< PreviousVOQIN’ VOQUIN’ APRESENTA O EMEX A agência de eventos levou a cabo uma reestruturação global e lançou novos produtos para responder às novas necessidades. WWW.EVENTPOINT.PT 10 EMPRESAS Em tempos desafiantes para marcas e para os eventos, a VOQIN’ repensou a sua estratégia, reinventou‑se, mudou o seu modelo de negócio e apresenta EMEX. “Não estamos a falar de mais uma ferramenta tecnológica de reuniões on‑line”, avisa Diogo Assis, CEO da agência, mas de uma plataforma que tem como objetivo gerar emoções reais e interativas no ambiente online. Com um investimento superior a 300 mil euros, esta solução permite realizar eventos híbridos, transmissões ao vivo, webinars, interações e ativações de marca – tudo isto num ambiente com gamificação com conteúdos de conexão emotiva proprietária. E porque acreditam que o futuro é híbrido, a empresa mudou também ela o chip, e hoje apresenta‑se como uma Emotiontech. Seis perguntas a Diogo Assis, CEO da VOQIN’ O que diferencia a plataforma EMEX de outras soluções no mercado? EMEX é o nome da nossa plataforma de experiências e eventos virtuais. Nome que vem do nosso propósito de entregar emoções relevantes, agora no online também. EMEX é Emotional Experiences. No início da pandemia, depois de garantir que toda a equipa estava bem equipada para trabalhar remotamente, fizemos eventos de inovação internos, os PROVOQ Ideas. Foi assim que, a partir das mentes brilhantes dos VOQERs, abrimos um pipeline de oportunidades e identificamos algumas a investir, entre as quais o EMEX. Estamos em fase de desenvolvimento avançada já com ajustes finais de UX e UI. Já entregamos sete eventos na plataforma e estamos contentes com os dados, tanto na robustez, fiabilidade, usabilidade e segurança da mesma, bem como nos resultados alinhados com o nosso compromisso de criar produtos e serviços que provoquem emoções e marquem positivamente a vida das pessoas. A plataforma foi construída a partir de análise de dados comportamentais e de método proprietário que sensibiliza os sentidos humanos. Qual foi a metodologia aplicada? A metodologia alinha conceitos de neurociência com pesquisas experienciais de consumo de conteúdo digital do nosso background de 20 anos, na elaboração de triggers ou pausas que ativem até três dos cinco sentidos humanos ao mesmo tempo. Quando falamos de Inconsciência, consideramos os aspetos culturais e sociais em que a audiência está inserida. Já quando analisamos Neuroplasticidade, focamos no indivíduo e nas experiências que ajudam a formar a sua personalidade. Por exemplo, se a audiência é composta por profissionais de ciências Humanas ou Exatas. E, por fim, construímos a Sinestesia, que são os canais de interação do nosso cérebro com o ambiente. Ou seja, é o flow de ações e ativações que, por meio do som, da luz, do tato, do cheiro e até do paladar, aumentam o tempo de atenção e concentração e intensificam a assimilação do conteúdo apresentado. Essas técnicas são as responsáveis por transpor para o digital todo o controlo cognitivo que temos tradicionalmente no físico. É o Emotional Tracking da VOQIN’ adequado ao objetivo das marcas, que é capaz de entregar ROI sobre uma experiência dentro do EMEX. Experiência que se converte num espaço virtual que pode hospedar eventos híbridos, transmissões ao vivo, webinars, stands 3D, interações, patrocinadores, ativações de marca e gamification. Não estamos a falar de mais uma ferramenta tecnológica de reuniões online. Estamos a falar de Business Intelligence e programação HTML5, somadas a User Experience/Interface, aplicados pelo ponto de vista do espectador. É inteligência emocional e empatia em prol de uma experiência agradável, rica e, principalmente, pertinente. São três packs pré‑formatados para o EMEX: o PROVOQ Bronze, VOQERs Silver e o VOQIN’ com entrega imediata entre 2 a 10 dias úteis. Além disso, temos a opção tailor made que