< PreviousNo que diz respeito às infraestruturas MICE, há novidades em termos de hotéis e venues nos próximos tempos? O AC Hotel by MarriottBratislava Old Town abriu em janeiro de 2021 e isso foi um sinal positivo, a abertura de um hotel num período difícil e desafiador ao mesmo tempo. Há vários outros hotéis que estavam fechados há algum tempo e recomeçam agora a abrir, esperando receber clientes. De que forma pode Bratislava diferenciar‑se dos destinos vizinhos? Acho que a acessibilidade é o critério número 1 para a seleção de um destino para os profissionais de eventos e, nesse aspeto, Bratislava é surpreendentemente perto. É possível chegar ao centro da capital da Eslováquia em 40 minutos a partir do aeroporto de Viena. E uma vez aqui, encontram uma cidade segura, de fácil circulação, animada e compacta, com o centro histórico a conviver bem com a modernidade. A segurança, e hoje em dia a saúde, são muito importantes na escolha de um destino. Nesse sentido, quase 75% da população maior de 50 anos está vacinada com as duas doses [entrevista realizada em agosto]. Bratislava é ainda uma excecional smart city com um ecossistema florescente de startups e uma reputação global enquanto hub de inovação. Os profissionais de eventos sabem a importância de uma execução excecional. As estratégias e os planos são essenciais, mas sem uma grande execução são inúteis. Sem precisão, atenção ao detalhe e foco total, as boas estratégias falham e os planos brilhantes dão em nada. Líderes globais do setor WWW.EVENTPOINT.PT 100 DESTINO INTERNACIONAL automóvel como a Volkswagen (que produz carros para a Volkswagen, Audi, Porsche, ŠKODA e a SEAT, diretamente em Bratislava), Peugeot Citroën, KIA e Jaguar Land Rover optaram por localizar as suas enormes fábricas perto de Bratislava porque para eles a precisão, atenção ao detalhe e foco não são negociáveis, são sine qua non e definidoras da própria marca. A execução excecional faz parte do nosso ADN em Bratislava e pode ter a certeza de que as suas reuniões e eventos vão estar em boas mãos. Bratislava está no lugar 95 no mais recente ranking mundial da ICCA e em 54 no europeu. Quais são os vossos objetivos para o futuro? O nosso plano é continuar a promover o destino durante as feiras, organizar fam e press trips para os organizadores de eventos e sermos mais visíveis online. Em conjunto com os nossos parceiros, membros e stakeholders queremos ser mais visíveis em termos de destinos MICE e todas as nossas atividades têm esse objetivo em mente. Cláudia Coutinho de Sousa* *Viajou a convite do Bratislava Convention Bureau © Barbora Jancarova “NUNCA TIVE MEDO DE TENTAR, SEMPRE APONTEI ALTO” WWW.EVENTPOINT.PT 102 PASSAPORTE PORTUGUÊS “OS EVENTOS FAZEM HISTÓRIA E MUDAM O CURSO DO MUNDO” Se hoje Catarina Veiga é Senior Events Manager no World Energy Council, em Londres, Reino Unido, talvez isso se deva ao facto de, como confessa, sempre ter desejado “sair da concha”, sem medo de “apontar alto”. Conheça o percurso de uma mulher que vive “dias frenéticos” e que não gosta de estar parada. Catarina Veiga estudou gestão hoteleira e marketing, mas parecia inevitável que, um dia, viesse a fazer carreira numa área pela qual já se interessava ainda antes de começar a trabalhar. “Os eventos são uma ferramenta incrível para criar experiências positivas e memoráveis, tanto no plano individual como coletivo. Apercebi‑me disso enquanto mera espectadora e participante, muito antes de iniciar a minha carreira”, admite. Mas, no seu caso, o interesse está igualmente associado a uma preocupação em fazer a diferença na vida das pessoas. Algo que tem feito, seja através do voluntariado, quer no seu atual cargo. Voltemos, no entanto, ao tempo em que Catarina Veiga estava ainda no outro lado dos eventos, enquanto espectadora. Terá sido então que surgiu o apelo “no sentido de proporcionar estas experiências e ter um impacto positivo nas pessoas e nos lugares’’. “No plano coletivo, os eventos fazem realmente história e mudam o curso do mundo. Congressos, conferências, reuniões… são de extrema importância no desenvolvimento e progresso científico, tecnológico, económico, social e