< PreviousO PROTOCOLO PORTUGUÊS SOUBE SER CRIATIVO, EVITANDO CONFLITOS WWW.EVENTPOINT.PT 70 ESPAÇO APOREP DE ISTAMBUL AO PORTO: O PROTOCOLO E AS INSTITUIÇÕES EUROPEIAS A 6 de abril de 2021, a imprensa mundial descobriu e analisou até à exaustão três conceitos: protocolo, precedências e assentamento protocolar. Foi criada uma palavra nova: “SofaGate”. Na Turquia, o presidente turco, Recep Erdogan, recebeu em audiência a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel. Quando entraram na sala da reunião, havia duas cadeiras centrais e dois sofás laterais. Charles Michel foi convidado para se sentar ao lado do Presidente da Turquia, e Ursula Von der Leyen no sofá. O problema estava criado e a discussão iniciada. Um mês depois, os olhares da imprensa internacional viraram‑se para a Cimeira Social da União Europeia e para o Encontro informal de Chefes de Estado e de Ministros, que decorreu no Porto, a 7 e 8 de maio. Como seria o protocolo, como seriam geridas as precedências e feito o assentamento protocolar, pela Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, nos diferentes momentos do programa de dois dias? Em primeiro lugar, importa referir que a nível das instituições europeias existe um protocolo definido a nível interno, e um outro a nível externo, nas representações internacionais da U.E. Assim, o presidente do Parlamento Europeu tem prevalência sobre o presidente do Conselho Europeu, e este sobre o da Comissão Europeia, segundo o Tratado de Lisboa.Durante a Cimeira Social e o Encontro Informal de Chefes de Estado e de Governo, a questão das precedências foi tratada de forma correta, dando uma importância de forma equilibrada aos representantes das três instituições, sabendo claramente que a posição da presidente da Comissão Europeia estava a ser observada atentamente pela imprensa mundial. Em certos momentos, como na cerimónia de abertura da Cimeira Social, foi a presidente da Comissão Europeia que ficou sentada à direita do primeiro‑ministro de Portugal, como se houvesse uma dupla presidência para a abertura dessa conferência, ficando o presidente do Conselho Europeu à direita de Ursula Von der Leyen e o presidente do Parlamento Europeu à esquerda de António Costa. O que podia parecer uma total inversão do que se referiu acima sobre as precedências internas dos órgãos da União Europeia. Já no Encontro Informal de Líderes, a situação voltou a inverter‑se, aplicando‑se as precedências internas, criando assim um equilíbrio entre as figuras representativas das diferentes instituições, e revelando um excelente cuidado na forma de tratamento deste assunto por parte de Portugal. Por isso, é fundamental que os responsáveis de protocolo das diferentes instituições europeias colaborem na preparação de visitas internacionais conjuntas e que, em função disso, fortaleçam a imagem da União Europeia e não contribuam para que eventuais falhas de comunicação, que permitam que outros possam usar essas falhas como ferramenta “apetecível” para diminuir as próprias instituições europeias. Concluindo, podemos dizer que há uma espécie de lista de prós e contras interessantes e que devemos ter em conta nesta história. WWW.EVENTPOINT.PT 72 ESPAÇO APOREP Por um lado, os “contras“: Não há dúvidas de que o que se passou na Turquia é uma história cheia de erros e confusões, da qual nenhum dos intervenientes saiu ileso. O presidente do Conselho Europeu, porque poderia ter sugerido outra solução protocolar, mostrando a força conjunta das instituições da União Europeia. A presidente da Comissão Europeia, que não terá enviado a sua equipa de apoio protocolar às reuniões de preparação da visita. Quanto aos serviços protocolares turcos que, em situações anteriores, tinham criado outras soluções de equilíbrio protocolar entre as duas instituições europeias, desta vez não o fizeram. Quanto aos “prós”: esta situação serviu para colocar na agenda mediática mundial a importância do protocolo nas relações internacionais e a influência do correto assentamento e aplicação das precedências protocolares para o êxito das reuniões internacionais. O protocolo português soube ser criativo, evitando conflitos e transmitindo para o exterior uma imagem de harmonia e legitimidade. Uma consequência positiva do Sofagate é que os responsáveis das instituições europeias concordaram em elaborar e uniformizar guias de conduta a nível protocolar durante as representações externas da União Europeia. Um procedimento que existia antes da entrada em funções deste novo trio comunitário, graças à excelente colaboração entre os responsáveis de protocolo das três instituições. O protocolo tem esta capacidade de evoluir, de melhorar e de continuar a ser sempre um instrumento de defesa da imagem e do prestígio das próprias instituições. Miguel Macedo Associado da APOREPDESCENTRALIZAÇÃO DOS EVENTOS DAS GRANDES CIDADES WWW.EVENTPOINT.PT 74 OPINIÃO O FUTURO DO SETOR DOS EVENTOS SERÁ CERTAMENTE HÍBRIDO Foram vários os setores que tiveram de se adaptar à nova realidade trazida pela situação pandémica. O setor dos eventos não foi exceção. Acreditamos que este tenha sido até um dos setores mais afetados pelo surto sanitário e que teve, inevitavelmente, de