Confiança dos viajantes está a aumentar, diz a IATA

10-03-2021

A Associação Internacional de Transporte Aéreo defende uma retoma bem planeada.

É tempo de planear a retoma, diz a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, sigla em inglês), cujo mais recente estudo conclui que a confiança dos viajantes no regresso às viagens aéreas está a aumentar, numa altura em que avança o processo de vacinação em todo o mundo.

“As respostas dizem-nos que as pessoas estão a ficar mais confiantes para viajar”, refere a IATA, em nota de imprensa. O estudo indica que 57% dos inquiridos esperam viajar dois meses após a contenção da pandemia, o que representa um aumento relativamente aos 49% registados em setembro de 2020, e que 72% querem viajar para ver família e amigos assim que for possível (um aumento relativamente aos 63% de setembro de 2020).

Por outro lado, há quem prefira esperar pela vacinação: 81% dos inquiridos acreditam que vão estar mais propensos a viajar assim que forem vacinados. O estudo indica também que 84% não vão viajar se houver necessidade de quarentena no destino e que 56% vão adiar viagens até que a economia estabilize (ainda assim, são menos que os 65% registados em setembro de 2020).

A IATA refere que há ainda indíciosde que a retoma nas viagens de negócios vai levar algum tempo, uma vez que 62% dos inquiridos disseram estar propensos a viajar menos por negócios, mesmo após a contenção do vírus. No entanto, há uma melhoria relativamente aos 72% registados em setembro de 2020.

“As pessoas querem voltar a viajar, mas a quarentena é um obstáculo. Enquanto melhoram as capacidades de testagem e a tecnologia e aumentam as populações vacinadas, as condições para remover as medidas de quarentena estão a ser criadas”, refere Alexandre de Juniac, diretor geral e CEO da IATA, que defende um trabalho institucional conjunto “para uma reabertura bem planeada, assim que as condições o permitam”.

 

Restrições de viagens têm consequências

No capítulo das restrições de viagens, o estudo indica que 84% dos viajantes acreditam que a Covid-19 não vai desaparecer e que é preciso gerir os riscos enquanto vivemos e viajamos normalmente, 68% concordam que as restrições de viagem afetaram a sua qualidade de vida e que 49% acreditam que as restrições nas viagens aéreas foram longe demais.

“As pessoas estão também a sentir-se frustradas com a perda da liberdade de viajar”, frisa a IATA, que adianta que “as restrições de viagens vêm com consequências de saúde, sociais e económicas”. Segundo a pesquisa, quase 40% dos inquiridos relataram stress mental e a perda de um momento importante da sua vida, e mais de um terço referiram que as restrições as impedem de fazer negócios normalmente.

O estudo aponta ainda que 88% dos inquiridos acreditam que, quando as fronteiras abrirem, deve ser alcançado o equilíbrio certo entre a gestão dos riscos de Covid-19 e a retoma da economia e que 85% consideram que os governos devem definir metas relacionadas com a pandemia (como capacidade de testagem ou distribuição de vacinas) para reabrirem as fronteiras.

“No momento, a principal prioridade para todos é estar em segurança durante a crise da Covid-19. Mas é importante que comecemos a pensar numa forma de reabrir as fronteiras, gerir os riscos e permitir que as pessoas prossigam com as suas vidas. Isso inclui a liberdade de viajar. Começa a ficar claro que vamos precisar de aprender a viver e a viajar num mundo que tem Covid-19. Dados os custos de saúde, sociais e económicos das restrições de viagem, as companhias aéreas devem estar prontas para voltar a ligar o mundo assim que os governos conseguirem reabrir as fronteiras. É por isso que um plano com marcos mensuráveis é tão crucial. Sem ele, como podemos estar preparados para a retoma sem atrasos desnecessários?”, alerta Alexandre de Juniac.

 

IATA Travel Pass: app a pensar no viajante

Sobre a utilização de uma aplicação para a gestão das credenciais de saúde em viagem, a IATA acredita que são necessário “padrões globais e os mais altos níveis de segurança de dados”. O estudo indica que 89% dos inquiridos acreditam que os governos precisam de padronizar os certificados de vacinação e testagem.

Dos viajantes inquiridos, 80% vê com bons olhos a utilização da IATA Travel Pass App e a usariam assim que a tecnologia esteja disponível. Por outro lado, 78% frisaram que só vão usar uma aplicação se tiveram total controlo sobre os seus dados e cerca de 60% disseram que não vão usar uma app se os dados forem armazenados centralmente.

“Estamos a projetar o IATA Travel Pass com o viajante em mente. Os passageiros mantêm todos os dados nos seus dispositivos móveis e têm o controlo total sobre o destino desses dados. Não há uma base de dados central. Embora estejamos a fazer um bom progresso com vários testes, ainda estamos à espera dos padrões gerais para os certificados digitais de testagem e vacinação. Apenas com padrões globais e com a aceitação dos governos podemos maximizar a eficiência e entregar uma experiência de viagem ideal”, conclui o diretor geral e CEO da IATA.