Luca Favetta: “Os eventos são catalisadores de desenvolvimento social e económico”
17-10-2019
Esta é uma entrevista exclusiva à Event Point, gravada em Barcelona, à margem da European Influencers Summit (EIS), que se realizou entre 22 e 24 de setembro.
Luca, que balanço é possível fazer da sua missão, de dar maior visibilidade à PCMA na Europa?
É incrível pensar que já passaram dois anos e meio desde que aceitei este desafio… mas estou muito satisfeito, porque finalmente vemos o reconhecimento desse trabalho. Hoje estamos na EIS, um evento que começámos há dois anos, como um evento bastante pequeno, para 40 pessoas, e hoje temos quase 300 registadas… Pusemos em prática uma estratégia, construimos um produto, e estamos a desenvolver e a entregar os pontos desse programa. Isto tem permitido que a PCMA se estabeleça, e seja reconhecida, também na Europa.
Claro que não é fácil porque começámos quase do zero, e leva tempo. O reconhecimento, o envolvimento estão a crescer, o número de membros está a aumentar, mas esse nem sequer é o nosso principal objetivo, porque sabemos que primeiro surge o reconhecimento, com ele o envolvimento, e só depois, num terceiro passo, podemos esperar ter mais membros.
Criámos uma série do que chamamos Knowledge Exchanges, uma série de pequenas mesas-redondas, dirigidas a targets específicos ou a targets diferentes, e já temos seis ou sete planeadas um pouco por toda a Europa; temos a EIS, que se tornou o nosso evento-bandeira, e que este ano atraiu, como já disse, cerca de 300 pessoas; e estamos a comunicar através de todos os canais de que dispomos.
Depois de dois anos e meio, devo dizer que estou muito satisfeito com o modo como a PCMA se desenvolveu na região.
Como é que a European Influencers Summit se insere nesta estratégia?
Olhámos para o meeting e para o event design e procurámos encontrar formas de criar esse envolvimento. No Innovation Hub, para o qual nos inspiramos no Convening Leaders, criámos um espaço grande onde a maioria das atividades acontecem, permitindo que toda a audiência se sinta realmente envolvida. À tarde vamos levar um terço dos nossos participantes para um estádio de futebol (Camp Nou), onde vamos ter peritos da equipa de marketing do FC Barcelona, que vão explicar como é que o clube constrói a sua comunidade, e cria envolvimento com essa comunidade. Escolhemos um venue que tem uma ligação com o conteúdo, que tem uma ligação com o nosso público. E é isso que estamos a tentar fazer em todos os momentos deste evento.
De que forma escolhem os destinos para onde levam a EIS?
O evento já aconteceu duas vezes em Espanha, mas isso não corresponde a uma estratégia. Publicamos um RFP - todos os destinos na Europa podem responder a esse RFP -, e a melhor proposta vence. No ano passado estivemos em Sevilha, e este ano foi Barcelona. Ambas as candidaturas tinham a seu favor o compromisso das próprias cidades, um critério que para nós é importante. Não é apenas acolher e dar o suporte financeiro necessário, é assumir mesmo isto como uma parceria, e isto é algo que a PCMA está a fazer com todos os eventos que estamos a organizar. Se olharmos para San Francisco, para Pittsburgh no ano passado, que acolheu o Convening Leaders, um dos critérios para escolhermos um destino é sentirmos que existe um empenho, um desejo de acolher os nossos eventos, em parceria connosco. Claro que têm que existir boas ligações, acessibilidades, mas como estamos a falar de eventos que são ainda de pequena dimensão, no caso do EIS, cabemos em qualquer lugar. Repito, o mais importante é partilhar ideias, e construir um programa que não seja apenas uma decisão da PCMA, é uma escolha feita entre o venue, o destino e a PCMA.
Vimos passar há pouco Sheriff Karamat, presidente e CEO da PCMA, isto demonstra o compromisso da Associação com a Europa?
Sim, foi uma decisão unânime do conselho da PCMA, e foi uma decisão arrojada: tornar-se uma associação global. Temos um compromisso total de todos eles, a começar pelo próprio presidente, Sheriff Karamat. Move-nos essa visão inovadora que ele trouxe para a PCMA, de que os eventos são catalisadores de desenvolvimento social e económico, e é essa luz que perseguimos em tudo o que estamos a fazer, seja na Europa ou na Ásia. Temos um escritório com quatro pessoas em Singapura, o que mostra como a PCMA investiu em contratar recursos humanos, e eu pessoalmente estou muito satisfeito por me terem escolhido para a Europa.
E quais vão ser os próximos passos?
Os recursos de que dispomos não são ilimitados, e por isso precisamos de estabelecer prioridades. No primeiro e no segundo anos tratava-se de criar reconhecimento, agora temos que ser mais focados. Se olhamos para o universo das associações, por exemplo, sabemos que Bruxelas, Suíça e Londres são os principais mercados. Em termos de serviços, estamos apostados em providenciar consultoria. Não é apenas entregar programas educacionais, é ajudar os destinos a melhorar o posicionamento, através de consultoria em marketing e em eventos. Sobretudo aos destinos emergentes, que podem precisar de ajuda na formação dos seus elementos, ou em definir estratégias de marketing para melhorar o seu posicionamento, e poderem estabelecer-se como uma marca relevante para este segmento, na sua região ou país...
Procuramos crescer organicamente em todas as diferentes categorias da meetings industry. Estamos a dar uma particular atenção aos suppliers, onde estamos a ter uma boa recetividade. Mais difícil é obter o reconhecimento do lado das associações e dos corporativos, naquilo a que chamamos business event strategists - uma terminologia que nós criámos, e por isso procuramos não falar de corporate planners ou association planners. Falamos de business event strategists porque estamos plenamente convencidos de que os eventos estão 100% embrenhados no plano do negócio, em linha com aquela que é a nossa visão da meetings industry. Tenho por isso dedicado muito tempo e esforço para desenvolver em paralelo os dois lados, fornecedores e profissionais de eventos, para que juntos possamos criar a plataforma que permita o crescimento da PCMA na Europa.