AHP: Hotelaria vive crise sem precedentes
19-02-2021
O INE (Instituto Nacional de Estatística) divulgou dados provisórios que indicam que em 2020 a hotelaria e os hostels tiveram reduções de 64,5%, e 66,4%, respetivamente. As maiores quebras são nos destinos urbanos, Lisboa teve uma quebra de 76%; o Porto de 72%. Fátima teve uma redução de 78% nas dormidas. Estes números não surpreendem a AHP, que tem vindo a monitorizar o impacto da Covid-19 quer na hotelaria, quer nos hostels. Em comunicado a associação lembra que “logo em março de 2020, tinha projetado uma perda de 7,3 milhões de dormidas e 800 milhões de euros, até junho. Mas já no final do ano passado o cenário apontado, tendo como base os resultados de 2019, era ainda mais catastrófico: quebra de 70% nas dormidas (menos 40 milhões de noites) e de 80% nas receitas, alojamento e outras, o que equivale a menos 3,6 mil milhões de euros. Isto só considerando a Hotelaria (Hotéis, ApartHotéis e Pousadas)”.
Raul Martins, presidente da AHP, esclarece que "2020 foi um péssimo ano, recuámos a valores de dormidas de não residentes de 1984! Mas 2021 não será melhor. A situação da Hotelaria é muito grave e os apoios insuficientes, é importante que se perceba isso. As empresas hoteleiras estão há um ano com quebras enormes, e neste momento não conseguem honrar os seus compromissos com os ordenados, os fornecedores e os impostos. Não nos podemos esquecer que as empresas hoteleiras empregam cerca de 90 mil profissionais, o que corresponde a 30% de todos os profissionais do setor do alojamento e restauração. É uma grande fatia que não pode ser descurada. E o presidente da AHP deixa o alerta: “se não existirem apoios urgentes, não será ‘apenas’ o setor hoteleiro, empresas, trabalhadores e famílias que sofrerão, mas toda a economia.”
Entre os apoios solicitados ao governo pela AHP, constam um linha específica de apoio para a hotelaria, medidas financeiras e fiscais exclusivamente dirigidas às empresas hoteleiras e a isenção da TSU, bem como a prorrogação das moratórias dos reembolsos de capital e juros das linhas de financiamento “COVID-19” e dos demais créditos bancários.