APSTE condena declarações da Diretora-Geral da Saúde
29-10-2020
A APSTE - Associação Portuguesa de Serviços Técnicos para Eventos reprova as afirmações da Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, que disse, questionada sobre a realização do Grande Prémio de Fórmula I, que podia haver futuramente restrições nos eventos.
“É incompreensível e lamentável que alguém com as responsabilidades e protagonismo recente da Dra. Graça Freitas venha para a praça pública proferir declarações tão irresponsáveis, sobretudo num dos momentos mais críticos para um dos setores de atividade mais importantes para este país. É importante não esquecer que os eventos estão diretamente ligados ao Turismo, um dos principais motores da economia nacional nos últimos anos. Se até aqui já tínhamos pouco ou nenhum trabalho, qual acham que será a reação do mercado e das pessoas a este tipo de afirmações?”, refere Pedro Magalhães, Presidente da APSTE.
A APSTE lembra que estamos perante um dos setores mais fustigados pela pandemia da Covid-19. E para chamar a atenção para esse facto realizou dois protestos, um em Lisboa, e outro no Porto. Nessa altura, a APSTE lançou dois inquéritos aos associados que mostraram que 56% das empresas associadas não teria liquidez suficiente para pagar os salários nos meses de agosto e setembro; e que 20% indicava já ter dado início a processos de despedimento.
“Se em agosto a situação já era desesperante, basta fazer as contas e imaginar o que estarão a passar agora estas empresas, e respetivos colaboradores, depois de sete meses sem trabalhar. Segundo o IGAC aconteceram 12 mil eventos culturais em Portugal desde 1 de junho e, com mais ou menos celeuma, não se registaram problemas de maior ou potenciais surtos de Covid-19. Só pedimos que nos deixem trabalhar. Respeitando as regras, sem dúvida, mas não nos criem ainda mais obstáculos do que os que já temos com intervenções infelizes. Quanto a nós, a Diretora-Geral de Saúde devia retratar-se ou, no mínimo, esclarecer estas afirmações, porque todos os empresários e trabalhadores deste setor se sentem altamente revoltados e injustiçados”, conclui Pedro Magalhães.