“Representamos um segmento inteiro que vive e morre com a confiança que gera”
13-09-2021
Numa altura em que os eventos estão a voltar aos poucos ao formato presencial, vem aí mais uma edição do Chefs on Fire, um evento que junta gastronomia, música e fogo. Criado pela Lohad, o evento vai contar este ano apenas com talentos nacionais, quer à mesa, quer no palco, para apoiar duas áreas fortemente afetadas pela pandemia, como explica Gonçalo Castel-Branco, CEO da agência que organiza o evento. Vão estar em destaque 14 chefs que vão cozinhar com fogo e dez bandas que vão ter a seu cargo a animação musical do evento.
E embora o evento fosse já ‘Covid friendly’, Gonçalo Castel-Branco lembra, nesta entrevista, que há este ano “uma responsabilidade acrescida”, que passa por garantir a confiança e a honra das marcas e do público. “Acho que, neste momento, todos temos de aceitar que representamos mais do que o nosso evento – representamos um segmento inteiro que vive e morre com a confiança que gera”, frisa.
Como surgiu a ideia de criar um evento deste tipo? Pode falar-nos do seu conceito?
Depois do Presidential, queria criar uma experiência gastronómica que pudesse chegar a mais pessoas e que pudesse ocupar o espaço de festival de música premium. A ideia de trabalhar com fogo surgiu de forma natural, porque é uma paixão antiga, que casa com os grandes trends que gostamos de ativar: o slow living, a preocupação com a origem e o produto, a sustentabilidade e o novo luxo. A partir daí, usámos a receita do costume: desenhar uma experiência que eu pagaria para ir – com muita qualidade, conforto, tudo incluído no bilhete, e parceiros que falam a nossa língua.
Quais os destaques desta edição?
Esta edição será com talento totalmente nacional – para apoiar dois dos grupos mais afetados pela pandemia (os chefs e os músicos). Também o line up de patrocinadores mudou muito, tendo apostado em marcas empenhadas em apoiar o mercado numa altura tão difícil – a Super Bock, a Sogrape (com o seu Trinca Bolotas), a Nestlé – e em parceiros desde o primeiro momento, como a Makro, Riedel e, claro, o Turismo de Cascais.
Quais os desafios de organizar um evento presencial neste regresso aos eventos?
No caso do Chefs on Fire, temos a sorte de o produto ser já ‘covid friendly’ ainda antes de haver Covid, já que apostamos em muito poucos bilhetes (apenas 1.500 por dia) num espaço com capacidade para o dobro. Ainda assim, existe uma responsabilidade acrescida em garantir que o evento não só merece a confiança das marcas e do público, como a honra. Acho que, neste momento, todos temos de aceitar que representamos mais do que o nosso evento – representamos um segmento inteiro que vive e morre com a confiança que gera.
Relativamente à Covid-19, que protocolos de segurança vão ser implementados?
O evento funcionará como evento-bolha: 100% dos clientes e staff serão testados, mesmo que tenham certificados de vacinação válidos. Além disso, os naturais protocolos estarão em vigor (máscaras, gel, etc).
O evento vai decorrer em Cascais. Há algum motivo especial para esta escolha?
Cascais foi o nosso primeiro parceiro e temos uma relação extraordinária com a cidade e com o turismo. Não só é uma cidade que sabe receber eventos como muito poucas no nosso país, como entendeu desde cedo o potencial do Chefs on Fire no posicionamento da marca Cascais como destino gastronómico. Diria que mais que um host, a cidade está no DNA do projeto e será a sua casa no futuro.
Qual o potencial de internacionalização de um evento como este?
Temos planos de internacionalização da marca, mas nesta fase pandémica estão, naturalmente, em pausa.
O Chefs on Fire pode vir a realizar-se noutros destinos? Quais os vossos planos?
O nosso novo formato de pop ups (Mini Chefs on Fire que podem ser itinerantes) será grande parte da nossa estratégia de 2022, com vários pop ups já confirmados em cidades por Portugal fora e com vários clientes corporate a aproveitarem a enorme oportunidade para eventos privados.
Que expectativas tem para esta edição?
No caso da Lohad, porque gostamos de inovar, o primeiro ano é sempre um ano de experimentação, o segundo ano é quando aperfeiçoamos (e quando investimos mais em construção de ativos físicos) e o terceiro ano é o ano da maturidade. A minha expectativa é precisamente essa: que, apesar de todas as contrariedades impostas pela pandemia, este seja o ano em que o Chefs on Fire atinge a maturidade enquanto melhor experiência de festival de música em Portugal.
Cláudia Coutinho de Sousa e Maria João Leite