5,00 € JAN, FEV E MAR DE 2022 TRIMESTRAL NÚMERO 41 ANO XII COOL SPONSORS EXPECTATIVAS EM ALTA PARA 2022 GRANDE ENTREVISTA: ANGELINA CASTEL-BRANCO RECURSOS HUMANOS PRECISAM-SE!06 “Continuamos a ter uma ‘fraca’ cultura de segurança no nosso país”, por José Faísca 13 Dossiê Catering 20 Empresas 24 DOSSIÊ TEMÁTICO: EXPECTATIVAS EM ALTA 34 GRANDE ENTREVISTA: ANGELINA CASTEL-BRANCO 48 Espaço APECATE 54 2022 – Odisseia no espaço de trabalho, por Rita Pelica 58 Vida de eventos: Ivo Oliveira, Mariana Morais e João Vasco 70 Espaço APorEP 74 5G nos eventos, por Vítor Hugo 78 Optar pelo híbrido ou não, por Sven Bossu 82 EM DESTAQUE: RECURSOS HUMANOS PRECISAM-SE 86 Radar: Hotelaria assinala regresso aos eventos presenciais 94 Consultório de protocolo 96 Diretório PROPRIETÁRIO Estação Livre, Comunicação NIF: 508135648 Rua da Ribeira s/n, Valcovo 6420‑510 Moreira de Rei | Portugal Tel: 221 113 202 | info@eventpointinternational.com www.eventpoint.pt SEDE DO EDITOR Rua da Ribeira s/n, Valcovo 6420‑510 Trancoso | Portugal GERÊNCIA Rui Ochôa CAPITAL DA EMPRESA Cláudia Sousa (100%) SEDE DA REDAÇÃO Av. 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As informações contidas nos anúncios são da exclusiva responsabilidade dos anunciantes. Consequentemente, não podemos ser responsabilizados por qualquer informação incorrecta que se possa verificar. FICHA TÉCNICA ÍNDICE WWW.EVENTPOINT.PT 4 Cláudia Coutinho de Sousa Rui Ochôa ANO NOVO, VIDA NOVA É algo que todos desejamos depois de dois anos tão complicados para a indústria dos eventos. E se o primeiro trimestre ainda parece sombrio, os sinais apontam para que, a partir março, o cenário mude em termos de negócio e que a demanda reprimida de que tanto se falou finalmente se materialize em eventos. Mas há problemas e desafios que vão surgir decorrentes do aumento do número de eventos: falta de espaços e de datas, de recursos humanos especializados, falta de mão-de-obra, pressão nos preços... A retoma e os consequentes desafios serão abordados nesta Event Point 41, em artigos de opinião, reportagens, debates e em outras rubricas habituais. A grande entrevista desta edição é a Angelina Castel‑Branco, partner da iMotion, uma empresa a dar cartas já há 16 anos e que conseguiu navegar estes tempos com o barco sempre à tona. Apaixonada pelo mundo dos eventos, e positiva por natureza, acredita que 2022 vai ser “o ano”, revelando que a empresa já se está a preparar para isso. Este janeiro marca também o lançamento do novo site da Event Point, que convidamos todos a consultar, em eventpointinternational.com ou em eventpoint.pt. Boas leituras. EDITORIAL SERÁ IMPERATIVO CONTINUARMOS A INVESTIR NA EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO E CERTIFICAÇÃO WWW.EVENTPOINT.PT 6 OPINIÃO “CONTINUAMOS A TER UMA ‘FRACA’ CULTURA DE SEGURANÇA NO NOSSO PAÍS” Num contexto de crise generalizada de segurança a nível global, provocada por uma pandemia à escala planetária, com impacto avassalador na nossa atividade, interessa perceber o porquê da sociedade em geral e da nossa indústria em particular não ter estado preparada para as suas nefastas consequências e, sobretudo, aprender com tudo o que temos passado nestes últimos anos de enorme instabilidade. Assim sendo, interessa antes perceber se o estigma que durante muito tempo subsistiu no setor dos eventos, de se ver a área da segurança como um “mero custo”, já foi definitivamente ultrapassado. A meu ver não. Apesar de ter havido uma clara evolução positiva, continuamos a ter uma “fraca” cultura de segurança no nosso país, consubstanciada no parco investimento das empresas em recursos técnicos e humanos qualificados para as reais necessidades desta área e que, muitas vezes, acabam por se refletir negativamente no resultado final das operativas dos eventos realizados por esse Portugal fora. Ao nível do setor privado, se, por um lado, é hoje consensualmente aceite que o tema da segurança deverá ser assumido como um verdadeiro ativo pelos vários stakeholders do mercado, por outro, temos que passar das palavras aos atos e exigir mais e melhor de todos nós, enquanto cidadãos e profissionais desta área, assim como dos nossos interlocutores