< Previousna memória do visitante, até porque muitas vezes os ‘delegados’ viajam para o Algarve no âmbito de um evento da sua empresa e mais tarde poderão voltar inseridos num outro evento ou até mesmo a nível pessoal”. “A Portugal No Limits criou uma experiência, que é também uma história, à qual dei o nome de Clam Picking. É basicamente a minha história de infância ligada à atividade piscatória local, algo que vivia durante as férias de verão na minha infância, com o meu avô que era pescador e que tinha um pequeno barquinho de madeira, localmente chamado Saveiro”, conta a responsável. Assim, a empresa adquiriu duas embarcações, dois saveiros, que licenciou para atividade marítimo‑turística. Ali conta e mostra a história. “Trata‑se de um passeio de barco na Ria de Faro, acompanhado pelo cão de água português, a minha cadela Nina que acompanha desde sempre esta experiência, com paragem num dos ‘baixios’ em maré baixa, para explicar ao visitante a variedade de fauna e flora existente, incluindo as técnicas de apanha de marisco”. Para melhor comunicar experiências como a do clam picking, foi criada a marca Unique Algarve. A Portugal No Limits desenvolve, em Faro, várias atividades de team‑building, aproveitando a geografia, os venues da cidade e os agentes locais (restaurantes, tasquinhas, mercearias antigas). “Este é um conceito de muita interação com os locais, mas também permite ao © Associação Turismo do Algarve Evento da XPTO Events and DMC WWW.EVENTPOINT.PT 100 DESTINO NACIONAL participante não só visitar a cidade de uma forma diferente como degustar os pequenos tesouros gastronómicos locais que lhes proporcionamos como parte da atividade”, refere Cristina Nugas. Um incentivo que assiste a uma cada vez maior procura por parte do mercado nacional, sobretudo desde o ano passado. Mas os mercados principais da empresa são claramente os internacionais, com destaque para o Reino Unido, Alemanha, França, Benelux e Estados Unidos. A XPTO Events e DMC, em termos de eventos, recorre a Faro sobretudo para reuniões, conferências e incentivos. A empresa trabalha essencialmente com o mercado internacional, nomeadamente o do Reino Unido, França e Alemanha. FARO TEM CADA VEZ MAIS CONDIÇÕES PARA RECEBER EVENTOS O Hotel Faro, um Urban Resort de 4 estrelas, está localizado mesmo no centro da cidade, a olhar para a Ria Formosa. A unidade está habituadíssima a receber eventos e estes, juntamente com os incentivos, representam 33% da faturação do hotel. Esta percentagem “tem estado sempre em crescendo”, conta‑nos a diretora, Sofia Hipólito. Isso deve‑se, por exemplo, ao serviço, e às quatro salas de reunião com luz natural. “O parque de estacionamento nos pisos ‑1 e ‑2 do Hotel tem acesso direto à receção e salas de reunião e o restaurante de cozinha de autor, com uma vista inigualável para a Ria Formosa, permanece na memória Sofia Hipólito dos comensais mais exigentes”. Os clientes de eventos são sobretudo nacionais, explica a responsável. “São as empresas de cosmética, farmacêuticas e de tecnologia que têm eventos e reuniões numa base mais regular no Hotel Faro. Também recebemos com frequência ações de recrutamento de empresas internacionais de aviação”. Faro tem cada vez mais condições para receber eventos, acredita Sofia Hipólito, que diz que “Faro é uma cidade cada vez mais conhecida pelos melhores motivos”. “Enquanto que há uns anos era considerada uma cidade dormitório e de serviços, nos últimos anos temos presenciado uma evolução enorme na dinâmica da cidade a nível da oferta cultural, animação turística e restauração”, considera. A isto acresce um bom clima, o fácil acesso, a localização mesmo no centro do Algarve, e o cenário da Ria Formosa. Faz no entanto falta um centro multiusos. “Muitas das empresas com que trabalhamos têm dificuldade em encontrar espaços para conferências onde consigam realizar as reuniões e as refeições, uma vez que o que existe tem uma capacidade muito limitada”, refere Sofia Hipólito. A responsável dá nota positiva à animação cultural da cidade e ao cartaz diversificado de eventos. A relação entre os players da cidade é complementar e só assim “é possível atrair novos negócios para os quais não existiria capacidade se não se unissem esforços”, refere Sofia Hipólito. “ A título de exemplo, se existir uma