< Previous“EXPLORAR NOVOS DESTINOS, CONHECER NOVAS CULTURAS” WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 100 PASSAPORTE PORTUGUÊS TROCAR O PORTO POR PARIS PELA VONTADE DE “ARRISCAR” E “INTERNACIONALIZAR” HORIZONTES Ana Santos trabalha como Gestora de Produto na equipa do Turismo de Portugal na capital francesa. Foi num estágio curricular, no Porto, que tudo começou. No âmbito do curso de Gestão de Turismo no ISCET, Ana Santos estagiou na Associação de Empresários para o Desenvolvimento do Turismo Cultural no Porto e na Região – ATC Porto Tours e “rapidamente” criou “os primeiros contactos junto das principais empresas e entidades públicas ligadas ao setor turístico da cidade do Porto e região Norte de Portugal”. Na sequência de uma fusão organizacional, Ana Santos passou a integrar o departamento de Atendimento & Comercialização da Associação de Turismo do Porto – ATP e, cinco anos depois, surgiu a oportunidade de ir para o departamento de Promoção Internacional. “Posso afirmar que foi de facto uma mudança muito positiva e que marcou uma nova etapa no meu percurso profissional, na medida em que me permitiu ‘internacionalizar’ e desenvolver assim novos contactos junto dos principais players internacionais do setor”, explica. Enquanto membro da equipa do Porto Convention & Visitors Bureau, Ana Santos abraçou o desafio de “promover internacionalmente o destino Porto e Norte de Portugal, no segmento Meetings Industry”, missão que considera ter sido fundamental para o desenvolvimento de novas competências “profissionais e interpessoais”. Uma década depois, Ana Santos quis “continuar a desafiar‑se profissionalmente” e um novo cargo no Turismo de Portugal revelou ser “precisamente aquilo que procurava ‑ novas metas, novos compromissos, novos desafios”. Atualmente a ocupar o cargo de Gestora de Produto na equipa do Turismo de Portugal em Paris, o trabalho de Ana Santos passa pela promoção internacional de Portugal na capital francesa, “pela gestão de parcerias de marketing com os principais operadores turísticos e agências do mercado, bem como pelo desenvolvimento e acompanhamento de ações com o trade e, obviamente, com a meetings industry também”. O reencontro com a família e o desafio dos transportes públicos O “bichinho” de “explorar novos destinos, conhecer novas culturas, novas ideias, novas formas de trabalho, fomentar novos contactos e novas parcerias” criado nos tempos do Porto Convention and Visitors Bureau falou mais alto na hora de trocar o Porto por Paris. WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 102 PASSAPORTE PORTUGUÊS “Percebi que precisava de alargar o meu espetro ao mercado internacional e, principalmente, de arriscar. Integrar a Equipa do Turismo de Portugal em França é para mim, sem dúvida, uma win‑win situation. Continuo a promover internacionalmente o nosso país, o qual me enche de orgulho, agora focada no mercado francês, e estou também mais próxima dos meus familiares, diminuindo consideravelmente a distância que até então existia entre nós, quando residia na cidade do Porto”, conta Ana Santos. O facto de ter família em França fez com que a mudança para um novo país, para uma nova cidade, fosse “bastante natural”. Profissionalmente, diz ter sido “calorosamente acolhida” por toda a equipa do Turismo de Portugal e pela Equipa de Turismo de Paris, que “sempre lhe transmitiram um apoio incondicional, durante todo o processo de integração e de adaptação”. Os transportes públicos na capital francesa foram, confessa, a maior dificuldade encontrada nos primeiros dias em Paris. “Mas depois acabamos rapidamente por compreender o sistema, que até é de facto bastante intuitivo. Embora a rede de transportes públicos seja complexa, cobre praticamente todo o território parisiense e zona periférica, tornando a capital francesa incrivelmente bem conectada”, explica. Quanto à nova realidade de trabalho encontrada em França, Ana Santos identifica como desafiante encontrar “novas formas de comunicar junto deste mercado, priorizando a originalidade e a criatividade” e continuar também a reforçar a presença de Portugal “nos principais eventos trade e meetings industry do mercado”, por considerar que é “onde