pode contar com uma estrutura de estúdios no escritório de São Paulo e na sede em Lisboa. Se for para resumir numa frase: a EMEX é o primeiro emotion streaming do mundo. Porque é que sentiram necessidade de fazer uma plataforma própria? Há anos que a VOQIN’ vinha a trabalhar o complemento do físico com o online. Ainda no ano passado, para a Microsoft, fizemos o Road Show de AI, o AI Tour, que WWW.EVENTPOINT.PT 12 EMPRESAS terminou em São Paulo com um evento no WTC para 2000 pessoas e 20 mil em streaming. Com a pandemia, aceleramos esse processo de digitalização como complemento do core business. Temos hoje produtos proprietários enquanto antes só tínhamos serviços. Evoluímos a empresa com novas competências de gestão de produto, nomeadamente em Branding, Inovação, Conteúdo e Experiência. O modelo de negócio hoje tem esse pensamento de manutenção das nossas disciplinas nos incentivos, convenções, lançamentos de produto, ativação de marca e promoções. No entanto, tudo agora numa formatação e mindset ativo e com propósito. Acredita que esta é uma plataforma de futuro, mesmo depois da questão sanitária estar resolvida? Com toda certeza que sim. Hoje a VOQIN’ posiciona‑se como uma Emotiontech. Uma empresa que trabalha skills de serviço e cria produtos relacionados com a tecnologia emotiva. Por meio de estudos do cérebro, relacionados com a Inconsciência, Neuroplasticidade e Sinestesia, adaptámos teorias neurocientíficas comprovadas no momento de experiência tanto no On quanto no Off. Desenvolvemos um método exclusivo que chamamos de Emotional Tracking, ou seja, quais são os passos necessários para sensibilizar positivamente o ser humano. Trata‑se de uma sequência de atos ou quebras de rotina numa agenda controlada que garante a conexão simultânea de até três sentidos cognitivos, dos cinco existentes. Essa técnica permite‑nos ampliar o tempo de retenção e atenção da audiência nos ambientes digitais e aumenta a eficácia da transmissão do conteúdo nos canais físicos. A VOQIN’ acredita no poder da inteligência criativa e do conhecimento como pilares de construção de marcas para o novo mundo diário que vivemos. Mesmo antes da viagem, o incentivo acontece no dia a dia com vendas, com endomarketing. Sabemos que o design, não meramente estético mas de informação e função, hoje é um fator preponderante na experiência de consumo de todos. E temos total confiança de que o que outrora era organizado e separado em virtual e real, hoje é híbrido e conectado. Ou, como preferimos dizer, é Emotional Experiences, é EMEX. Vê os eventos híbridos como fazendo parte do futuro dos eventos? Experiências e eventos digitais já existiam, o que não existia era algo híbrido, imersivo, uma extensão do nosso toque humano. Acredito que esse será o futuro, a democratização WWW.EVENTPOINT.PT 14 EMPRESAS dos eventos e o acesso a conteúdo de qualidade. O físico vai manter‑se atraente e preponderante para a sociedade, sem dúvida. É quando as pessoas estão juntas ao vivo que a magia acontece na sua plenitude. Mas por enquanto, a suspensão permite com que alarguemos o nosso olhar e ampliemos o nosso alcance dentro do ecossistema digital. Isso cria oportunidades infinitas. São imensuráveis as combinações e possibilidades no cross do real com o virtual. Sem conflitos de interesse. Pelo contrário, um a potenciar o outro. É isso que acontece no físico ou no online. Porque quem dita o rumo da peça, não é o teatro, são os atores. Queremos um mundo sustentável. Um mundo de convergências e não de divergências. Queremos que os eventos, na rua ou em casa, continuem a ser aquilo que sempre foram para todos nós, grandes celebrações da vida. Grandes registos da nossa existência. E, assim sendo, continuaremos a criar. E, assim sendo, continuaremos a emocionar. E, assim sendo, continuaremos a ser Emotions Creators. Como foi o feedback dos clientes com os quais já testaram esta