Galaxy Entertainment Group apresenta o International Convention Centre e Arena em Macau
19-11-2019
O Centro de Congressos vai contar com uma sala de exposições de 10 mil metros quadrados sem pilares, um auditório com 650 lugares, uma sala para banquetes com capacidade para 2400 convidados, uma sala de conferências com 4 mil metros quadrados, e um salão para mais de mil convidados; conta ainda com uma seleção diversificada de opções para jantar e um hotel de luxo com mais de 700 quartos.
Adicionalmente, o complexo conta com uma arena de 16 mil lugares, para concertos e eventos desportivos e outro tipo de entretenimento. Os novos venues vão abrir na primeira metade de 2021. A Event Point entrevistou Scott Kreeger, director de resort do Galaxy International Convention Centre, em Banguecoque, durante a mais recente edição da IT&CMA Asia.
Que razões encontra para considerar Macau um bom destino para eventos e congressos?
Há uma par de razões chave que fazem um bom destino. Uma: os bons acessos. Duas: a vontade das pessoas conhecerem o destino. E três: ter infraestruturas de MICE para receber grandes eventos. Pelo que quando se olha para Macau enquanto destino, tivemos um grande desenvolvimento em termos de infraestrutura nos últimos dez anos.
A nova ponte...
Sim, a nova ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau abriu recentemente e permite ter três aeroportos internacionais de entrada. Só Hong Kong recebe 200 voos directos internacionais. O comboio de alta velocidade vindo da China Continental conecta-os, bem como o sistema de ferrys. Em menos de uma hora chega-se do aeroporto à nossa localização, o mesmo tempo que demora em qualquer cidade internacional. Temos isso para oferecer. Depois, em termos de ser um local interessante, Macau foi um porto português durante 400 anos, e há uma mistura de Este e Ocidente, com as culturas da China, Cantão, Portugal, a misturarem-se na arquitectura e história, algo sem comparação na China. Temos mais de 20 patrimónios da Humanidade da UNESCO. A comida é fomidável. Basta pensar na mistura entre a gastronomia portuguesa, cantonesa, chinesa, e macaense e alguns dias não chegam para explorar toda a gastronomia local. E os delegados querem conhecer a cultura e experimentar fora do dia de trabalho. Macau oferece essa experiência. E o que também é único em Macau é a grande quantidade de resorts integrados, e não há muitos locais no mundo que tenham uma escala tão grande. Só a nossa propriedade tem 120 opções para jantar, 200 lojas, uma piscina, cinco hotéis, e vamos crescer nos próximos dois anos para o dobro do tamanho. Vamos ter 11 hotéis internacionais, 400 lojas, 200 restaurantes. Isto torna Macau um destino único.
Macau ocupa neste momento o 16º lugar no ranking Ásia-Pacífico da ICCA. O que está a faltar a Macau para ocupar lugares mais cimeiros?
Acho que todas as peças começam a estar reunidas. Se olhar para o crescimento de Macau em termos de MICE, é bastante impressionado, uma das áreas que mais cresce na Ásia. Os operadores de resorts integrados e o governo de Macau trabalham juntos para promover Macau como um destino atrativo. Acredito que vamos ver Macau a subir rapidamente nos rankings nos próximos anos. Macau tem um plano de cinco anos para se tornar um centro mundial de turismo e lazer, e o grupo Galaxy Entertainment tem a mesma visão. Mencionei o resort que temos neste momento, mas estamos também a construir um centro de congressos e uma arena, e eu ainda sou responsável por outro resort colado a esse. Portanto dois resorts integrados, mais um centro de congressos e uma arena, e o nosso objetivo é diversificar a nossa oferta de produto e aumentar a nossa base de turistas. O mesmo objetivo de Macau. E é necessário que governo e empresas privadas estejam alinhados. O governo oferece incentivos aos organizadores de eventos, e com as nossas novas infraestruturas oferecemos uma outra oferta MICE em Macau, de classe mundial.
Pode falar-nos sobre o projecto do centro de congressos e da arena?