públicos com responsabilidades na regulamentação e fiscalização da nossa atividade. Desde o 11 de setembro de 2001 que o mundo mudou e, como nos diz Ulrich Beck no seu livro Sociedade de Risco Mundial, “raramente uma imagem resumiu tão nitidamente o momento de mudança do mundo, de nascimento chocante de um perigo global”. O terrorismo de matriz islâmica assumiu‑se assim como uma realidade mundial que infelizmente veio para ficar, adotando técnicas e estratégias de combate nada convencionais, que passam por instalar o medo entre as populações com o intuito de castrar o mais elementar desejo de se viver uma vida livre e sem constrangimentos de natureza de múltipla ordem. Anos mais tarde, no ano de 2015, os atentados vieram a verificar‑se em salas de espetáculos, nomeadamente no teatro francês Bataclan, assim como em vários bares e restaurantes da capital francesa, com um trágico resultado de 130 mortos e 350 feridos. Poucos anos mais tarde, em 2017, deu‑se novo atentado na cidade de Manchester, no concerto de Ariana Grande (22 mortos e 100 feridos), levando os governos nacionais dos países afetados, assim como a nossa indústria, a tomar medidas enérgicas e mais musculadas, tanto de natureza preventiva como corretiva, que minimizassem ao máximo o risco de reincidência de tais atos. Sendo de louvar a capacidade de resposta, tanto dos Estados como da nossa indústria, para fazer face a tamanho desafio e provação, eis que surge uma nova ameaça com a presente pandemia, para uma vez mais testar a nossa capacidade de organização, profissionalismo e resiliência. Agora um perigo igualmente real, “imprevisível”, mas ainda mais global e massificado, afetando todos, ao mesmo tempo e em todo o lado, numa paralisação do mundo em direto e ao vivo com uma cobertura mediática nunca antes vista. Nesse contexto, e tendo em consideração os desafios imediatos com que a indústria dos eventos se debate em Portugal, é por demais evidente a WWW.EVENTPOINT.PT 8 OPINIÃO necessidade de conservarmos o nosso frágil ecossistema composto por muitas pequenas empresas, algumas médias e poucas grandes, sendo a máxima a adotar ‑ ninguém ficar para trás! Dito isto, e apesar das nossas debilidades, Portugal tem conseguido por mérito próprio ganhar uma posição de relevo ao nível do ranking de segurança que ocupa a nível internacional, sendo considerado de acordo com o relatório Global Index 2021 do Institute for Economics & Peace o 4º destino mais seguro do mundo e 2º mais seguro da Europa, o que constitui indubitavelmente uma das nossas maiores vantagens competitivas enquanto destino turístico “premium”. A realização de eventos internacionais de múltipla natureza (musicais, desportivos e corporativos), como foram a título de exemplo a Expo 98, o Euro 2004, a Eurovision Song Contest, ou a Web Summit, a que se somam os milhares de concertos e festivais realizados de norte a sul do nosso país, constituem prova irrefutável de estarmos definitivamente na rota das grandes tours e eventos internacionais de prestígio realizados por essa Europa fora. Sendo essa uma realidade animadora, que muito trabalho deu a construir e que a todos deve orgulhar e motivar, será fundamental termos consciência de que, com a atual crise pandémica, operadores, agentes e promotores internacionais serão cada vez mais exigentes na obtenção de garantias efetivas de condições sanitárias adequadas para a realização dos seus eventos nos respetivos recintos, zelando assim pela segurança dos artistas, staff e público em geral. A necessidade do estabelecimento de regras e procedimentos homogéneos, não só a nível nacional, como internacional, será assim um dos principais desafios que se colocam a curto prazo à nossa indústria, aos governos nacionais de cada país e à União Europeia como um todo, para que possamos voltar à normalidade que ambicionamos. A esse nível teremos que estar preparados para, não obstante ser expectável um aumento da regulamentação e fiscalização por parte das entidades competentes, não deixarmos que se alastre a “economia do medo” que, como Ulrich Beck refere e bem, “enriquecerá à custa do colapso nervoso generalizado das populações”. Next >