Ovation celebra 10 anos, mais de 300 eventos e mais de 60.000 participantes
31-03-2025
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A Ovation, destination management company da agência MCI, celebrou 10 anos de atividade em Portugal, no Terraço Editorial, em Lisboa.
A Event Point marcou presença no evento de celebração desta década de atividade da Ovation em Portugal e falou com o global managing director, que desempenha funções de deputy general manager para o mercado português, espanhol e austríaco, Rudolf Rannegger, e com a managing director da MCI para Portugal e Espanha, Sandrine Castres.
Em jeito de balanço, Rudolf Rannegger indicou à Event Point que "nestes 10 anos fizemos mais de 300 eventos, e nós somos especializados em grandes eventos, portanto, tivemos cá mais de 60.000 participantes, e não estamos a falar de festivais, estamos a falar de eventos corporativos, e clientes corporativos internacionais".
Neste período, a empresa recebeu mais de 1.000 pedidos para eventos, o que, de acordo com Rudolf Rannegger, é ilustrativo do interesse deste segmento em Portugal e, particularmente, em Lisboa, salientando que "nós somos só uma das várias agências".
Por sua vez, Sandrine Castres afirmou que o processo de crescimento e consolidação da empresa acompanhou o desenvolvimento do país e de Lisboa neste setor. "Fizemos toda a jornada, enquanto empresa e enquanto comunidade, com o destino."
"Precisamos desesperadamente de mais hotéis e mais venues"
Em relação à atualidade, Sandrine Castres afirmou que "vimos como o destino está consolidado em relação ao segmento dos eventos corporativos internacionais, a tal ponto que agora estamos a enfrentar falta de disponibilidade", acrescentando que "o posicionamento de Lisboa no mercado corporate internacional para incentivos e conferências é espetacular", mas "precisamos desesperadamente de mais hotéis e mais venues".
Rudolf Rannegger acrescenta que "um centro de congressos de qualidade, forte, como em Barcelona, em Amesterdão, ou Viena, provavelmente seria um importante passo em frente" para Portugal.
"Há um ponto adicional", acrescentou Sandrine Castres, ressalvando que "sei que é um tópico muito sensível aqui em Portugal, que é o aeroporto", explicando que "nós criamos experiências e quando falamos de incentivos e conferências com pessoas que nem sempre estão a viajar nas melhores condições e, aqui, não é possível preparar umas boas-vindas de qualidade".
"Os hotéis melhoraram muito, mas um bom centro de congressos, ou a renovação das estruturas existentes" seria positivo. A situação atual "faz com que Lisboa, por vezes, no mercado corporate não consiga competir ao mesmo nível que Barcelona, Viena, Paris, Copenhaga... temos as pessoas, mas não temos os venues".
Sandrine Castres ressalva que "não é só aqui que acontece, mas combinando o aeroporto com o Centro de Congressos... apesar de tudo, estamos a fazer eventos espetaculares", indicou a diretora, indo mais longe e afirmando que "toda a gente quer vir a Lisboa, mas muitas vezes não vêm porque não temos disponibilidade, não temos um venue com dimensão suficiente, os transportes por vezes são complicados, ou o tempo, mas continuamos a ter muito sucesso".
"É um destino espetacular", acrescentou Rudolf Rannegger, sendo que "na Ovation, é um dos top 5-6 destinos, é certo que os top estão sempre a mudar, mas o que isto significa para nós é que é um destino estratégico".
Ovation vai apostar nas grandes filiais em Portugal
A Ovation vai apostar na criação de uma equipa portuguesa e na captação de eventos de grandes empresas com "uma forte presença" em Portugal.
"É verdade que ainda não entrámos muito no mercado corporate em Portugal", afirmou Rudolf Rannegger, "temos muitas contas globais que têm combinações de contas ibéricas, Portugal e Espanha", mas, ressalva o diretor, "o nosso cliente típico não são empresas portuguesas, são grandes empresas internacionais que têm uma forte presença cá, são estas as empresas que trabalham com a MCI e é nisto que nos vamos focar nos próximos anos".
O objetivo é "manter a Ovation, fazer crescer a Ovation, e começar a crescer no mercado nacional, que é muito estratégico para nós", indica o diretor. A operação da Ovation concentra-se no incoming de clientes corporativos internacionais.
Segundo Sandrine Castres, a componente criativa da equipa da MCI é um dos seus pontos fortes e, "para o projeto em Portugal, à semelhança da equipa que trabalha em Espanha para a região Ibérica, nos próximos anos gostávamos de ter essas competências aqui, o que significa pessoas criativas a falar português".
