Os casamentos e o ‘enlace’ com a pandemia: divórcio à vista?

30-06-2020

Para aferir o impacto da pandemia no segmento, ouvimos a Mary Me, a Grandes Encontros, a Best Events e a NewEvents.

A pandemia deu um nó na vida de quem trabalha neste segmento dos casamentos. À semelhança de outros setores de atividade, este também foi afetado pela pandemia, que levou muitos noivos a adiarem as suas cerimónias. O segmento dos casamentos agrega vários serviços, como organização do evento, catering, venues, feiras especializadas, decoração, música, entre outros, pelo que quisemos aferir, junto de empresas do setor, o impacto e as suas expectativas para o futuro. No discurso, há alguns pontos em comum, mas destacamos o otimismo e a esperança em relação aos dias que virão.

 

Dentro de dois anos, “vamos voltar a abraçar nova e lentamente”

A Mary Me é uma empresa de organização de casamentos e, com a pandemia, viu as cerimónias agendadas para este ano serem adiadas para 2021, à exceção de um casamento que está previsto para o próximo agosto ou setembro. Maria Luís Teixeira, fundadora e CEO da Mary Me, considera que para a maioria dos casais não existe um sentimento de segurança e de conforto dos convidados e que, por isso, decidiu adiar o evento. “Sendo a grande maioria dos nossos clientes estrangeiros ou a residir no estrangeiro, bem como os seus convidados, casar este ano acabou por não ser sequer opção e as decisões começaram a ser tomadas entre abril e maio. À exceção desse casal de portugueses que confia na consciência dos seus convidados e que crê que tudo correrá pelo melhor”, conta a responsável.

 

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Maria Luís Teixeira, CEO da Mary Me

 

Maria Luís Teixeira lembra que “os casamentos são um evento bastante complexo e que abrange várias áreas”. Não tendo sido adiantada nenhuma regra especificamente criada para os casamentos, “o que está a ser feito é uma combinação de várias áreas já reguladas e uma avaliação, a meu ver, de senso comum”. E exemplifica. “Quanto às cerimónias católicas, não há dúvidas. São realizadas perante as regras da própria Igreja”, tendo em conta a sua capacidade, de forma a ser cumprida a distância de segurança durante a celebração, por exemplo. Relativamente às cerimónias civis, “os conservadores não estão atualmente a dirigirem-se para espaços de eventos para a celebração das mesmas”, pelo que o enlace deverá ter lugar na Conservatória, com apenas duas pessoas, eventualmente. Quanto às cerimónias simbólicas, “se forem ao ar livre, e sempre respeitando a distância de segurança e a capacidade total do espaço de eventos (que deverá ser de 50% da total), não cremos que seja impeditiva a sua realização”.

Segue-se o cocktail. Apesar de as restrições, no que toca ao número de pessoas, serem apenas as do venue selecionado, “é complicado verem-se cumpridas as regras de etiqueta respiratória, uso de máscara e distância segura entre as pessoas, uma vez que falamos de um momento de confraternização e agitação, com comida e bebida à mistura”. Por isso, para minimizar o risco, “têm de ser feitas ao ar livre”. O jantar ou o almoço devem cumprir as regras da restauração (“agregados familiares por mesas, sempre cumprindo a distância de segurança”) e o baile… “confesso que tenho receio deste ponto e de como será possível cumpri-lo”. Afinal, como será possível garantir a distância de segurança quando os convidados quiserem dar um “pezinho de dança”? Uma questão que Maria Luís Teixeira considera complicada. “Por mais que possam fazer o baile no exterior (que teria de o ser), com a disponibilidade de bebidas alcoólicas, música alta, pode ser bastante complicado.” Ao casal que ainda prevê dar o nó este ano, a Mary Me sugeriu cortar o bolo dos noivos após o jantar, abrir o baile e realizar um momento de despedida de grande parte dos convidados. “Confesso que este ‘estilo’ de casamento nos deixa a todos enquanto profissionais bastante apreensivos. Do nosso lado, vamos garantir que tudo é cumprido e que o risco é o mais minimizado possível, mas estamos a falar de um dia repleto de emoções em que os abraços estão proibidos e, por não termos ainda vivido nada assim, acabamos por ficar mais apreensivos.”

