“Forte crescimento na procura de espaço e de atividades outdoor”

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Entrevista a Miguel Anjos, coordenador da Nauticampo, evento de atividades outdoor, que vai decorrer de 8 a 12 de fevereiro na FIL, em Lisboa.

A 53º edição da Nauticampo, que se dedica às atividades náuticas, de lazer ao ar livre, de deporto e aventura, está prestes a começar. E depois de dois anos de restrições, tem-se registado um forte crescimento na procura de atividades outdoor, de acordo com Miguel Anjos, que espera que o evento ultrapasse o número de visitantes do ano passado.

O que é que se pode esperar desta edição da Nauticampo?

Nesta 53ª edição, a Nauticampo apresenta em exposição uma oferta diversificada de embarcações, caravanas, autocaravanas, glamping, piscinas, casas de madeira e casas móveis, acessórios e muitos outros produtos que facilitam o usufruto da natureza nas melhores condições. A presente edição da Nauticampo conta com um reforço da presença desta oferta, destacando-se a Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro, a Comunidade Intermunicipal do Oeste e ainda de Faro, Portimão, Moura – Alqueva, Valongo, Vila Franca de Xira, Castelo de Bode, entre outros.

O que é que mudou na Nauticampo, como formato de feira, depois do período de pandemia?

Ultrapassado o período pandémico, que condicionou fortemente a realização de eventos, aquilo a que temos assistido nos eventos que organizámos ao longo de 2022, e já em 2023, é um regresso muito expressivo das diferentes comunidades que compõem os eventos e as feiras que organizamos e de que a Nauticampo será igualmente um exemplo. A Nauticampo 2023 contará com a presença de setores tradicionais como a náutica e o caravanismo, juntando igualmente produtos cuja procura tem conhecido um forte crescimento nos últimos anos, quer sejam as casas móveis, as casas de madeira ou as residenciais, também introduzidas pelo efeito da pandemia e pela necessidade de vivência ao ar livre. Acompanhamos igualmente as novas tendências de mercado e estamos a fazer uma aposta na projeção internacional do evento. A aposta em atividades dinâmicas constitui também um elemento-chave para interação entre visitantes e expositores, destacando-se a participação da Associação Naval de Remo, que proporcionará aulas de grupo em ergómetro para empresas, escolas, e promove também competições como a Regata Regional, duatlo com prova em ergómetro e corrida.

Acredita que depois da pandemia este segmento do turismo ganhou ainda maior relevância?

Efetivamente, na decorrência das limitações impostas pela pandemia, tem-se verificado um forte crescimento na procura de espaço e de atividades outdoor que permitam uma maior liberdade e mobilidade, à qual acresce a preocupação com o desenvolvimento de atividades sustentáveis a nível ambiental e económico. Esta preocupação é também notória nas diversas regiões que têm investido em infraestruturas e serviços para atrair novos públicos e, nesse sentido, a Nauticampo apresenta-se como a melhor plataforma para a promoção dos destinos turísticos outdoor. Exemplo disso é também o perfil de novos consumidores, como os nómadas digitais, que procuram localizações que lhes ofereçam um maior contacto e proximidade com a natureza, acompanhadas das necessárias facilidades tecnológicas que lhes permitam desenvolver o seu trabalho.

Pode partilhar connosco alguns números sobre esta edição?

Nesta 53ª edição da Nauticampo contamos com a presença de mais de 100 expositores e ainda mais de 20 estações náuticas. Esperamos ultrapassar o número de visitantes presentes em 2022, em que contámos com cerca de 21.000 visitantes.

Em termos de mercados internacionais, são esperados visitantes de outros países?

A Nauticampo tem como primeiro foco o mercado nacional. No entanto, está também a focar-se no crescente número de residentes internacionais que recentemente estão a escolher Portugal como país de eleição e onde podem encontrar infraestruturas e elevada qualidade para a prática de atividades outdoor. Igualmente cumpre destacar a procura crescente por parte de visitantes da vizinha Espanha, sobretudo das zonas fronteiriças que veem na Nauticampo uma oportunidade para ter um contacto de proximidade com os produtos que pretendem adquirir. Por outro lado, também existe uma procura por parte de empresas espanholas, parceiras em Portugal, para a distribuição dos seus produtos.

O que será para si uma edição de sucesso da Nauticampo?

Uma edição de sucesso é aquela que consegue em cada momento dar resposta às necessidades quer das empresas expositoras, quer dos visitantes que procuram os produtos e serviços presentes na Nauticampo. O mundo, em geral, e os setores presentes na Nauticampo estão em evolução permanente e o mercado e os consumidores procuram novos produtos e alternativas que permitam dar resposta a essas mesmas necessidades, o que significa que a presença de novas empresas constitui um motivo de rejuvenescimento do projeto e de geração de novos fatores de atratividade para os visitantes. E esta é, também, uma responsabilidade da Nauticampo: ter permanentemente a capacidade de atrair novas empresas e novos players no setor que permitam uma dinamização permanente deste mercado.