se geram as principais oportunidades de negócio para o destino, mais concretamente, para as empresas portuguesas”.Portugal é “um destino altamente atrativo para o mercado francês” Ana Santos é fascinada pela “realidade entusiasmante” da meetings industry e o que mais a atrai no setor é o facto de “cada evento ter o seu próprio ADN”, levando a que “cada organizador procure as melhores soluções para garantir o sucesso do evento, para precisamente preservar o seu ADN”. “Encontrar o equilíbrio entre as pretensões e os objetivos dos organizadores e a promoção dos destinos é o que define o sucesso do nosso trabalho”, acrescenta. O networking é outro dos pontos atrativos. “Para mim, é igualmente satisfatório estreitar relações junto dos principais stakeholders do setor, estabelecendo sólidas relações de confiança e garantindo uma maior coesão e cooperação entre todos, vital para o sucesso do setor da meetings industry”, conclui. Na qualidade de Gestora de Produto, Ana Santos tem “possibilidade de promover internacionalmente o destino Portugal, as suas diferentes regiões” e a “oportunidade de trabalhar mais proximamente com o trade e a meetings industry, focada no mercado francês, e de compreender a realidade e as suas diferentes necessidades”. “Este mercado não é estanque, muito pelo contrário. Precisamos de compreender a sua realidade e, obviamente, de acompanhar o seu (rápido) avanço, de forma a garantir uma atuação coerente e alinhada com a estratégia do Turismo de Portugal”, afirma. Na opinião de Ana Santos, Portugal “é um destino altamente atrativo para o mercado francês”, com “um WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 104 PASSAPORTE PORTUGUÊS forte potencial de crescimento”. Caraterísticas como “a diversidade gastronómica, o enoturismo e o próprio clima e localização geográfica complementam a qualidade da oferta turística existente”. “Existe efetivamente um crescente interesse por parte do mercado francês em aprofundar os conhecimentos desta oferta”, acrescenta. No segmento da meetings industry, considera que Portugal “tem beneficiado de diversos fatores macroeconómicos, o que tem motivado as agências especializadas e os corporates franceses a privilegiar destinos de proximidade, seguros e com uma boa relação qualidade/preço”. A Gestora de Produto acredita que Portugal “continuará a ser um país muito procurado pelo mercado francês, que por sua vez continuará a privilegiar destinos como o nosso, com fortes traços de autenticidade, tradição e charme”. Feliz em Paris, Ana Santos diz‑se, “acima de tudo, portuguesa”. Sobre a possibilidade de um dia regressar a Portugal, afirma que, para já, continuará “a desafiar‑se, principalmente a nível profissional”. “Se o meu futuro passar novamente por Portugal, será sempre com enorme orgulho”, remata. CONSULTÓRIO DE PROTOCOLO As especialistas em protocolo e imagem Cristina Fernandes e Susana de Salazar Casanova respondem às perguntas do leitor, enviadas para o email info@eventpointinternational.com. WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 106 CONSULTÓRIO DE PROTOCOLO Num evento onde trabalhei recentemente apareceram mais pessoas do que o esperado, porque alguns convidados trouxeram acompanhantes sem avisar. Como fazer para isto não se voltar a repetir? Colocar no convite, no site do evento a necessidade de aviso? E como lidar, se isso voltar a acontecer? A situação que partilha acontece, na atualidade, e lamentavelmente, com muita frequência e, em certos casos, pode causar diversos dissabores ao anfitrião e embaraços ao convidado e respetivo acompanhante. Independentemente do tipo de evento, no momento da sua realização, o anfitrião tem de estar centrado no acolhimento dos seus convidados, a proporcionar‑lhes uma experiência agradável e, dentro do possível, a surpreendê‑los positivamente. Por outro lado, o convidado ao assistir ao evento, está a investir o seu tempo e quer, obviamente, alargar a sua network, rever pessoas conhecidas, estreitar laços profissionais ou, ainda, atualizar‑se quanto às trends do mercado. Do ponto de vista das sugestões protocolares, considera‑se que todas as informações relevantes devem ser partilhadas com o convidado, portanto