< PreviousAo elaborar uma formação em eventos, a World Academy tem a preocupação de criar um curso “que sirva o mercado, mas que esteja também atento às aspirações e interesses das novas gerações, apontando caminhos para o futuro”, como explica João Tovar, adiantando como essenciais os tópicos: conceção, planeamento, acompanhamento e avaliação, tipologia e diferenciação de eventos, noções tecnológicas e de logística, marketing e promoção, gestão financeira e legislação. O responsável acrescenta que a World Academy conta com vários cursos que têm um módulo dedicado aos eventos e, sobre se é necessário algum tipo de formação ainda não coberta neste setor, refere que “existem áreas especializadas, tradicionais ou emergentes, ainda com pouca oferta de formações”, como eventos nas áreas de Turismo, Desporto, Saúde, entre outras. Sendo a gestão de eventos uma área “extraordinariamente dinâmica, criativa e desafiante”, e estando o mercado nacional em “franco desenvolvimento e evolução”, as maiores preocupações da Restart passam por “garantir que o curso dá resposta às exigências atuais” e por “dotar os alunos de competências não técnicas que fazem a diferenciação dos profissionais no mercado de trabalho”, como a capacidade de decisão e de resolução frente ao inesperado, por exemplo. De acordo com António Fonseca, tópicos como o planeamento e implementação de eventos ‘indoor’ e ‘outdoor’, produção, marketing, logística e ‘sponsering’ são “fundamentais e imprescindíveis na formação de um profissional do setor”. Na Restart, há a possibilidade de os alunos escolherem módulos de outros cursos que possam complementar a sua formação e é “comum” que alunos de áreas como a produção musical ou marketing, escolham módulos do curso de eventos, “porque são verdadeiras mais‑valias para o seu desenvolvimento técnico e profissional”. Para o diretor do Campus do Porto da Restart, o setor precisa “de uma formação que ensine os futuros profissionais a serem autónomos, diferenciadores e criativos”, sendo essa “talvez a nossa maior diferenciação enquanto entidade formadora”. Maria João Leite António Fonseca WWW.EVENTPOINT.PT 90 FORMAÇÃO UM ACENO CONTINUA A SER ADEQUADO WWW.EVENTPOINT.PT 92 CONSULTÓRIO DE PROTOCOLO CONSULTÓRIO DE PROTOCOLO As nossas especialistas em protocolo, Cristina Fernandes e Susana Casanova, respondem, como sempre, às perguntas dos leitores, enviadas via e‑mail (info@ eventpointinternational.com). Uma das perguntas, enviada em março, relaciona‑se com o surto da Covid‑19. Onde é que se pode descarregar o hino oficial de um país, de modo a evitar uma gaffe? Aconselhamos que recorra sempre aos sites oficiais do Estado de cada país (por exemplo, chefia do Estado, parlamento, governo). Poderá, igualmente, consultar a Embaixada do respetivo país. Recordamos que as regras de um hino nacional mudam de Estado para Estado. Como adaptar os cumprimentos numa cerimónia oficial perante um estado excecional como este que vivemos hoje, do coronavírus, ou outras situações semelhantes? Neste momento, tendo em conta a situação de pandemia mundial, é de bom gosto e bom senso não cumprimentar com qualquer contacto físico, o que elimina apertos de mão, abraços, beijos na face. Sugerimos, portanto, apenas a saudação verbal, acompanhada de contacto visual e sorriso. Pode, igualmente, para situações mais cerimoniosas, proceder‑se a uma ligeira inclinação de cabeça, o que revela respeito e honra por se conhecer/encontrar determinada pessoa ou grupo de pessoas. À distância, um aceno continua a ser adequado (com a mão direita e a palma da mão levantada). Naturalmente que, dependendo da cultura de quem se cumprimenta, ou do próprio contexto, podem acontecer outros gestos (por exemplo, uma vénia, o namastê, entre outras formas). Cristina Fernandes & Susana de Salazar CasanovaFARO: GENUÍNO E MARCANTE Um destino, tantas escolhas. O claim, que encontramos no material promocional turístico da Câmara Municipal de Faro, não podia fazer mais sentido nesta versão da cidade, mais dinâmica, mais atraente, com mais potencial para eventos. © Associação Turismo do Algarve WWW.EVENTPOINT.PT 94 DESTINO NACIONAL Por ocasião do Congresso da APECATE, a autora desta peça teve a oportunidade de regressar a Faro, depois de muitos anos. E a surpresa não podia ser maior. Faro mudou. Além do interesse patrimonial, que sempre teve, e da maravilhosa Ria Formosa, linda como nunca, a capital do Algarve tem agora um charme e uma ‘movida’ que talvez lhe faltasse no passado. Tendo sido durante muitos anos considerado apenas uma porta de entrada no Algarve, o destino vale hoje por si só e merece estar no radar de quem visita a região ou de quem quer fazer um evento ou incentivo. Muito importante para o setor dos eventos é a questão da acessibilidade. Um aeroporto a cinco minutos de distância da cidade é uma grande mais‑valia. Mas há outras. Anabela Freitas, da XPTO Events and DMC, enumera mais algumas: “a riqueza histórica da cidade e o facto de se situar no coração da Ria Formosa, que permite a realização de atividades náuticas e acesso às ilhas”. Outro ponto positivo dos últimos anos foi o aumento da oferta de restauração e winebars. Cristina Nugas, da Portugal No Limits, nasceu e cresceu em Faro, e por isso acompanha muito de perto a evolução do destino. “Costumava dizer que a maior vantagem da cidade é ser