“Os eventos serão sempre, por natureza, presenciais”

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«A Event Point faz em 2021 dez anos. E pedimos a 11 profissionais dos eventos o exercício de pensarem no que pode ser a próxima década.»

Quando fui desafiado para fazer esta reflexão, pensei de imediato numa perspetiva tecnológica e na evolução rápida que se sente no setor.Aquilo que aconteceu nestes últimos dois anos, com a necessidade natural que as empresas têm de comunicar, tanto com os seus clientes como com os seus colaboradores, descreve-se bem com a expressão - “a necessidade aguça o engenho”. Assistimos a uma verdadeira democratização da comunicação remota, pela via digital.

Até final de 2019, um streaming de vídeo ou uma videoconferência num evento aconteciam raramente. Era necessário garantir uma série de recursos técnicos que nem todos tinham ou dominavam. Atualmente, qualquer pessoa com conhecimentos básicos de tecnologia, organiza e faz uma reunião de trabalho por videoconferência, rapidamente. Isto facilitou a introdução de novas ferramentas de comunicação, no setor dos eventos - diria que em dois anos, evoluímos dez.

O digital está instalado e o setor tira o melhor partido disso. Já não se deixa de realizar um evento porque as pessoas não podem estar presentes. Oradores, participantes e até apresentadores podem estar remotamente a participar ou a assistir a um evento, sem comprometer a sua realização e de forma bastante imersiva. A evolução das infraestruturas de comunicação de dados e consequentemente a velocidade da internet permite, atualmente, ligações de vídeo em alta resolução, de forma fluída e com um custo muito baixo.

Contudo, e como seres humanos que somos, temos necessidade de nos relacionarmos socialmente de forma presencial.

Neste momento todas as organizações tentam voltar ao presencial e a expressão que se usa é “voltar ao normal”, porque o “normal” é estarmos juntos em sociedade e isso não vai mudar.

Os eventos serão sempre, por natureza, presenciais. A vantagem é que agora é mais fácil participar remotamente e as organizações aproveitam, e bem, essa possibilidade.

Nos próximos 10 anos, com toda a criatividade que caracteriza os agentes do setor, acredito que vão surgir novas ideais e formatos para os eventos, com uma grande componente tecnológica, mas sempre com base num modelo presencial.