado por duas razões: só está disponível para iOS ‑ a versão para Android está a ser preparada ‑ e só é possível entrar por convite. Esta exclusividade torna‑a ainda mais desejada.

Como se aplica aos eventos?

Numa época de Zoom fatigue e em que os webinars se banalizaram, o Clubhouse pode ser uma boa alternativa. Se no final do ano passado (como demos conta na Event Point 37) era uma das tendências a seguir em 2021, hoje é cada vez mais um caminho a ter em conta quando se pensa num evento.

É possível agendar eventos e cada sala pode ter até 5.000 pessoas. Soa‑lhe familiar? Não é uma conferência, pode nunca ser uma alternativa a um seminário, mas, se tivermos em conta que os conteúdos são cada vez mais relevantes para os eventos ‑ híbridos, digitais e presenciais ‑ será certamente uma forma de complementar o evento. Antes, durante ou depois. Para promover, provocar, enriquecer o conteúdo e, terminado o evento, analisar o que foi dito. Tudo isto feito ao vivo e de forma irrepetível, dando aos participantes aquela “experiência única” que muitos dizem faltar nos formatos não presenciais.

A reação da concorrência

O sucesso do Clubhouse não passou despercebido à concorrência. Twitter, Telegram e Spotify reagiram, criando novas funcionalidades que pudessem, de alguma forma, assemelhar‑se à nova rede social, evitando assim uma fuga de utilizadores para a rede social mais “in” do momento. Mark Zuckerberg terá andado a “espreitar” o concorrente e, claro, a preparar uma alternativa. O Facebook está já a testar o Hotline, que permite sessões de perguntas e respostas, utilizando apenas áudio ou ligando a câmara.

Esta aplicação tem uma funcionalidade interessante para o setor dos eventos: as conversas podem ser gravadas e enviadas aos anfitriões em formatos mp3 e mp4. Não existe ainda data para ser disponibilizada em Portugal.

Twitch: O que é?

O Twitch, embora já mais banalizado, é ainda uma rede social pouco explorada. Mistura as várias tendências e é, por isso, apelativa a vários públicos.

Mais do que criar influencers e youtubers, esta rede permite que qualquer pessoa possa partilhar com o mundo o que está a fazer. E pode ser algo tão simples como jogar um videojogo, cozinhar, viajar, conversar, sobre um tema que lhe interesse ou, até, algo tão bizarro como dormir. E, enquanto o faz, podem interagir com os seus seguidores através de um chat.

No Twitch, os autores dos conteúdos são chamados “criadores”. Podem desenvolver as suas comunidades e, à medida que estas crescem, passam a ter acesso a novas funcionalidades e recompensas. E, claro, à possibilidade de monetizar a sua participação na rede. Streamer, Afiliado e Parceiro são as três etapas para os criadores, sendo a progressão feita de acordo com o número de seguidores e horas de transmissão.

Videojogos e música são canais populares, sendo que os e‑sports (incluindo a RTP Arena) vão dominando entre os mais vistos.

Como se aplica aos eventos?

O Twitch pode ser uma boa ferramenta de divulgação de atividades, ideias ou pessoas, desde que o conteúdo seja relevante e capaz de criar uma comunidade de seguidores.

Tal como o Clubhouse, é possível criar e usar os conteúdos do Twitch durante as diversas fases de um evento, incluindo para a transmissão de alguns momentos ou para a criação de conteúdos específicos para a comunidade de seguidores. Salas paralelas, pequenos tutoriais ou esclarecimento de dúvidas são algumas das opções trazidas por esta rede.

No caso dos venues ou destinos, e dadas as limitações existentes em termos de viagens, pode ser uma boa opção para mostrar experiências, paisagens e locais.

Olga Teixeira