“O prolongamento das feiras será uma realidade”
28-04-2021
Participantes: Moderador ‑ José Carlos Coutinho (Altice Forum Braga); Cristina Martins (Kislog); e Filipe Gomes (OnEvents).
Este painel debateu a articulação das componentes física e digital nas feiras e o impacto que as mudanças geradas pela pandemia poderão ter neste segmento.
“Acreditamos que o digital vai ficar”, disse Cristina Martins, explicando que iremos ainda assistir a um processo evolutivo de todos os intervenientes da feira. “Mas o lado físico vai ter de acontecer”, garantiu, referindo que “se o físico for um conteúdo acessível por via digital não será tão interessante”. José Carlos Coutinho concordou que as feiras presenciais terão um papel importante, mas vão ter de se ajustar às novas tendências.
Filipe Gomes, por sua vez, disse que “a digitalização das feiras não é algo que seja novo” e que “há dez anos havia muito a necessidade de desenvolver serviços nesse sentido, mas funcionava como complemento. O que mudou agora é que as feiras não se podem realizar”. O responsável disse que o mercado tem muitas soluções nacionais e internacionais para o setor, aconselhando a que se opte por “escolher uma boa plataforma”, tendo em conta quais os objetivos de expositores e visitantes.
Para Filipe Gomes é possível que os ‘venues’ tenham que investir mais em tecnologia e menos no espaço, prevendo “desinvestimento no ‘catering’ e brindes” e um aumento de soluções com realidade virtual e ‘gamification’. Interessa ainda “saber o retorno do promotor e de quem investe”, disse. José Carlos Coutinho, enquanto representante de um venue, afirmou que as dificuldades centram‑se em dois aspetos: a gestão de calendário e no cuidado na vertente das infraestruturas para responder aos eventos híbridos.
Cristina Martins deu ainda conta do trabalho que está a ser realizado pela sua empresa, numa plataforma que permite uma gestão global e digital de produtos, para, “por exemplo quem quiser usar noutra altura e não quando o evento estiver a decorrer”.
“O prolongamento das feiras será uma realidade”, garantiu a diretora geral da Kislog. A responsável acredita “que esta oferta do físico com o digital prolongado no tempo” irá marcar o futuro do setor, com o acesso a conteúdos digitais vídeo e áudio e a possibilidade de fazer os contactos em qualquer momento. “O digital dá‑nos indicadores muito reais do que aconteceu. Se as pessoas foram àquele conteúdo, o que viram, o que fizeram, isso pode ser muito importante para as empresas”, indicou.
“No digital, o grande esforço é conseguir colocar o evento de pé. Depois o custo é muito residual”, ao contrário do que acontece com os eventos físicos, referiu Cristina Martins.
Por sua vez, Filipe Gomes anteviu que “em dois ou três anos” deverá existir “um regresso inevitável ao modelo do que conhecemos”. Ainda assim, acredita, “haverá sempre um maior acompanhamento da componente digital”. Para o responsável, “vamos caminhar para soluções hibridas”.