IBTM Wired: os eventos, as experiências, a tecnologia e o futuro

13-07-2021

A IBTM Wired decorreu virtualmente de 28 de junho a 1 de julho.

O evento apresentou várias sessões educativas, que abordaram as novas tecnologias e inovação, os eventos digitais, a experiência, o caminho da mudança e o futuro da indústria, entre outros temas.

Numa das sessões do primeiro dia de evento, Ayesha Khanna (ADDO AI) sublinhou a importância da Inteligência Artificial no futuro da indústria dos eventos. Embora os clientes queiram a mesma personalização, valor e eficiência de antes, tudo isto vai ser fornecido através da inteligência artificial e da tecnologia. Ao integrar estes fatores à experiência do cliente, Ayesha Khanna defende que é essencial examinar as necessidades dos clientes e dos seus negócios e como a tecnologia pode ajudar-nos a compreendê-las melhor.

Tess Vismale (isocialx) e Rachel Stephan (Snoball Events) abordaram, no segundo dia, a tecnologia e inovação, e falaram do medo, das incertezas e dos desafios da indústria numa fase inicial da pandemia. “O digital foi uma solução imediata para que as pessoas pudessem continuar”, frisou Rachel Stephan. Ambas as oradoras enfatizaram que aprender sobre tecnologia para eventos é crucial agora e que, quando se pensa em recorrer à tecnologia, a coisa mais importante é definir primeiro qual o objetivo do evento para depois se decidir que tecnologia usar, e não o contrário.

 

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Sobre os eventos híbridos, Linda McNairy (American Express Meetings & Events) e Ariana Reed (American ExpreesGlobal Business Travel) abordaram o processo de planeamento na criação de uma experiência híbrida envolvente. Segundo Ariana Reed, o últimano trouxe várias lições, entre as quais a tentativa de encontrar formas de envolvimento sem se estar pessoalmente com as pessoas. A aprendizagem passa agora também por garantir uma experiência positiva aos participantes presenciais e virtuais.

Há várias coisas que é necessário ter em conta na organização de um evento híbrido, já que existem duas audiências e apenas um evento. Entre outras coisas, os organizadores precisam de entrar na cabeça dos participantes, definir o formato do evento, avaliar as necessidades tecnológicas juntamente com o venue, dar garantias aos participantes presenciais, ser meticuloso na comunicação dos participantes e fazer um orçamento a contar com mais custos, já que às despesas habituais é preciso somar os custos da tecnologia híbrida. A experiência nos eventos virtuais e ao vivo são completamente diferentes, mas há muitas opções de forma a criar uma experiência igualmente envolvente.

 

Sair da zona de conforto para a mudança acontecer

No terceiro dia do evento, o cientista Ozan Varol partilhou as etapas do ‘moonshot thinking’, apresentado como uma forma de imaginar o inimaginável e de resolver o insolúvel, ou seja, pode ajudar as empresas a ver oportunidades que antes não viam, criando vantagens que podem moldar o futuro da indústria. Ozan Varol recomenda que as empresas façam um processo de ‘backcasting’ – que identifiquem a sua realidade ideal no futuro e que comecem a trabalhar ao contrário, de forma a estabelecer o que é necessário para lá chegar. Outras dicas de Ozan Varol passam pela experimentação das ideias e pelo facto de que é possível aprender com o fracasso.

 

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No último dia, Stephen Attenborough (Virgin Galactic) inspirou os participantes a alcançar as estrelas e a sonhar alto, numa sessão onde se falou da possibilidade real de levar pessoas para o espaço. Não apenas algumas, mas milhares. Os custos são elevados, mas o orador acredita que deve diminuir com o tempo, à medida que a competição entrar no mercado. E isso vai abrir uma série de oportunidades para a indústria dos eventos e incentivos. No momento, fornecer ‘food for thought’, enquanto consideramos como repensar a experiência dos eventos no futuro.

Matt Davies (Cvent) partilhou alguns insights sobre como passar dos eventos virtuais para os híbridos e como acompanhar as diferentes procuras de eventos. A IBTM Wired conta que, para Matt Davies, os delegados esperam, cada vez mais, experiências interativas nos três tipos de evento (virtual, híbrido e ao vivo), pelo que os organizadores de eventos precisam de criar um programa total de eventos. “Isto é mais do que apenas melhorar uma parte do evento”, referiu, acrescentando que isto “é enriquecer todos os aspetos da experiência do evento e, em última análise, criar uma estratégia de evento mais robusta para o futuro”.