um local completamente desconhecido turisticamente, o que conferiu à cidade um ambiente muito local, sem grandes ‘franchisings’, onde ainda se sente um ambiente recatado e muito português”, refere. O centro histórico é beneficiado ainda pela existência de restaurantes e Anabela Freitas cafés “de cariz bem local” que conferem uma animação à Cidade Velha. É por isto que Faro “sempre fez parte dos meus programas recomendados”, conta Cristina Nugas, “por ser diferente, único, genuíno e uma combinação perfeita entre histórico, shopping local e natureza, pela proximidade do parque natural da Ria Formosa”. A oferta hoteleira em Faro é marcada pela existência de dois hotéis de maior dimensão, o Hotel Eva e o Hotel Faro, algumas unidades mais pequenas e uma grande oferta de alojamento local. Estará o destino bem servido neste aspeto? “Penso que está fornecido qb, tem duas boas unidades hoteleiras com facilidades para eventos, mas com características um pouco diferentes de outras unidades noutros destinos algarvios mais conhecidos, mas penso que é assim que se quer manter Faro: histórico, típico, ainda com alma”, afirma Cristina Nugas, da Portugal No Limits. Anabela Freitas, da XPTO Events and DMC acha que existe alguma oferta, “no entanto considero que, no geral, Faro tem a necessidade de maior e melhor oferta hoteleira que possa oferecer bons e modernos espaços para conferências e reuniões”. © Associação Turismo do Algarve Cristina Nugas Museu Arqueológico WWW.EVENTPOINT.PT 96 DESTINO NACIONAL ESPAÇOS A falta de um multiusos é muitas vezes apontada como uma carência na cidade. Anabela Freitas afirma que é necessário um novo espaço, ou a renovação de um antigo espaço, “uma vez que na cidade existem vários espaços com grande potencial para serem reabilitados e renovados cujo foco deverá ser exactamente uma oferta versátil e moderna”. A diretora da XPTO, aliás, preferiria esta última opção, “visto que poderiam ser aproveitadas infraestruturas já existentes e que estão com um ar abandonado, e ao mesmo tempo seria uma reabilitação de determinadas zonas da cidade”. Cristina Nugas tem “mix‑feelings” em relação ao multiusos. “Penso que um espaço destes pode despontar o desenvolvimento desenfreado da cidade e tornar Faro numa outra cidade turística sem alma”. Mas por outro lado “poderia dar à cidade outro tipo de oportunidades para capturar outro tipo de eventos”. A diretora da Portugal No Limits lembra, por exemplo, que se poderia aproveitar o Estádio do Algarve e transformá‑lo num espaço polivalente, que pudesse acolher outro tipo de eventos, “até porque penso que neste momento é difícil rentabilizar o espaço e seria bom a entidade gestora pensar ‘fora da caixa.” Mas por não existir ainda um multiusos, não quer dizer que não haja espaços para eventos. Cristina Nugas enumera alguns dos que utilizam: os claustros do convento de Nª Senhora da Assunção (atual Museu Arqueológico da cidade), o Estádio do Algarve, as Muralhas de Faro, um espaço privado parte da Cidade Velha, o Teatro Lethes, o Clube Farense, ou o Claustro do Convento © Associação Turismo do Algarve Teatro das Figuras S. Francisco, atualmente a escola de Hotelaria e Turismo de Faro. Anabela Freitas, e porque trabalham sobretudo o setor MICE, afirma que utilizam muito frequentemente o Museu Arqueológico, “que oferece espaços interessantes para a realização de eventos, nomeadamente recitais de Fado, jantares no claustro e outras atividades inseridas numa visita de cidade”. A responsável lembra ainda a Cidade Velha, com recantos pitorescos, e a Ria Formosa, que “oferece também espaços interessantes para a realização de atividades nomeadamente passeio pedestres e de bicicleta, actividades nas ilhas cujo acesso pode ser feito a partir de Faro”. ANIMAÇÃO E EXPERIÊNCIAS Uma cidade sem animação é menos atraente para um congressista ou um participante de um evento. Muitas vezes eles trazem as famílias aos destinos e este têm de ter algo a oferecer. Cristina Nuga não hesita, a dinâmica da cidade é fantástica. E dá alguns exemplos, “O Festival F é já um dos mais conceituados festivais da região pela sua originalidade e pelo facto de ser inteiramente realizado na parte velha da cidade. O Teatro das Figuras e o Teatro Lethes complementam a oferta cultural que agrada a todos: locais e estrangeiros”, refere a diretora da Portugal No Limits. “Nos últimos anos a oferta a nível cultural tem aumentado na cidade, nomeadamente o Teatro das Figuras apresenta um cartaz bastante © Associação Turismo do Algarve Teatro Lethes WWW.EVENTPOINT.PT 98 DESTINO NACIONAL interessante com vários espetáculos durante todo o ano”, diz Anabela Freitas, da XPTO. E lembra também o contributo das empresas de animação turística, elas próprias agentes dinamizadores da cidade, e que têm tido um “trabalho fantástico”. A responsável aplaude também o trabalho da autaquia, que “se mostra bastante empenhada no desenvolvimento turístico‑cultural da cidade”. Para eventos é possível apresentar propostas diferenciadoras na cidade. “Na XPTO Events and DMC valorizamos bastante o contacto com a cultura local, gostamos de dar a conhecer a nossa história e tradições”, sublinha Anabela Freitas. Propostas que têm que estar alinhadas com o perfil do cliente. “Consideramos que a experiência tem de ser enriquecedora e que fique Atividade da Portugal No Limits Next >