 

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Casamento organizado pela Mary Me / ©Hélder Couto Photo

 

Maria Luís Teixeira considera que o setor vai ter uma realidade diferente no próximo ano, que o uso da máscara e dos comportamentos “mais distantes” entre todos já se vão tornar um hábito, por isso, “casar num cenário assim já será visto de maneira mais ‘consciente’ que durante este ano”. Mas tudo vai depender da evolução da Covid-19 em Portugal e no mundo e do conhecimento sobre a doença. De qualquer forma, “o que se está a passar ‘mudou-nos’ para sempre e o impacto será sentido”. Ainda assim, a empresa conta já com contactos para a realização de casamentos no próximo ano. Este “tempo de reflexão” ajudou os indecisos a tomar a decisão e, “ao contrário do que temia, há mais pessoas a querer casar agora”. E o digital é uma boa ajuda para a Mary Me, que “capta clientes no mundo inteiro”. A responsável considera que o digital “deve apelar ao que temos de bom”, falando “de emoções, de amor, de ‘estarmos juntos’”.

Apesar deste “ponto de rutura” – que não é necessariamente mau, já que “as pessoas vão passar a valorizar muito mais a companhia dos convidados”, embora apreensivas relativamente aos beijos e abraços –, Maria Luís Teixeira acredita que, dentro de dois anos, quando a situação acalmar, “vamos voltar a abraçar nova e lentamente”. A CEO da Mary Me considera ainda que “vamos ter mais europeus” com interesse em casar em Portugal, “mas menos americanos e brasileiros”, aqui também pelo impacto da Covid-19 nos Estados Unidos e no Brasil. Além disso, o poder de compra vai reduzir. “É muito ingrato fazer previsões para o futuro sem pensarmos em tudo isto e sabermos que (se antes não o sabíamos sabemos agora) tudo é imprevisível e tudo pode mudar num dia.”

 

Grandes Encontros otimista, apesar do “murro no estômago”

Com 25 anos de experiência de catering, a Grandes Encontros foi, como qualquer outra empresa, apanhada de surpresa pela pandemia, sofrendo um impacto negativo. “O ano de 2020, em termos de agenda de encomendas, estava praticamente sem qualquer folga, podendo quase afirmar que seria um ano altamente prometedor em que poderíamos mostrar com clareza ao mercado a excelência dos nossos serviços, nomeadamente com um rigor mais acentuado do nosso grau de exigência”, explica Rita Mendes, do departamento de Organização de Eventos da empresa, adiantando que, tendo em conta que a preparação dos procedimentos tem mais incidência em janeiro e fevereiro, “sentimos como que com ‘um murro no estômago’”, já que “todos os esforços com vista a cumprir o calendário apertado tinham ido por água abaixo”. Os clientes começaram a adiar os eventos (para data a agendar ou para 2021) e houve quem os tivesse cancelado. E tudo isto acabou por criar um novo problema: encaixar os eventos não realizados este ano no calendário com os eventos já programados para 2021. “Este reagendamento tem ocupado os nossos técnicos, no sentido de que nenhum dos nossos clientes se sinta sem resposta da nossa parte.”

 

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Rita Mendes, do departamento de Organização de Eventos da Grandes Encontros

 

Durante este período, a Grandes Encontros aproveitou para estudar melhores procedimentos e também para reinventar o negócio, criando uma nova vertente da atividade. Assim, foi criada a Grandes Encontros Delivery / Takeaway, uma forma de “aproveitarmos todo o nosso ‘know how’ para fazermos o serviço de entrega de refeições individuais em casa, com a mesmíssima qualidade que temos no catering”, através de embalagens amigas do ambiente – recicláveis, compostáveis e reutilizáveis –, que garantem “que as refeições chegam ao consumidor à temperatura certa e com a apresentação que um serviço como o nosso exige”. Este é um serviço para manter no futuro, por estar a fazer sentido junto dos clientes e pelo facto de, por ser servido em embalagens individuais, permitir “uma panóplia de soluções até agora não encontradas no mercado”.

