Viajar? Indianos e tailandeses estão mais confiantes, diz pesquisa

03-08-2020

Os cidadãos indianos e tailandeses estão mais confiantes no que toca a voltar a viajar, de acordo com o estudo ‘Unravel Travel: fear & possibilities in a post coronavírus (Covid-19) world’, levado a cabo pela Blackbox Research, Dynata e Language Connect. De acordo com a TTG Asia, a pesquisa questionou mais de dez mil pessoas de 17 países sobre o que sentem relativamente a viajar no pós-pandemia.

O estudo mediu os níveis de confiança do país, a partir de dois indicadores: quão confortável o inquirido está relativamente a realizar viagens internacionais nos próximos 12 meses e quão bem preparado se sente sobre a reabertura do seu país às atividades de turismo e lazer. Índia e Tailândia somaram 76 pontos no total dos indicadores e lideram a lista dos cidadãos mais confiantes para viajar. Seguem-se a França (com 71 pontos), China (69), Alemanha (68), Dinamarca (67), Indonésia (65), Singapura (64) e Austrália (61), Suécia (58), Nova Zelândia (55), Reino Unido (55), Canadá (54), Estados Unidos (51), Hong Kong (50), Filipinas (43) e Japão (40).

Avança a TTG Asia que Saurabh Sardana, COO da BlackBox Research, considera que a pontuação de cada país reflete a perceção da importância do turismo na economia do país, a gestão nacional dos casos de Covid-19 e até experiências com outras epidemias. “Como uma parte significativa da Ásia experimentou epidemias semelhantes, não é de surpreender que os viajantes asiáticos sejam mais resilientes e otimistas. Embora a Índia e a Indonésia tenham visto recentemente o número de casos a aumentar, as suas reputações como potências turísticas significam que vai ser difícil para eles negligenciarem o setor das viagens a longo prazo”, refere o responsável, citado pela TTG Asia.

O estudo acrescenta que 44% dos inquiridos preferem evitar fazer férias internacionais: japoneses (32%), filipinos (42%), neozelandeses (43%) e australianos (52%) são os que demonstram menos vontade de realizar viagens internacionais de longo curso. A pesquisa revela ainda que as viagens regionais são cada vez mais uma tendência e que garantias de segurança são cada vez mais necessárias: 80% dos inquiridos estão dispostos a pagar mais por alojamento seguro; 74% preferem pagar um prémio maior de seguros de viagem em troca de proteção contra pandemias; 76% preferem destinos de viagem com experiências ‘contactless’ mais confiáveis; e 66% estão a optar por viajar nos seus próprios veículos, entre cidades ou países.

E quanto ao futuro das viagens, o estudo indica que os bilhetes eletrónicos (44%), lavatórios automáticos (43%), viagens sem contacto dos aeroportos para os hotéis (40%), meios de transportes com espaço central (36%) e passaportes de saúde digitais (35%) são algumas das ideias que constam na lista de desejos dos viajantes, avança ainda a TTG Asia.

“O estudo mostrou-nos que a pandemia mudou de forma inequívoca a forma como vemos as viagens e, para que os ‘players’ do setor das viagens permaneçam relevantes, eles precisam de mudar a forma como abordam todos os aspetos e pontos de contacto da experiência do viajante, enfatizando a segurança e reconstruindo a confiança”, frisa Saurabh Sardana.

 

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Países começam a diminuir restrições de viagens

Entretanto, a Organização Mundial do Turismo (UNWTO) refere que está em andamento o reinício do turismo responsável, mesmo que de forma lenta e cautelosa, e que 40% dos destinos em todo o mundo já estão a diminuir as suas restrições de viagens, impostas para combater a propagação da pandemia.

Segundo o último UNWTO Travel Restrictions Report, dos 87 destinos que diminuíram as restrições de viagens, apenas quatro levantaram completamente as restrições, enquanto os restantes levantaram algumas, mantendo outras medidas como o encerramento parcial das suas fronteiras. Há 115 destinos que continuam com as suas fronteiras completamente fechadas para o turismo.

“O reinício do turismo pode ser realizado de maneira responsável e de forma a salvaguardar a saúde pública, ao mesmo tempo que apoia negócios e meios de subsistência. À medida que os destinos continuam a diminuir as restrições de viagens, é de fundamental importância a cooperação internacional. Desta forma, o turismo global pode ganhar a confiança das pessoas, um fundamento essencial enquanto trabalhamos juntos para nos adaptarmos à nova realidade que hoje enfrentamos”, frisa Zurab Pololikashvili, secretário-geral da UNWTO, em nota de imprensa.