Nós decidimos há alguns anos que queríamos construir o centro de congressos mais icónico e avançado tecnologicamente da Ásia. Essa era a nossa missão. Vou falar primeiro da arena. É um venue polivalente com 16 mil lugares, um dos maiores da Ásia, e que pode receber concertos, eventos desportivos, e outros eventos de variada índole. Está a ser construído seguindo os mais elevados standards em termos de acústica. Vai estar directamente ligado ao centro de congressos. Este será altamente flexível e preparado para receber os quatro segmentos de MICE: feiras, convenções, conferências, reuniões e incentivos. O maior espaço tem 10 mil metros quadrados, sem pilares, para exposições, feiras ou grandes eventos. Não poupamos um cêntimo em tecnologia e infraestrutura. Será tão avançado como qualquer centro de conferências no mundo no que toca a cenário e acesso. Terá 31 salas, incluindo um salão que pode receber cerca de mil pessoas para um evento formal, e 650 lugares em plenário, pelo que vamos poder fazer tudo desde lançamento de produtos a eventos culturais. O que torna este venue especial é que temos um hotel de luxo com 700 quartos. A logística é fácil e conveniente para o participante. Tudo é embrulhado num pacote de experiência que consideramos muito importante. Lembro que nós somos especializados em hospitalidade, e temos uma visão do MICE que pode ser diferente de outros operadores. Queremos que a experiência MICE seja um pouco mais rica, mais profunda, no serviço e produto que providenciamos, mas também na decoração, e na narrativa do centro. Temos um mantra interno: Asian Heart Service e tentamos segui-lo. Falamos há pouco da cultura de Macau, e não vai ser preciso sair do centro para a experimentar. Queremos inclui-la na arte, na comida, na decoração e em tudo o resto. Queremos expor os delegados a esta cultura tão rica.
Em que tipo de eventos vão apostar? Associativos, corporate?
Todos, mas temos uma estratégia. Posicionamo-nos no plano mais premium do mercado, todos os nossos hotéis são 5 estrelas, e olhando para aquilo em que somos melhores e o nosso core, estamos mais bem preparados para eventos corporate e incentivos, até por causa de serem resorts integrados e tudo aquilo que podemos oferecer. E depois associações médias e as feiras.
E em termos de mercados geográficos? Quais são os planos?
Fazemos parte de uma grande zona populacional, e estando tão próximos da China Continental, faz sentido ser esse o nosso primeiro objetivo. A zona da Greater Bay Area continua com grande crescimento em termos económicos, beneficiado agora pela nova ponte. Não significa que não estaremos nos grandes palcos internacionais, porque temos de estar aí para captar associações e feiras. Vamos estar em Barcelona, na IBTM, na IMEX, mas o foco está na China, Hong Kong, Macau, Japão, Taiwan, e nos mercados secundários do sudeste asiático.
Scott Kreeger
O que torna o novo venue diferente dos já existentes em Macau?
Creio que temos alguns argumentos no destino: infraestrutura, cultura, espaços. Estamos a construir um venue de classe mundial com a melhor tecnologia, flexibilidade e o que nos diferencia é a nossa prioridade: tecnologia e experiência. É nisso que somos bons. Temos grupo de pessoas, que chamamos Event Studio, que não são os típicos gestores de eventos, mas pessoas experientes que pensam fora da caixa e exploram as oportunidades que existem e fazem coisas espetaculares. Vindas do lado da hospitalidade e entretenimento, acreditamos que contribuem para uma experiência MICE de outro nível.
Como vê Macau evoluir em termos de MICE nos próximos anos?
Já estamos numa boa trajetória para nos tornarmos um centro mundial de turismo e lazer. Primeiro, o governo tem um plano e esse é apoiado por bons incentivos e promoções para organizadores. Depois, as empresas e os resorts em Macau continuam a investir nas estruturas MICE. Começamos a perceber esse benefício e à medida que o tempo passa esse benefício cresce. Daqui a cinco anos vamos poder fazer tudo o que um grande destino internacional faz. E olho para o número de visitantes nos aeroportos e eles são óptimos. O futuro é brilhante.
Esta ligação a Portugal pode abrir portas a eventos europeus?
Acreditamos que sim. Há um esforço em Macau para colaborar com os nove países de expressão portuguesa, pelo que há um veículo não só para Portugal, mas para uma audiência maior, de colaboração. Tencionamos ser um parceiro e um participante nesta relação.
Cláudia Coutinho de Sousa*
*Viajou à IT&CMA a convite da organização