Para além do plano de contingência interno, a Grandes Encontros foi obrigada “a criar planos específicos para os eventos particulares, onde entram os casamentos e eventos empresariais”: os recursos humanos da empresa utilizam sempre máscara e têm ‘timings’ específicos de lavagem e higienização de mãos; são servidas porções individuais; o serviço é totalmente empratado; em buffet, só os funcionários é que podem servir o cliente, entre outras medidas.

Tudo para garantir um sentimento de segurança. Mas “tudo isto é novo, nem nós sabemos que se o que estamos a aplicar é 100% seguro”, nem o próprio cliente tem noção de todos os procedimentos necessários, alerta Rita Mendes, acrescentando: “Temos sentido por parte dos noivos grandes indecisões na concretização da fixação de um dia mais breve, pois têm receio que os seus convidados não se disponham a ir ao evento.” A quem marcou o dia e não pôde concretizá-lo, a Grandes Encontros tem proporcionado uma refeição a dois “para que o dia original marcado fique na memória dos nossos noivos”. A responsável lembra ainda que, além da intervenção da empresa no evento, há ainda que ter em conta os planos de contingência dos espaços, que têm de ser aprovados, tendo em conta que “o limite de pessoas por evento tem tido alterações a todo o momento”.

 

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Grandes Encontros Delivery / Takeaway

 

Rita Mendes considera que “só para março do próximo ano se irão fazer eventos de forma regular, ao nível dos anos anteriores” e que o grau de exigência da higiene e segurança vai ser maior. “A retoma da atividade vai obrigar esforços excecionais, pois num ano vai ter de se fazer o trabalho de dois anos, isto é, praticamente todos os contratos firmados em 2020 terão de ser cumpridos em 2021.” Dificuldades que vão obrigar a empresa a arranjar melhores soluções, sem descurar a qualidade. “Aguardamos com ânsia que as regras que o Governo impôs sejam levantadas, pois todo o investimento efetuado em todos os recursos corre o risco de se perder este ano, o que criaria um sentimento de impotência sem precedentes.”

E será que o digital poderá contribuir para a recuperação do setor? A Grandes Encontros utiliza vários recursos digitais e “tem feito investimentos de toda a natureza no sentido de dotar todos os colaboradores de meios digitais suficientes para poderem desenvolver todo o trabalho de preparação dos serviços”. O digital está presente na comunicação nas redes sociais, na orçamentação, na visita técnica e na preparação de todo o protocolo até ao fecho do evento.

A equipa da Grandes Encontros tem “uma forma muita otimista de ver o futuro da empresa e da atividade”. Nesta paragem, a empresa aproveitou para rever todos os procedimentos, formar melhor os colaboradores, testar os protocolos. “Temos a certeza que temos um lugar na atividade e que, como em tudo na vida, só quem estiver bem organizado tem lugar no mundo empresarial. E se tivermos a capacidade de nos mantermos fiéis aos nossos princípios de trabalho, o futuro será risonho, apesar destes percalços”, conclui Rita Mendes.

 

2021 e 2022 vão ser anos “de recuperação e equilíbrio”

A Best Events organiza quatro evento dedicados ao segmento dos casamentos: a ViseuNoivos (que está prevista para 17 e 18 de outubro), a BragaNoivos (de 23 a 25 de outubro), a VigoBodas (7 e 8 de novembro) e a White Weding Porto (de 13 a 15 de novembro). Estando estes eventos concentrados no último trimestre do ano, a Best Events ainda não sentiu, até ao momento, o turbilhão causado pela pandemia. “Mas é óbvio que vamos sentir esse impacto. Ainda não temos a noção da dimensão”, frisa Jorge Ferreira, CEO da Best Events.

 

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Jorge Ferreira, CEO da Best Events

 

Está previsto que os eventos que a empresa organiza sejam físicos. Jorge Ferreira sublinha que não faz sentido pensar em eventos virtuais, já que “as feiras necessitam do contacto direto”, sendo uma “mais-valia deste tipo de eventos”. “É óbvio que o desenvolvimento tecnológico permite-nos fazer upgrades qualitativos aos nossos eventos. E esta pandemia permitiu acelerar alguns processos”, conta o responsável, revelando que a empresa vai lançar este ano um novo produto. Trata-se da BragaNoivos 360º, “uma feira virtual, apresentada numa plataforma inovadora”.