plataforma? Apesar de ainda estar em fase Beta, o EMEX já foi utilizado em diversas ocasiões e, em todas elas, temos recebido avaliações excelentes, principalmente em relação ao flow e a dinâmica de experiência que a plataforma proporciona. Em breve teremos a versão 2.0 do UX/UI que nos irá permitir aprofundar a inteligência de hierarquia de informação, acessibilidade e neurociência aplicada. Os nossos clientes e parceiros, que são agora também clientes, já compreenderam os diferenciais e o potencial do EMEX. Já perceberam que não se pode comparar uma ferramenta tecnológica pensada para meetings com uma pensada para eventos. Criada por especialistas em eventos, especialistas em gerar emoções positivas. O cliente, em geral, percebeu rapidamente que o que serve para tudo acaba por não servir para nada. Percebeu que uma reunião não é um evento. Percebeu que o fator pessoas faz toda a diferença na experiência. Percebeu que o EMEX não é default, não é duro. É mais do que tudo isso: é humano. VOQIN’ Portugal, Espanha, Brasil, Florida 213 213 060 | info@voqin.com www.voqin.comLUÍSA AHRENS TEIXEIRA “SOU MUITO PRAGMÁTICA” Em confinamento em pleno Alentejo, Luísa Ahrens Teixeira, diretora da Mundiconvenius, falou por telefone com a Event Point. Organizadora de alguns dos maiores congressos que o país já viu, recusa‑se a ficar parada e prepara o futuro da empresa para o pós‑pandemia. Uma reinvenção necessária, porque quem não se adaptar a estes novos tempos poderá não sobreviver. © APECATE WWW.EVENTPOINT.PT 16 GRANDE ENTREVISTA Este é um momento de viragem. Muitas das coisas com que vamos ter de lidar já cá andam há algum tempo, só que agora adquiriram uma outra urgência. Não concorda? É uma reformulação brutal. Estive a preparar‑me para esta entrevista com uma noção muito clara de que o futuro vai ser outro, a organização de eventos e de congressos vai ser outra, completamente diferente. Sempre tive a ideia de que nós tínhamos que reformular, reformular, reformular, e nunca me sentei na cátedra à espera que as coisas acontecessem. Por exemplo… A Mundiconvenius fez os primeiros abstracts online em 2003, num processo iniciado com a Oxford, para a SPDV – Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia e a EADV ‑ European Academy of Dermatology and Venereology. Há 17 anos que começamos a pensar que o futuro era este. Era a mecanização do processo, a anulação do erro humano, no sentido de confiar nos computadores, nos sistemas, nas ferramentas. Em 2003, avançamos para o início do processo que agora se diz virtual. Depois a seguir, em 2006, fizemos as inscrições online ‑ também me começou a não fazer sentido receber um monte de papéis. A reação foi de que era complicadíssimo. Mas isto foi a reação mais natural à mudança. É sempre assim, depois habituam‑se e hoje em dia já não se faz de outra maneira. Pagamentos online com Paypal em 2010 – e por referência multibanco em janeiro de 2017. Contagem de participantes nas diversas sessões – CME (Continuous Medical Evaluation), em 2011. E fomos andando. Primeira app, em 2014. Sistema self check‑in, em 2015. E em janeiro de 2019 fizemos a faturação online direta. É uma procura permanente de inovação? O percurso da Mundiconvenius sempre foi feito a olhar para a frente. Eu nunca quis, como diretora e fundadora, ficar sentada à espera que as coisas acontecessem. E esta é a primeira lição que eu queria que as minhas colaboradoras e assistentes tirassem daquilo que lhes ensino. Nunca ficar à espera sentado que a coisa aconteça, à espera que o chefe diga o que é que se vai fazer. Numa ideia pode não se aproveitar a totalidade, mas pode aproveitar‑se um bocadinho. E assim continuamos na senda da inovação. Que é aquilo que é preciso agora. Adaptar, inovar, reformular, refazer.Voltemos a 1995, altura da fundação da Mundiconvenius. Como decidiu criar a empresa? De uma maneira muito simples e muito