Bruno Batista: “Não há limite para a criatividade”
01-03-2021
Em abril do ano passado, o Grupo GCI lançou o Virtual Arena, um pavilhão online para a realização de diversos tipos de evento e que, em menos de um ano, já acolheu mais de 60 eventos. Agora, o grupo lançou o Virtual Park, uma solução para o setor das feiras, que proporciona ainda mais experiências em ambiente digital e que permite eventos em simultâneo.
Em entrevista à Event Point, Bruno Batista, CEO do Grupo GCI, conta como surgiu a ideia de criar o Virtual Park, fala das experiências que podem ser realizadas neste complexo digital e como este pode ser um serviço diferenciador.
Depois de criado o Virtual Arena, como surgiu a ideia de criar o Virtual Park?
Surgiu de uma necessidade do mercado. Vários clientes pediram-nos para desenvolver uma solução para o setor das feiras, com mais interatividade, com a possibilidade de ter stands, experiências, salas de conversação privadas e demonstrações de produto, o mais aproximado possível com a realidade. E que pudesse ser utilizada fora destes tempos de pandemia, ou seja, adaptada a um formato híbrido, para conseguir uma evolução global nos eventos.
Com a criação destes novos espaços, consideram que a experiência no Virtual Arena fica mais completa?
Fica diferente. Imaginem um evento numa arena física e que, para lá chegar, tenho que passar por um complexo com uma oferta de serviços diferenciada. Aqui é igual, posso apenas ir a um evento no Virtual Arena, mas posso passar por stands, show rooms ou ativações de marca relacionadas com o meu evento, ou não. Podemos ainda personalizar todo o recinto ao conceito do evento ou da feira, ou recriar o recinto físico, adaptado e pensado para a experiência digital. Além de possibilitar vários eventos em simultâneo, um centro de exposições com stands, por exemplo, e um auditório com conferências, em simultâneo.
As experiências podem não ser apenas um complemento da sala online? Ou seja, é possível realizar eventos apenas no ‘exterior’ do complexo, por exemplo?
É possível realizar uma feira só com stands exteriores, sim, ou até ter uma presença regular no recinto, onde os visitantes de cada evento podem contactar com a marca.
Que tecnologia utilizam e o que ela permite realizar?
Não somos uma tecnológica e, por isso, dizemos sempre que a nossa presença é ao nível da inteligência digital. Aquilo que este departamento faz é encontrar a forma de implementar tecnologicamente as ideias que temos para as experiências que queremos concretizar. Programamos código em função do resultado que queremos, sempre centrado no consumidor. Não há limite para a criatividade e cada vez há menos para a tecnologia.
O que pode tornar o vosso serviço diferenciador?
Todo o conceito e a forma como pensamos o evento. Não somos um espaço para realizar eventos, somos criadores de conteúdo. Desenhamos a solução a pensar no objetivo final que queremos. No Virtual Park não há desenvolvimentos standards ou modelo de aplicação. Pensamos cada projeto de raiz.
Têm sido soluções muito procuradas pelas marcas? E como tem sido o feedback por parte dos clientes?
O Virtual Arena já contou com mais de 60 eventos. O índice de satisfação é muito bom, há clientes que já realizaram cinco eventos no Arena e, também por isso, sentimos a necessidade de inovar nos espaços. No Virtual Park já temos eventos marcados, mas ainda não realizámos nenhum. Apresentámos o produto na semana passada [meados de fevereiro].
A pandemia obrigou as empresas a reinventarem-se. Considera que este tipo de serviços e os eventos digitais vieram para ficar? E é um serviço para manter quando for possível voltar a realizar eventos presenciais sem limitações?
Criou-se um mercado novo. Nos últimos 10 anos, tínhamos feito talvez três eventos híbridos. Evoluímos no último ano nesta área e mostrámos resultados. Acredito que os eventos virtuais vão complementar os físicos e vão existir em paralelo. Há uma questão económica e ambiental a salientar também. Aprendemos que é possível fazer apresentações de resultados ou de produtos sem ter que juntar todas as pessoas e, em todas as ocasiões, conseguimos passar a mensagem e contar a história, com um impacto muito menor, por exemplo, na pegada carbónica. Muito menos deslocações e muito menos custos. Não vamos substituir os eventos físicos no futuro, mas vamos repensar os momentos em que devemos usar cada um dos formatos.
Maria João Leite e Cláudia Coutinho de Sousa
©Grupo GCI