Mesmo que um evento virtual não substitua a excitação e a atmosfera do evento presencial, a BragaNoivos 360º promete uma experiência única para o visitante, já que vai ser possível ver e/ou rever o evento, falar e tirar dúvidas com os expositores em tempo real, assistir aos desfiles e animações do evento e visitá-lo como se estivessem no recinto. “A utilização desta tecnologia visa melhorar a eficácia de participação na BragaNoivos, assim como melhorar o esforço de marketing a empreender no pós-feira.”

O segmento dos casamentos está, no momento, circunscrito às diretrizes indicadas para a restauração. Mas há agulhas a acertar. “No caso das celebrações religiosas, temos também de respeitar as regras impostas para os locais de culto. No ponto mais complicado de um casamento – o baile – as interpretações ainda são dúbias. Mas temos que nos cingir ao facto de não podermos ter aglomerações superiores a 20 pessoas”, explica Jorge Ferreira. Sobre a parte mais importante do evento, os noivos, o responsável adianta que estes estiveram e estão um pouco “perdidos”. “O Governo demorou muito tempo a apresentar as diretrizes. Isso provocou muita incerteza”, pelo que “a maior parte dos casamentos foram adiados para 2021”.

 

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BragaNoivos (Best Events)

 

E “à custa da ‘desgraça’ deste ano”, e também partindo do princípio de que tudo volta ainda este ano à normalidade, Jorge Ferreira considera que 2021 e 2022 vão ser anos bons, “de recuperação e equilíbrio”. “Não podemos esquecer que este setor pode ficar sem trabalhar um ano e meio – abrandou em finais de outubro de 2019 e, quando ia retomar em março de 2020, aparece a pandemia e agora só deverá começar em março 2021. Aqui pode estar o grande problema: quantas empresas conseguirão aguentar?”, questiona o empresário, que, no caminho da retoma, vê o digital apenas como uma forma de ajudar na melhoria dos métodos de trabalho nas empresas.

Sendo uma pessoa “positiva por natureza”, Jorge Ferreira acredita que “depois da tempestade vem a bonança”. Esta paragem serviu para a BestEvents pensar em novos projetos e em novas feiras para 2021. Pelo que o responsável acredita que vêm por aí “bons tempos”.

 

“É necessário termos a capacidade de nos reinventarmos

Na NewEvents Global, que organiza a ExpoNoivos, o impacto da pandemia foi semelhante a tantas outras empresas. A nível internacional, afetou as áreas de auditoria presencial, consultoria e formação – atividades que foram suspensas ou adiadas devido às restrições de viagens e ao cancelamento de eventos. A nível nacional, a empresa não recorreu ao layoff e manteve a atividade em regime de teletrabalho, “porque entendemos que, sendo a ExpoNoivos líder e a principal referência do casamento em Portugal, deveríamos ser solidários e disponibilizar-nos para apoiar a indústria do casamento”, refere António Manuel Brito, CEO da NewEvents, que criou o movimento ‘Juntos pelo casamento’, com o objetivo de, com as empresas do setor, desenvolver “um Manual de Boas Práticas para a retoma da indústria do casamento” e “‘pressionar’ o poder político para a reabertura em segurança dos eventos sociais, em particular, dos casamentos e batizados”. De acordo com António Manuel Brito, houve reuniões com grupos parlamentares e com o Governo. “Foi um trabalho árduo, mas o movimento conseguiu, na verdade, sensibilizar o poder político” para a importância económica e social deste segmento e para o impacto que a paragem no setor causa nas empresas e nos postos de trabalho.

António Manuel Brito explica que as regras que se aplicam ao segmento são as “que estão vertidas nas orientações da DGS publicadas a 9 de junho e recomendam que sejam aplicadas as orientações da restauração”: ocupação de 50% do espaço, restrições no serviço de buffets e receções e normas de higienização e segurança permanentes. No entanto, na sua perspetiva, “a principal regra é o bom senso”, lembrando que, embora num ambiente familiar teoricamente mais protegido e controlado, não se deve “contribuir para exageros” e que é necessário “respeitar as regras do distanciamento social e de higiene”.