Na IBTM Wired também houve espaço para falar sobre as reuniões associativas e sobre os impactos da pandemia neste segmento. Apesar de todos os desafios, a indústria abraçou também oportunidades. Senthil Gopinath, (ICCA) partilhou os últimos insights sobre a atual forma de pensamento das associações e apresentou alguns resultados da sua mais recente pesquisa, que apresentam algumas perceções positivas sobre o futuro dos eventos presenciais.

Os dados indicam que 49% dos inquiridos planeiam agendar encontros presenciais na primeira ou segunda metade deste ano, enquanto 38% planeiam para 2022; que há uma forte tendência para as reuniões regionais; que para 96% dos entrevistados a tecnologia impactou a forma como as reuniões são conduzidas; entre outros.

 

Um olhar pelas diferentes regiões do mundo

Ao longo do evento, Alistair Turner (Eight PR & Marketing) foi dando destaque às diferentes regiões do mundo. No primeiro dia, falou com Oscar Cerezales (MCI Asia Pacific) sobre as tendências dos próximos seis a oito meses na região da Ásia-Pacífico. Para Oscar Cerezales, os destinos asiáticos estão de olhos postos no futuro, planeando cenários, criando parcerias e preparando o futuro.

No fundo, resume a IBTM Wired em comunicado, “não há ‘novas’ tendências, apenas tendências antigas que foram aceleradas devido à Covid-19. Para dar um exemplo, a sustentabilidade vai ser fundamental, mas a nova realidade significa que os destinos precisam de olhar para o tema de forma mais ampla do que antes, especialmente em termos de legado e de transformação socia. Os destinos precisam de pensar sobre a sua proposta de valor e sobre qual é o seu papel no futuro de um mundo híbrido”.

No segundo dia, Alistair Turner falou com Sherrif Karamat (PCMA) sobre as tendências da indústria nas Américas, que está num período de transição, dado o processo de vacinação e o início da reabertura das viagens, que estão a mudar a dinâmica dos eventos de negócios. Ainda assim, segundo um relatório da PCMA, os níveis pré-Covid não deverão ser atingidos antes de 2023. Além disso, referiu que os eventos omnicanal vieram para ficar, que o envolvimento digital promove o envolvimento cara-a-cara e que, nos próximos anos, as empresas de tecnologia vão desenvolver plataformas especificamente pensadas para as experiências digitais.

 

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Sobre o cenário no Médio Oriente e em África, Alistair Turner falou com Rick Taylor (The Business Tourism Company), para quem África, por exemplo, tem imensas oportunidades, mas um dos grandes desafios prende-se com a sua imagem. Por isso, desafia dos organizadores de eventos a saírem da sua zona de conforto e a verem o que o continente africano tem para oferecer.

No último dia da sessão Trends Watch, Ali Turner falou com Ben Goedegebuure (Maritz Global Events) para falar sobre o futuro da indústria na Europa. Lembrou o período de ajuste e adaptação, que a indústria teve de aprender rapidamente e que tem havido apenas uma constante – que a mudança pode mudar outra vez. Sobre a retoma, Ben Goedegebuure vê as coisas de forma positiva e prevê que, nos próximos seis meses, a confiança vai voltar ao mercado.

O orador deu conta da recente pesquisa da Strategic Alliance of European Convention Bureaux, sobre o impacto da pandemia, que indica que os níveis de participantes em eventos serão menores, devido à falta de confiança para viajar ou à falta de recursos financeiros das empresas, que os delegados estão mais conscientes sobre as suas escolhas na participação em eventos e sobre a forma como gastam o seu dinheiro, e que, de uma forma geral, as visitas vão recuperar em 2024, mas que os gastos em congressos e eventos não vão recuperar antes de 2026.

Sobre o Certificado Digital Covid da União Europeia, que já está a ser utilizado por 16 países, o orador considera que este tipo de colaboração é importante e que os países precisam de trabalhar juntos. Outro tema abordado foi a experiência, que pode ser um fator decisivo na decisão de se estar presente num evento. “A educação é facilmente obtida através dos eventos digitais – no futuro, terá de ser sobre a forma como pensamos a experiência para quem quiser ir a um evento e as cidades precisas de estar atentas a isso”, refere a IBTM Wired, em nota de imprensa.