IMEX: Tendências positivas para 2020
02-01-2020
Depois de um ano que Carina Bauer definiu como “turbulento” para o mundo em geral e para alguns dos expositores do grupo, a CEO do IMEX Group sublinha que em 2020 o foco vai estar no lado positivo da vida. 2019 foi um ano de tendências que conduziram à inovação e que foram essencialmente disruptivas e extremamente desafiadoras. Agora, no novo ano, a IMEX vai estar focada no lado positivo e destaca quatro tendências que acredita que vão mudar o mundo, a indústria e a forma de trabalhar.
“Estes são desenvolvimentos positivos que esperamos que cresçam rapidamente. Alguns são passos na direção certa, uma reviravolta de anos na direção oposta, outros são novas ideias que podem melhorar o nosso ambiente e o nosso bem-estar”, refere Carina Bauer, acrescentando: “Sustentabilidade, saúde e bem-estar, diversidade, inclusão, colaboração, inteligência artificial, realidade virtual, legado, ‘bleisure’ e ‘mindfulness’ são proeminentes em praticamente todas as conferências do setor e em todas as publicações comerciais. As campanhas de redução de desperdício de alimentos e de utilização única de plásticos são difundidas e bem estabelecidas. É ótimo ver isso.”
Mas o que há depois disso? Estas são as quatro tendências positivas que a IMEX indica para 2020:
Economia Circular
‘Como uma alternativa a uma economia linear tradicional (fazer, usar, descartar), a economia circular mantém os recursos em utilização pelo máximo de tempo possível, extraindo o valor máximo deles enquanto estão em uso, para depois recuperar e regenerar produtos e materiais no fim de vida útil’. Esta é a essência da economia circular, que a WRAP, uma organização dedicada a melhorar a eficiência dos recursos, captou com clareza. Avança a IMEX que a ‘consciência da sustentabilidade’ contribuiu muito para a mudança de atitudes e comportamentos para melhor, parando com práticas como o uso único dos plásticos que prejudicam o planeta, e encorajando a redução de desperdício e a reciclagem. O próximo passo positivo é criar modelos de negócio baseados na economia circular, que tenham assegurados os princípios do ‘desperdício zero’, que maximizem a vida útil do produto e a reutilização e a reciclagem de materiais. O Fórum Económico Mundial mostrou com ‘Your next pair of sneakers could be made from coffee’ uma história atraente de economia circular, um exemplo do que pode ser feito.
Aceitar o desafio dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas
Miguel Naranjo, program officer para os UN Framework Convention Goals, considera que “produzir eventos sustentáveis é a única forma de assegurar que os vossos negócios vão continuar a existir; não é uma adição – é a única opção”. Uma opinião expressa durante uma conferência de imprensa na IMEX America 2019 para anunciar Centro para Eventos Sustentáveis do Event Industry Council (EIC), do qual o IMEX Group é um dos patrocinadores. O centro foi criado para alinhar a indústria com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, que se estão a tornar num ‘ponto de referência’ para negócios em todas as indústrias. Esta importante iniciativa do EIC conta com o apoio de várias das principais organizações do setor e segue o lançamento dos Padrões de Eventos Sustentáveis do EIC, para que juntos possam criar um novo foco e frisar a urgência deste tópico. O prémio anual IMEX-EIC Innovation in Sustainability está a gerar muito interesse e pretende encorajar a indústria a criar novas iniciativas. A saber que as candidaturas estão abertas até 20 de janeiro.
Saúde e bem-estar: mais foco na saúde mental
A cobertura mediática sem precedentes no âmbito do World Mental Health Day, a 10 de outubro, no setor dos eventos e no mundo em geral, testemunham a mudança de paradigma sobre a saúde mental. A IMEX lembra que, de acordo com Global Burden of Disease do Institute of Health Metrics Evaluation, cerca de 13% da população global (cerca de 971 milhões de pessoas) sofre de algum tipo de problema mental. Também de acordo com Arianna Huffington, da Thrive Global, 300 milhões de pessoas sofrem com depressão, “a principal causa de incapacidade no mundo”, e vários milhões de pessoas sofrem de ansiedade, stresse ou demência. Uma grande mudança prende-se com o facto de estar a desaparecer o estigma associado às doenças mentais, com campanhas que dizem ‘It’s OK not to be OK’. E depois há várias iniciativas de apoio, muitas aplicações para ajudar nesta matéria, dedicadas ao bem-estar ou à qualidade do sono, por exemplo, e existe treino para ajudar a identificar os problemas e ajudar os trabalhadores. Também há mais empregadores que estão a tentar minimizar as causas de stresse e ansiedade no trabalho, promovendo, por exemplo, horas de trabalho flexíveis e locais de trabalho onde os trabalhadores podem encontrar paz e sossego fora das suas secretárias.
Como a inteligência artificial pode tornar uma viagem numa experiência agradável e menos stressante
Segundo uma pesquisa da Universidade de Montreal, viagens de 20 minutos ou mais podem levar a stresse crónico e ‘burnout’. Não é uma surpresa, mas é bom saber que a deteção de emoções em tempo real e a inteligência artificial estão a ser usadas para combater o stresse e para levar uma sensação de bem-estar e de calma aos ambientes de viagem. No sistema de metro de Estocolmo, durante duas semanas, foi criada uma Galeria de Arte Emocional, pelo Clear Channel Sweden, para ajudar os viajantes a acalmar. Foram sintetizados, em tempo real, dados disponíveis nas pesquisas do Google, redes sociais e novos artigos, que determinavam o ‘mood’ da cidade. Esses dados foram usados para selecionar e exibir em ecrãs obras de arte, de seis artistas, destinadas a combater o stresse e a ansiedade da viagem, transmitindo sensações de energia, amor, paz, calma, felicidade, conforto e segurança. Também os robôs de deteção de emoções podem ser implementados em benefício dos viajantes nos aeroportos. O novo aeroporto de Istambul utiliza-os para melhorar as experiências dos viajantes. Nely – um robô da Human Age Technology, empresa sediada na Turquia – dá informações sobre o tráfego, os portões de embarque ou as previsões do tempo, enquanto lê as emoções dos seus utilizadores e reagindo de acordo com elas. Desta forma, as interações são mais úteis e agradáveis, diminuindo os níveis de stresse. A ideia está a ser também aplicada na condução. Na CES 2019, a empresa automóvel sul-coreana Kia mostrou o sistema Real-time Emotion Adaptive Driving (R.E.A.D.), desenhado para reduzir os níveis de stresse. O sistema analisa as emoções dos condutores, através de tecnologia de reconhecimento, que deteta expressões faciais e batimentos cardíacos para determinar o estado emocional e ajustar o interior do carro, como a iluminação ou a música, de forma a melhorar o estado de espírito do condutor.
“Estamos ansiosos que estas tendências façam de 2020 um ano de mudanças positivas”, conclui Carina Bauer.