objetiva. Iniciei a minha carreira de uma maneira bastante abrupta; trabalhava como freelancer e, curiosamente, quando surgiu o 25 de Abril, estava a assessorar um gabinete suíço para apresentação de propostas para o novo aeroporto de Lisboa. Obviamente que o novo aeroporto de Lisboa, mais o consórcio suíço, foram à vida. Fiquei desempregada. E com crianças pequenas, o que vou fazer à vida? Fiz vendas, fiz tudo e mais alguma coisa para sustentar a família. Entretanto surgiu‑me uma hipótese na indústria farmacêutica como market researcher, que é das coisas mais chatas e desinteressantes. Mas era o que havia, e eu lá fui. Iniciei a carreira na indústria farmacêutica na Gist – Brocades, em 1975, se não me engano. A Gist ‑ Brocades fazia parte de um grupo holandês. Daí passei para o marketing, pelas vendas, por aí fora. Só depois disso é que dei o salto para uma empresa inglesa, na altura a GlaxoSmithKline, para lançar o famoso Tagamet, que foi a primeira pílula para o tratamento da esofagite refluxo, das úlceras de refluxo. E a partir daí ficou o bicho do marketing, que nunca mais me largou. O posicionamento das pessoas perante os factos e a vida também é muito induzida, muito formatada pela formação que nos dão. E realmente a formação que tive na indústria farmacêutica foi de grande qualidade e diversidade. É AGORA OU NUNCA! E como foi a transição para um negócio próprio? Fiz vários lugares na indústria farmacêutica, andei por algumas empresas, e às tantas apanhei em cheio a fase da globalização. Embora nós pensássemos que ela ainda viria longe, a globalização começou a WWW.EVENTPOINT.PT 18 GRANDE ENTREVISTA desenhar‑se no final da década de 80, quando começaram a haver fusões e aquisições. E eu passei por dois processos dolorosos. A fusão é sempre um processo extremamente doloroso, porque há sempre duas grandes empresas que se fundem, e há sempre quem é despedido. A economia de recursos é um dos objetivos das fusões. Aconteceu um primeiro processo, aconteceu um segundo, e ao terceiro disse: chega. Chega destes processos dolorosíssimos, quero ir‑me embora. Até porque tinha médicos meus amigos que organizavam eventos, junto dos quais eu estava mais como cliente, e houve um dia em que um deles me disse: gostava que tu organizasses um congresso que eu gostava de trazer para Portugal; que organizes com uma empresa tua. A minha reação foi: nem pensar! Vou sair da empresa para meter a cabeça no cepo? Mas aquilo ficou... e tanto ficou que quando as coisas se desenharam para uma terceira fusão, pensei: that’s it. É agora ou nunca! E como foi essa evolução da Mundiconvenius? Tem sido uma aprendizagem constante, extremamente interessante. E continua a dar‑me um gozo enorme. Comecei numa sala onde, desde limpar a casa de banho até montar as máquinas, de facto fazíamos de tudo e mais alguma coisa. E era eu e mais uma assistente. E depois foi por aí fora. Fui aumentando. Sempre tive uma aptidão muito grande e uma noção muito clara de que aquilo que eu queria era continuar a trabalhar com clientes internacionais, porque foi essa a minha formação, e continuei e com eles aprendi mais ainda. Principalmente com a MCI. Trouxemos grandes eventos para Portugal. Dos maiores… Dos maiores. O da ESHRE [European Society of Human Reproduction and Embryology] foi talvez o maior, com 11 mil participantes. Deu‑me um gozo imenso fazê‑lo. Muita dor, com certeza que sim, faz parte do processo, mas com muito êxito também. Neste momento, diria que já não estou muito na senda dos grandes congressos. Puxam demasiado pelo físico. Diminuí o número de colaboradores da empresa, no sentido de fazer mais aquilo que nós podemos fazer com qualidade, sem loucura, sem noites sem dormir, calmamente. E é aí que estou. A manter a empresa com qualidade, para quem trabalha comigo e para mim também. Acho que é difícil neste momento, no mercado português, alguma empresa Next >