devendo constar no respetivo convite (seja qual for a forma e o meio de convidar). Em caso de haver um conjunto de informação vasto a partilhar, ou em eventos de maior complexidade, recomenda‑se anexar uma Nota de Protocolo (num convite impresso será através de um segundo cartão, num convite digital, um documento anexo). Nos convites pode e deve indicar‑se, normalmente no espaço de rodapé do cartão (impresso ou virtual), o seguinte: “Convite pessoal e intransmissível” – por exemplo, para uma refeição, situação em que o convidado não se pode fazer representar. “O convite não inclui acompanhante” ou “Convite válido para uma pessoa” – por exemplo, para uma sessão solene.Aquando da redação do convite para eventos de participação limitada, deve sempre solicitar‑se resposta, facultando‑se os dados para tal. Contudo, também se verifica que atualmente nem sempre os convidados respondem, pelo que se torna necessário proceder a um follow‑up telefónico, nomeadamente com as entidades protocolares, momento no qual também surge a oportunidade de recordar que o convite é unipessoal. Ainda que em certos eventos não haja seating protocolar e se consiga incluir um acompanhante com facilidade, numa mesa de refeição essa situação é realmente difícil de resolver, exigindo refazer o plano de seating em tempo real. Como em praticamente todas as situações em protocolo, é necessário atuar com calma, diplomacia e discrição, tendo em conta, igualmente, “quem é quem”. Por fim, e complementarmente, refira‑se que a Lei das Precedências do Protocolo do Estado Português determina, no nº 2 do artigo 8º que “Aos cônjuges das altas entidades públicas, ou a quem com elas viva em união de facto, desde que convidados para a cerimónia, é atribuído lugar equiparado às mesmas quando estejam a acompanhá‑las.”. Num evento recente apareceu-me uma pessoa, mas quando fui procurar a mesa havia dois nomes iguais e eu não sabia onde o sentar. Deixei a pessoa à espera e fui procurar o cliente para lhe perguntar, algo que causou algum aborrecimento no convidado. O que deveria ter feito? Sentá-lo e depois pedir eventualmente para mudar de lugar? Lamentavelmente, esta situação pode acontecer e considera‑se que deveria ser colmatada previamente pelo anfitrião/entidade organizadora do evento/protocolo ao elaborar e acompanhar a lista de convidados com extremo e indispensável rigor. Ao trabalhar‑se uma lista de convidados, por exemplo em Excel, com os nomes organizados por ordem alfabética, torna‑se relativamente fácil encontrar nomes idênticos e esclarecer previamente se é uma coincidência ou uma duplicação. No caso de haver dois convidados com os nomes exatamente iguais, é necessário validar a ocorrência e fazer a distinção apondo um outro sobrenome, por exemplo. WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 108 CONSULTÓRIO DE PROTOCOLO Ao passar‑se da lista de convidados confirmados para os cartões de mesa, também se poderia ter notado a existência de dois convidados com nome idêntico. Recomenda‑se, pelo menos, numa fase mais avançada do evento, que esta validação seja levada a cabo por profissionais de protocolo que não deixam ao acaso estes detalhes determinantes. No momento do evento, a situação, acarreta claramente diversos constrangimentos. Quando os convidados se encontram sentados, deve evitar‑se a todo o custo pedir para mudarem de lugar (exceto se essa pessoa integrasse a entidade anfitriã, por exemplo, mas sempre em último recurso e caso a refeição ainda não tivesse começado). Neste caso, note‑se que é uma extrema falta de cortesia o convidado perceber que há um erro com o seu nome e, consequente, que isso determina o lugar que irá ocupar. Além de evidentemente se estar a transmitir uma mensagem de amadorismo e falta de organização protocolar. Na situação descrita, e desconhecendo quem é o convidado e o seu estatuto protocolar, o que poderia ter sido feito seria, com a discrição possível, criar um compasso de espera junto do convidado, resolvendo, entretanto, e muito rapidamente, a situação junto de quem de direito. Também neste caso, seria necessário deter não só conhecimentos de protocolo como compreender o estatuto das entidades protocolares em causa.Next >