Fórum de Turismo de negócios: adaptação e tecnologia
15-09-2021
# tags: Venues , Eventos , Turismo de Negócios , Meetings Industry , Altice Forum Braga , Tecnologia
O desafio deste evento passava por responder a duas perguntas. Como vamos passar a escolher os venues no futuro? E que tecnologias que estão a mudar os eventos? Para José Carlos Coutinho, diretor do Fórum Braga o grande impacto da Covid-19 nos espaços foi a lotação. Houve também que ajustar as condições técnicas do edifício, as capacidades de streaming. No entender do responsável vamos aprender a viver com o sistema misto: presencial e online. E para os clientes, hoje em dia, o streaming é obrigatório.
Filipa Bernardo, conference officer no INL - International Iberian Nanotechnology Laboratory, lembra que o INL ainda está completamente fechado a eventos presenciais. E acredita que os eventos da instituição nunca vão voltar a ser só presenciais. “Há speakers que não vão voltar a viajar”, avisa Filipa Bernardo, e alguns participantes também não. Por isso, a adaptação aos eventos híbridos tem de ser feita. Vão ser necessários mais meios para fazer ambas as vertentes, online e presencial – resultarem.
A co-fundadora do portal de pesquisa de espaços Venues Portugal, Ana Félix, partilhou com a audiência o perfil de procura atual por espaços para eventos: outdoor, amplos, e com presença da vertente ao ar livre. O portal, que nasceu em plena pandemia, foi pensado já para a realidade covid. Uma realidade que fez com que muitos destinos passassem a usar o argumento da segurança na sua comunicação. Susana Ribeiro, diretora geral operacional na Associação de Turismo do Porto – Convention & Visitors Bureau, lembra que o Porto e Norte de Portugal já tinha “uma segurança percebida muito boa”. E é por isso que é importante pensar no que se vai acrescentar de novo. “Fomos buscar o que fazemos melhor: o detalhe”, e por sermos muito atentos ao detalhe, “somos muito bons a organizar eventos”. Os eventos vão ser diferentes e isso faz parte da evolução, não há que ver isso como uma ameaça, e Susana Ribeiro lembra que o número de participantes nos eventos já estava a diminuir ainda antes da pandemia. Vão aparecer unusual venues, e as plataformas de streaming vão ter de ser cada vez mais evoluídas para poderem ser melhor aproveitadas enquanto canal de comunicação pelos destinos.
A diretora geral operacional na Associação de Turismo do Porto está preocupada, no entanto, por não se estar a ver muita capacidade de resposta. As empresas permanecem assustadas, e se isso não fez o destino perder nenhum evento até ao momento, existe “algum receio de não conseguirmos distribuir o negócio”. E, por isso, precisamos de trabalhar todos juntos.
Pandemia trouxe oportunidades em termos tecnológicos
O mercado dos eventos está a mudar, disse Miguel Carneiro, da ShakeIt, e “há um processo de descoberta pela frente”. No entender do responsável há-que pensar primeiro no evento e na estratégia e só depois pensar na tecnologia. Miguel Carneiro elogiou as empresas de audiovisuais portuguesas que, no seu entender, já eram das melhores da Europa, que se adaptaram e foram uma das razões que permitiram a sobrevivência do setor.
Por causa da covid-19, “tivemos de criar soluções para responder ao mercado”, referiu Telmo Lopes, co-fundador da Bluetrend Technologies, e isso criou oportunidades a vários níveis. Os eventos híbridos estão a exigir novas soluções tecnológicas, de forma a que a experiência do presencial e digital seja igualmente interessante.
Lia Dias, do departamento de marketing da Primavera Business Software Solutions, sublinhou que a empresa já fazia alguns eventos digitais antes da pandemia, mas foi preciso arranjar novos parceiros de eventos e encontrar a melhor forma de ir evoluindo, “porque é preciso surpreender as audiências e não podemos fazer sempre igual, e sempre o mesmo”. Hoje há muita oferta de plataformas, a dificuldade reside mais em conseguir compará-las. Nos eventos híbridos, que a empresa já organizou durante este período, foi de especial importância acautelar que quem estava online não se sentisse menos acolhido, e menos parte interveniente no evento. É um desafio acrescido, segundo a responsável, fazer dois eventos num só.
A Inygon, empresa que atua na área do gaming, já tinha uma vertente digital nativa muito forte. O 100% digital complicou as operações e foi preciso reinventar procedimentos. Para João Cício Carvalho é impossível pensar num evento sem streaming e o desafio é criar formas de ambos os públicos poderem interagir com o evento. “Nós até temos o problema oposto, queremos trazer as pessoas do digital para o evento e tentar dar uma proposta de valor maior para quem vai presencialmente e aí o foco tem de ser na experiência”.
Pode rever o evento aqui.