conferência com 200 ou 300 pessoas na universidade, estas ficam alojados nos hotéis locais”. WWW.EVENTPOINT.PT 102 DESTINO NACIONAL CINCO PERGUNTAS A CARLOS BAÍA, VEREADOR DA CÂMARA MUNICIPAL DE FARO Qual é a estratégia de Faro para este setor do turismo de negócios e eventos? É importante voltar um bocadinho atrás e explicar o que era Faro. Faro, há seis ou sete anos, era uma cidade maioritariamente virada para os serviços: serviços descentralizados da administração pública, hospital, escolas. Portanto este fenómeno do turismo, que já tem muita tradição no Algarve, não era ainda acompanhado por Faro. Fomos percebendo, também pela dinâmica do turismo, que tínhamos aqui um grande potencial num conjunto diversificado de áreas. Temos a natureza, a nossa Ria Formosa, temos património, temos cultura, gastronomia, enfim temos aqui um conjunto muito diversificado de ativos que são importantes. Temos, ainda, um aeroporto que movimenta milhões de passageiros e que está a cinco minutos do centro da cidade. O ano passado, nessa lógica de perceber a importância que o turismo pode ter para a economia do concelho, criamos uma divisão de promoção turística. Achamos que o turismo não era apenas mais uma atividade económica, mas que tem características muito próprias, e com um potencial que merece ser trabalhado de forma autónoma. Dito isto, temos noção que, do ponto de vista dos congressos, as nossas estruturas são limitadas, ou seja, nós não conseguimos trazer congressos de muitas centenas de pessoas. Mas conseguimos mais pequenos. Aqui também não há um trabalho único da câmara por si, há um trabalho de parceria, dos privados, dos institucionais, e portanto nesse sentido já temos alguns espaços. Temos o nosso Teatro das Figuras, com 700 e tal lugares, temos a Universidade, e depois outras salas mais pequenas com 100 a 200 lugares.Mas está na calha algum tipo de investimento num espaço multiusos? É um projeto que temos. Não vai acontecer dentro de um ano ou dois, seguramente, mas é uma conversa que este executivo já vem tendo sobre a necessidade de no concelho haver um espaço polivalente, um multiusos, onde possamos acolher um conjunto muito diversificado de eventos e atividades. Ainda assim, até chegarmos lá, achamos que temos aqui um potencial, temos equipamentos, temos condições que podem permitir acolher um determinado conjunto de eventos. A câmara quer assumir Faro como um destino de congressos. Sabemos que o mercado de congressos atualmente movimenta muitos milhões de pessoas e de euros, e queremos, dentro do que são as nossas condições, os nossos equipamentos, podermo‑nos também posicionar no segmento. Em termos de investimentos hoteleiros, há alguma coisa que nos possa contar? A cidade cresceu muito fundamentalmente baseada no alojamento local. Nós hoje em dia temos cerca de 800 empreendimentos, em que 18 são empreendimentos turísticos, e os restantes são integrados na categoria de alojamento local. Estamos a falar de uma disponibilidade para receber seis mil hóspedes. Temos alguns projectos em carteira que vão acontecer; alguns projetos de investimento sinalizados que ainda não arrancaram, mas não queria avançar muito. O mercado está a mexer. Vamos tendo também na área do alojamento local alguns investimentos, não numa lógica de pequenas unidades, mas unidades de maior dimensão. Por outro lado, nós município também estamos a investir e temos alguns projetos de melhoria da cidade. Estamos a trabalhar as questões da mobilidade, temos um conjunto de projetos que achamos que vão mudar a face da cidade relativamente à sua frente ribeirinha, estamos a trabalhar com as entidades competentes, envolvendo aqui um conjunto de autorizações e parceiros, porque não depende só da vontade da autarquia. Pensamos, dentro de dois ou três anos, ter a face da nossa cidade transformada, nomeadamente naquilo que é a ligação com a ria Formosa. Sabemos que todas as cidades que têm WWW.EVENTPOINT.PT 104 DESTINO NACIONAL algum tipo de mar/água, e que conseguem potenciar efetivamente essa ligação entre o visitante e a água, funcionam muito bem e tornam‑se mais agradáveis e mais atrativas. Temos a ria Formosa que é uma das Sete Maravilhas de Portugal, portanto estamos a apostar nisso, não perdendo de vista as questões ambientais, e as questões de