Estudo da Epson prevê forte recuperação do setor dos eventos

12-05-2021

No pós-pandemia, é esperada uma maior procura de eventos, uma espécie de "loucos anos 20".

Assim que as restrições forem levantadas, a procura por eventos vai ser maior do que era antes da pandemia, prevendo-se uma forte recuperação do setor dos eventos. Estas são conclusões de um estudo da Epson, realizado a nível europeu e elaborado com a participação de Steven Taylor, psicólogo que estudou o impacto das pandemias no comportamento social humano. Vem aí uma vaga de entusiasmo no pós-pandemia, “uma espécie de ‘loucos anos 20’”, disse, aumentando a procura por eventos organizados, como festivais, entretenimento ao vivo, atrações turísticas, entre outros.

A Epson, fabricante de projetores, encomendou o estudo à Arlington Research para avaliar como a indústria dos eventos na Europa vai responder à procura por parte dos consumidores no pós-pandemia. Foi realizado um inquérito online a 2.500 pessoas, com mais de 18 anos e participantes em eventos, oriundas de cinco países europeus: Alemanha, Espanha, França, Itália e Reino Unido.

O estudo indica que a procura por eventos vai ser superior ao que era antes: 83% dos inquiridos está a planear ir a mais ou ao mesmo número de eventos, após o levantamento das restrições. Além disso, 89% disseram sentir falta de participar em eventos organizados e 92% mostraram-se ansiosos por participar em novos eventos, assim que possível.

“O inquérito indica que a esmagadora maioria das pessoas está ansiosa por retomar as suas vidas sociais pré-pandémicas, o que inclui a participação em eventos experimentais ao vivo”, refere Steven Taylor, num comunicado da Epson, acrescentando que a maioria das pessoas vai recuperar os seus níveis de socialização. “As pessoas vão querer sair e socializar e essa mudança acontecerá rapidamente. Na verdade, espero que haja um curto período de hiper-sociabilidade, uma espécie de ‘loucos anos 20’, enquanto as pessoas recuperam. Os eventos ao vivo terão um papel importante nessa retoma.”

De acordo com Steven Taylor, as pessoas podem subestimar a sua vontade de participar em eventos, fazendo previsões sobre o futuro com base no estado de espírito e sentimentos que têm no momento. “Atualmente as pessoas encontram-se num estado de cansaço pandémico, sentem-se stressadas e algumas sofrem de baixos níveis de depressão, o que introduz um nível de efeito de negatividade quando pensam nos seus planos futuros. Consequentemente, é provável que as pessoas estejam a sobrestimar a sua ansiedade em relação à participação em eventos. Embora algumas pessoas estejam ansiosas na primeira ou segunda vez que vão a um evento, é provável que as suas ansiedades se dissipem rapidamente. A maioria das pessoas irá recuperar. Isto é o que aconteceu no passado e irá acontecer de novo”, explica.

 

“Há luz ao fundo do túnel”

Avança a Epson que o estudo revela que mais de metade dos inquiridos (54%) passou o confinamento a relembrar e a partilhar memórias de eventos passados e que 51% admitiram ver concertos e eventos online ou na televisão como substituto dos eventos. Adianta ainda que 78% dizem sentir-se felizes a ver e a planear eventos com amigos e família e que 63% sentem-se tristes e frustrados por não poderem participar em eventos durante os confinamentos.

Neil Colquhoun, vice-presidente de Sistemas de Projeção Profissionais na Epson Europa, considera que a indústria dos eventos “precisa de estar preparada para um aumento sem precedentes da procura” no pós-pandemia e que “é provável que a recuperação seja ainda mais forte do que as pessoas imaginam”.

“O estudo diz-nos que, entre os consumidores que participaram num ou mais eventos durante os últimos dois anos, quase todos sentem falta da participação em eventos, estão ansiosos por ir a novos eventos e estão a planear ir ao mesmo número ou mais de eventos assim que o confinamento terminar”, lembra Neil Colquhoun, acrescentando: “A indústria dos eventos sofreu durante o confinamento, mas este estudo mostra que há luz ao fundo do túnel. Podemos esperar um espírito festivo após a pandemia e os organizadores de eventos e atrações estarão agora a preparar-se para aproveitar ao máximo o aumento da procura.”

O estudo revela ainda que as pessoas passaram a apreciar mais as pequenas coisas e a valorizar aquilo que lhes tem sido negado: 61% afirmaram que valorizam mais as pessoas que amam e/ou vão valorizar mais, depois da pandemia, as ligações familiares e de amizade, através de experiências partilhadas; e 56% referiram que vão ‘aproveitar todas as oportunidades para viver a vida ao máximo’.