 

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António Manuel Brito, CEO da NewEvents

 

António Manuel Brito entende não ser fácil, “para quem espera uma festa única e em total liberdade, ter de cumprir algumas limitações e assumir regras de distanciamento social, quando este é um evento onde os afetos são mais evidentes”. Daí ser compreensível que alguns noivos adiem a sua festa de casamento. Mas “ninguém sabe o que irá acontecer nos próximos meses e, como tal, adiar ou cancelar pode não ser solução, pois ninguém tem garantia do que irá acontecer amanhã. Agora, o que sabemos é que hoje é permitido realizar casamentos em segurança, desde que se respeitem as regras”, com bom senso e sentido de responsabilidade. O responsável lembra ainda que os espaços estão a fazer de tudo para garantir a segurança de noivos e convidados.

O CEO da NewEvents acredita que é possível ver neste “novo normal” uma “oportunidade de fazer a diferença, utilizando a imaginação e criatividade para que não tenha de ser uma experiência negativa”. “E tenho a certeza que todos os profissionais do setor estarão à altura para proporcionar esse momento memorável.” António Manuel Brito conta que a ExpoNoivos pretende “inspirar a confiança nos noivos para que possam casar ainda este ano” e que tem vindo a comunicar de forma permanente nos meios digitais. Também com os fornecedores, tem sido criado conteúdo com mensagens positivas, para ser divulgado em vídeo, imagens e textos, “de forma a criar esse clima de confiança no mercado; matéria que felizmente tem sido muito bem acolhida pelos noivos”.

Ainda assim, com todos os esforços, a retoma deverá ser, como nos restantes setores, “lenta e difícil”. Mas as crises geram oportunidades e, por isso, “é necessário termos a capacidade de nos reinventarmos, pensarmos em outras soluções”. Não se sabe o que o amanhã trará, “mas somos sobreviventes e iremos ultrapassar, sem dúvida, mais uma crise, com paciência e resiliência, tal como ultrapassamos as crises financeiras anteriores de mais difícil retoma”. Importante é não esquecer “esta é a indústria das emoções e tudo se baseia em experiências que se pretendem únicas – estas fazem parte do ser humano”.

 

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ExpoNoivos (NewEvents)

 

A 27ª edição da ExpoNoivos em Lisboa está marcada para 9 e 10 de janeiro e a edição do Porto vai ter lugar a 16 e 17 de janeiro. A organização já está a trabalhar no evento, embora não se saiba como vai evoluir a situação de pandemia. Os eventos vão ser presenciais e é essencial garantir a total segurança dos participantes. Questionado sobre a possibilidade de serem realizados online, António Manuel Brito refere que não acredita nos eventos 100% virtuais. “Opoder F2F é único e, para mais, a necessidade atual que todos nós, como seres humanos, temos hoje de socializar, irá potenciar ainda mais as feiras e a vontade de nos relacionarmos cara a cara.” No entanto, “entendemos que se abriu um caminho para potenciar os eventos híbridos e a digitalização faz parte da nossa vida”, pelo que, perante a necessidade de se aprender a viver no evento físico e virtual, “estamos a estudar alguns formatos digitais que poderão agregar valor à ExpoNoivos e complementar as necessidades do mercado, evoluindo também para um nível híbrido”, conta. Do pontode vista da comunicação, o digital “veio para ficar”, mas será sempre “um complemento e não um substituto”.

Esta é uma situação sem precedentes e ninguém sabe o que vai acontecer amanhã, mas, “se não podemos vencer a guerra a curto prazo, iremos ter de aprender a viver com o vírus”. Assim sendo, “temos de pensar positivo, ter esperança no futuro e principalmente aproveitar para pensar no que pretendemos da vida e do planeta”. E acrescenta que a capacidade de reinventar, de avaliar as adversidades e de implementar um plano de contingência faz parte “do DNA” dos organizadores de eventos. “Acho que iremos sobreviver mais uma vez”, tirando lições desta crise. “Espero que nada nos consiga tirar a esperança e a necessidade de fazermos deste um mundo melhor e onde por vezes a própria natureza nos dá sinais que teimamos em não querer entender.”

 

Maria João Leite

 

Fotografia de Abertura:
Casamento organizado pela Mary Me / ©Meraki