"Temos as bases e agora precisamos de fazer crescer a estrutura e trazer as competências e deixar de estar apenas dependente das competências que estão em Espanha ou noutro país", indicou a diretora.
"Ter uma equipa completa aqui com capacidade para criar eventos e experiências para clientes, do zero e em português, porque é absolutamente necessário se queremos crescer no mercado nacional, ou nas empresas filiadas locais, temos de conseguir fazer o trabalho na língua local, porque isso muda tudo", continuou.
Esta estratégia, indica Sandrine Castres, leva a bagagem de "tudo o que aprendemos para continuar a crescer", e com base nas "nossas contas globais que confiam em nós onde quer que estejamos" a estratégia é continuar o processo e "construir uma base forte de clientes, é esse o nosso objetivo principal".
"Há uma série de destinos que agora estão a crescer e queremos fazer parte disso"
Em relação a localizações, Rudolf Rannegger explicou que "acreditamos numa estratégia de um escritório central muito forte", ao invés de abrir sucursais pelo país.
Apesar da centralidade da operação, Rudolf Rannegger afirmou que querem crescer fora de Lisboa. “Acho que há muito potencial no Algarve, há muito potencial no Norte, há uma série de destinos que agora estão a crescer e queremos fazer parte disso."
Rudolf Rannegger detalhou que 70% a 80% da operação da empresa em Portugal é em Lisboa, mas deu o exemplo do comportamento do mercado americano, "que é muito importante para nós, e tipicamente vem primeiro à capital, que é Lisboa, e apercebe-se que 'isto é lindo, é espetacular. A cultura, a comida, as pessoas, o que é que há mais por aí?' e começam a perceber, 'devia ter feito também o Algarve, devia ter ido ao Porto, devia ter feito isto e aquilo', e depois apercebem-se das ilhas, e isto é um bocado a segunda fase, que teria começado há uns anos se não fosse a pandemia entretanto".
O Algarve surge em segundo lugar nas operações da empresa em Portugal e Sandrine Castres explica que "a Norte temos menos projetos, mas isso também está ligado ao facto de estarmos especializados em grandes eventos e, quanto maior o evento, mais difícil é de o fazer no Porto".
Contacto humano e criatividade são as principais tendências
Rudolf Rannegger, em relação a tendências que marcam a atualidade do setor e da empresa, afirmou que "as pessoas estão à procura, e eu não aprecio a expressão, mas é muito típica e toda a gente a utiliza, que é 'experiências fora da caixa'".
"Mas o que é isto de fora da caixa? E dentro da caixa? É uma discussão longa que não é para aqui, mas a verdade é que o foco e desejo dos nossos clientes e da indústria é que apresentemos propostas criativas", explicou.
"A nossa indústria está demasiado ligada ao segmento do turismo, mas no final, o que as agências fazem é criar experiências únicas, seja em incentivos, em reuniões, numa convenção, em congressos, e acho que isto é uma tendência. Toda a indústria vai neste sentido, é isto que os nossos clientes procuram, além da sustentabilidade, inteligência artificial, diversidade e mais elementos-chave".
No que concerne a sustentabilidade, a empresa recebeu a certificação ISO 20121 para a operação em Espanha e está em processo de candidatura para essa mesma certificação na sua operação em Portugal, "está nas nossas prioridades", acrescentou Sandrine Castres.
Em relação a tecnologia e inteligência artificial, Sandrine Castres aponta um "paradoxo", que apesar de a tecnologia, e particularmente a inteligência artificial, estar na ordem do dia, "ao mesmo tempo acho que nunca estivemos mais focados no lado humano".
"Podemos ter os robots que quisermos, mas no final do dia, o nosso trabalho é desencadear o maior número de emoções possível, porque as emoções são o que ativam tudo, vender, comprar, o engajamento com uma empresa ou marca".
"Num mundo atual tão frenético, o foco nas pessoas é o que o nosso cliente quer que façamos e, com isso, criar experiências e, por vezes, o fora da caixa é a coisa mais simples, como uma caixa de pastéis de nata", a chave "é conhecer o cliente".
"Não podemos fazer copy paste, não queremos ter uma lista de atividades para os clientes, vamos fazer pesquisa, vamos pensar, vamos fazer questões, e tentar criar algo que seja diferente, não precisa de ser algo super caro, tem de ser algo que toque o coração, no final do dia", concluiu a diretora.
João Canto