A Covid-19 e os eventos sociais
26-03-2020
É um facto. Todos vamos sofrer e a maior parte vai saber ultrapassar. Este impacto vai ter consequência bastante distintas dentro do próprio do setor. Os eventos corporativos estão sentir bastante os cancelamentos. Negócios sem retorno para as empresas que operam directamente neste setor. A indústria da música e dos festivais vai viver entre os adiamentos e os cancelamentos. Vários concertos estão a ser adiados e, dentro de dois meses, começa a época dos festivais (e aqui vamos ver o que acontece).
Mas existem outras áreas do setor dos eventos que poderão sofrer consequências menos nefastas. Os eventos sociais, nomeadamente os casamentos e os baptizados. Segundo um inquérito que está a ser desenvolvido junto das empresas nacionais, pela BestEvents (organiza eventos como a BragaNoivos, ViseuNoivos e White Wedding no Porto e Lisboa) e pela revista I Love Brides, 96,8 % dos casamentos estão a ser adiados. Sendo que 85,4% destes estão a ser adiados para o segundo semestre (com principal incidência nos meses de setembro, outubro e novembro). Ao manter-se o actual cenário, o impacto poderá ser marginal em 2020.
Então qual o problema que este setor enfrenta? O interregno. Não podemos esquecer que para a maior parte destas empresas o trabalho é sazonal. Muitas delas já estão em “quarentena” desde dezembro. Agora que iriam começar a trabalhar, tudo parou. E é exactamente este intervalo que pode deixar as empresas asfixiadas financeiramente. O setor espera começar a operar em junho mesmo com algumas condicionantes. Se assim for, os danos poderão ser minimizados. O pós-crise também pode gerar outros problemas. Nomeadamente a capacidade de resposta. Aquilo que se faria em sete ou oito meses, terá de ser feito em quatro ou cinco meses. Mas entre isto e os cancelamentos, a escolha é óbvia.
Esta incerteza faz com que estejamos atentos e a tentar apresentar soluções e cenários para um futuro próximo. Apesar de estarmos confinados, temos de nos manter sempre em contacto com os nossos clientes, com os nossos fornecedores e com a sociedade. O mundo parou, mas não acabou.
Jorge Ferreira, diretor da BestEvents