criar novas soluções para se manter em atividade. A ERA dinamiza diversos eventos ao longo do ano, seja para entrega de prémios, formações, comunicações internas relevantes ou para prestar um agradecimento ao esforço diário dos nossos colaboradores. Estes eventos são essenciais para conservarmos o espírito de união e o sentimento de pertença entre os mais de 2.500 colaboradores, que são fundamentais para nos mantermos como uma das imobiliárias com mais expressão em território nacional. A pandemia trouxe uma maior integração da tecnologia e da digitalização nos eventos que fomos desenvolvendo ao longo do último ano. A XVI Convenção Nacional da ERA Portugal, que decorreu em outubro do ano passado, aconteceu, pela primeira vez na nossa história, em modelo completamente virtual através do nosso canal de Youtube. Apesar de não ser a forma ideal de como gostaríamos de comemorar este evento tão importante para nós, foi um sucesso e conseguimos manter a celebração da cultura ERA à distância de um ecrã. Devido à pandemia, este ano ponderamos avançar com um modelo híbrido, mas, no futuro, pretendemos voltar ao formato presencial, de forma a cultivarmos novamente um espaço de convívio, divertimento e partilha, juntando as mais de 200 agências espalhadas por todo o território nacional num único local. Já os nossos eventos semestrais de entrega de prémios decorreram também em modo digital. Além de um momento de team building e celebração da nossa cultura, é também um momento para premiar os resultados de 2020, um ano particularmente desafiante, mas no qual a ERA esteve à altura do desafio. Adaptámo‑nos e celebrámos num evento faseado ao longo de cinco dias, partilhado em streaming com a nossa rede. Além disso, fomos desenvolvendo, ao longo do último ano, uma série de webinars formativos e dedicados à nossa comunicação interna, de modo a nos mantermos em contacto constante com os colaboradores nesta fase atípica. A digitalização foi, sem dúvida, a solução mais recorrente e necessária para comunicarmos internamente e continuarmos os nossos processos de formação. Os webinars tiveram e têm uma ótima aceitação por partes dos colaboradores, que se mantém interessados em continuar a aprender, melhorar e comunicar mais. WWW.EVENTPOINT.PT 76 OPINIÃO As visitas aos imóveis e as casas abertas são igualmente um evento por excelência do setor imobiliário que também se adaptaram ao contexto pandémico e que se transmutaram para o mundo virtual. Apostámos no digital e realizámos diversas casas abertas virtuais por todo o país, o que nos permitiu manter a atividade. Atualmente, já nos encontramos a realizar este género de eventos em formato presencial e com todas as regras de segurança necessárias. O futuro do setor dos eventos será certamente híbrido, irá permitir a descentralização dos eventos das grandes cidades, ao mesmo tempo que vão estar acessíveis a mais pessoas. Modelos com conferências presenciais partilhadas via streaming, stands virtuais ou aplicações que promovam o networking através da partilha facilitada de contactos e projetos são algumas das alterações a acontecer no setor dos eventos e que vieram para ficar. Na ERA, ponderamos avançar com uma conjugação de eventos físicos e digitais, que nos permitam aproximar a rede, comunicar mais e continuadamente, assim como estar mais vezes juntos, partilhando informação e delineando as melhores práticas. A pandemia trouxe a necessidade de criarmos momentos de partilha em formato digital para conseguimos continuar a impulsionar o espírito de família tão característico do ADN da ERA – mas também veio reforçar a importância de estarmos todos juntos e de celebrarmos em conjunto, assim que o contexto o permitir. Rui Torgal Diretor da ERA PortugalFALTA AGORA HAVER UMA DECISÃO POLÍTICA WWW.EVENTPOINT.PT 78 RADAR “CHEGOU A ALTURA DE AGIR” Este apelo à ação é uma das declarações mais fortes ouvidas durante o IX Congresso da APECATE – Associação Portuguesa das Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos. É uma afirmação de Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, em declarações à Event Point, à margem daquele que foi, ele próprio, um evento‑teste, realizado em Peniche, no hotel NH Atlântico, nos dias 21 e 22 de junho. E Luís Araújo acrescenta: “Precisamos de estar juntos para empurrar o setor [do turismo e dos eventos]. Precisamos desta cooperação ainda maior para poder sair o mais depressa possível na linha da frente. É do que eu sinto mais falta, neste momento”. E como é que isso pode ser feito? “Isto tem que ser de cada um, de cada empresa, de cada instituição, de cada marca, de querermos voltar a fazer, e fazermos tudo para que isso aconteça. Muitas vezes nós não fazemos, ou porque não sabemos como é que a situação vai estar daqui a um ou dois meses, ou porque não temos a segurança de que nos vão deixar fazer, e eu acho que temos que insistir. E temos que criar as condições para fazer as coisas”, remata Luís Araújo. NOVAS REGRAS PARA OS EVENTOS EXISTEM, MAS AGUARDAM PUBLICAÇÃO Era uma das sessões mais aguardadas do congresso, aquela em que participou António Marques, coordenador da task force da Direção Geral de Saúde (DGS) para os grandes eventos.Next >