sustentabilidade, sabemos que hoje são fundamentais, e não queremos destruir aquele ecossistema que é único, mas podemos dentro de determinados parâmetros naturalmente tirar partido dele e disponibilizá‑lo a quem nos visita. Uma coisa muito importante neste setor é a animação das cidades, os eventos próprios que elas têm, para os congressistas que queiram ficar mais algum tempo ou trazer as famílias. Qual é a política cultural, de animação da câmara? Acho que os turistas hoje não se limitam por barreiras e muito menos por barreiras concelhias. Acho que na questão da animação, mais do que olharmos para o concelho, temos de olhar para a região no seu todo e aí temos muita atividade. Por exemplo o programa 365, durante a época baixa, e efetivamente durante a época alta já há muita atividade. O concelho tem neste momento um projeto para apresentar uma candidatura a Capital Europeia da Cultura 2027, tem um conjunto de infraestruturas, seja o Teatro Lethes, que é um bocadinho o nosso mini‑Scala, com características muito próprias, seja o Teatro das Figuras, que tem cada vez mais atuações, sempre com a sala cheia e com cada vez mais procura de ano para ano, temos os nossos museus. E depois temos um conjunto © Associação Turismo do Algarve de atividades; o Festival F, o Luza, o Festival de Rooftops, o FolkFaro. Vamos tendo ao longo do ano um conjunto de eventos que já estão consolidados. Julgo que essa questão da animação existe. E depois, noutra óptica temos um conjunto de empresas de animação turística que também, por si, trabalham para dar a conhecer aos visitantes o melhor que a cidade tem. Já temos aqui uma oferta bastante interessante. Quais são os próximos passos em termos de promoção da cidade e do concelho neste segmento? Julgo que há que consolidar. É um segmento muito próprio, com características muito próprias, o que haverá aqui a fazer é perceber, falar com os operadores, que por si já dinamizam e organizam este tipo de grupos; há que participar eventualmente em feiras onde de facto esses profissionais se encontram para dar a conhecer Faro. Embora aí me pareça também, numa lógica regional, que muitas vezes a marca Faro aparecer por si só poderá não ter o mesmo impacto que tem aparecer a região do Algarve, que já tem uma marca consolidada. O nosso desafio e a nossa vontade é efectivamente aparecermos, darmos nota do nosso interesse e disponibilidade em entrar neste tipo de mercado de congressos e incentivos, mas se possível sempre associado à marca do Algarve, o que será benéfico para Faro, mas também para o Algarve. Não podemos perder de vista, e eu reforço isto, e este aspecto é fundamental no mercado de congressos: temos um aeroporto que está a cinco minutos do centro da cidade, já temos a facilidade para chegar à região, agora temos é que reforçar essa promoção e dizer que queremos entrar nesse mercado, o que julgo que a própria região de turismo e associação de turismo já estão a fazer. Estamos alinhados nessa matéria. Cláudia Coutinho de Sousa © Associação Turismo do Algarve WWW.EVENTPOINT.PT 106OS MERCADOS DE PROXIMIDADE SÃO OS PRIORITÁRIOS PARA A CIDADE WWW.EVENTPOINT.PT 108 DESTINO INTERNACIONAL LJUBLJANA O CORAÇÃO DA EUROPA BATE AO RITMO DOS EVENTOS Capital de um país relativamente jovem, Ljubljna é uma cidade que surpreende pela tranquilidade, qualidade de vida e por ter todas as condições para acolher eventos. Do miradouro do castelo de Ljubljana, onde se chega depois de subir uma extensa escadaria, a vista não podia ser mais recompensadora: a cidade, plana, compacta, aconchegada pelas montanhas cobertas de branco. Até a Triglav, a montanha mais alta da Eslovénia, que tem a honra de constar na bandeira do país, decidiu dar um ar de sua graça. Em dias completamente descobertos é possível vislumbrar mais de um terço deste país de dois milhões de habitantes. O castelo é mesmo um dos locais imperdíveis da cidade e segundo os locais funciona como uma espécie de estrela polar, ou bússola. Se nos perdermos basta identificar onde está o castelo e a orientação torna‑se mais fácil. O castanho outonal deixa antever uma cidade muito verde e brilhante durante a primavera e verão. Mas estamos em pleno inverno, logo só nos resta imaginar. O frio não afasta os locais do centro da cidade, nem os turistas, pelo contrário. O facto Next >