cultural”, considera, explicando o tal apelo que sentiu.MADISON SQUARE GARDEN: E PORQUE NÃO? Essa vontade de fazer a diferença terá surgido a par de outro desejo forte: o de procurar outras experiências e outros países. “Sempre quis sair da minha concha… aprender mais, experimentar mais, explorar mais, contactar mais. Lembro‑me de que no primeiro ano de faculdade já enviava currículos para venues com o Madison Square Garden ou o Wembley Stadium (risos). Nunca tive medo de tentar, sempre apontei alto”, confessa. Uma atitude que compensou. “As experiências profissionais no estrangeiro ajudam‑nos a sair da caixa, a compreender as diferentes perspetivas no mundo, a diversidade e multiculturalidade. São experiências enriquecedoras não só a nível profissional, mas pessoal”, diz. Miami, Madrid, Preston e Londres são etapas internacionais desse percurso diverso, que inclui experiências tão diferentes como a FIL ou o Lancashire Wildlife Trust. E todas estas vivências foram importantes na sua vida: “Aprendi que somos todos uma grande família humana. Os diferentes contextos (culturais, económicos, religiosos, sociais, etc.) ensinaram‑me a respeitar todas as pessoas, a compreender as suas origens, a ver através de várias lentes, e não só através da minha lente”, confessa. Essa nova perspetiva do mundo e dos outros teve, igualmente, consequências a nível profissional, tornando‑a “uma pessoa mais consciente e ‘ativista’ de certa forma”. “No meu trabalho, a inclusão e diversidade são de extrema importância. Fazemos sempre o nosso melhor para incluirmos as questões de igualdade de género, diversidade regional ou setorial na escolha de oradores, temos sempre um programa para os jovens profissionais, e nos RFPs incluímos questões e requisitos relacionados com a inclusão, diversidade e sustentabilidade”. Outro aspeto que moldou a sua personalidade e a carreira foi a garra com que se envolveu na organização de eventos, mesmo como voluntária ou em regime freelancer. “Estou muito grata à minha versão mais nova, WWW.EVENTPOINT.PT 104 PASSAPORTE PORTUGUÊS porque sempre lutei muito por fazer parte. Fazer voluntariado, trabalhar em eventos… participar de alguma forma, mesmo que não fosse remunerada”. Esses anos foram uma aprendizagem que, ainda hoje, lhe é bastante útil: “No início aprendi muitíssimo a observar, a compreender a dinâmica, a estar disponível e a ajudar no que fosse preciso. Hoje no World Energy Council faço essencialmente congressos, conferências, eventos associativos, mas já fiz todo o tipo de eventos, desde musicais, culturais a exposições. Os eventos musicais, por exemplo, foram decisivos na minha abordagem aos eventos pela experiência e experience design”. PORTUGAL AO NÍVEL DOS DESTINOS DE TOPO O percurso profissional de Catarina Veiga leva à pergunta inevitável: quais as maiores diferenças entre fazer eventos em Portugal e fora do país? “Portugal está ao nível dos destinos de topo. As equipas são muito profissionais, a oferta é variada e de qualidade. Têm o foco no cliente e fazem tudo ao seu alcance para responder às suas necessidades. Gosto imenso de trabalhar em Portugal”, elogia, lembrando que em 2017 decorreu, em Lisboa, a World Energy Week. “Foi um evento que correu muitíssimo bem. Os nossos membros e delegados ficaram rendidos a Portugal”, diz.Quando lhe pedimos para definir os seus dias de trabalho no World Energy Council, a resposta é simples e bem humorada: “Frenéticos”. E explica porquê: “Apesar de fazermos eventos para 20.000 pessoas, a nossa equipa é relativamente pequena. Trabalhamos bastante com os nossos comités nos diferentes países e, transversalmente, entre equipas. Existe um espírito grande de equipa e união. Neste momento (n.d.r. início de setembro de 2021) estamos a gravar as sessões regionais para o nosso próximo evento digital em outubro, o World Energy Week LIVE 2021 e, ao mesmo tempo, estou a preparar as especificações para o setup das salas para o 25th World Energy Congress em São Petersburgo, Rússia, em outubro do próximo ano”. DESAFIOS TRANSFORMADOS EM OPORTUNIDADES Os dias podem ser frenéticos, mas Catarina Veiga admite uma dose extra de satisfação por sentir que o seu trabalho faz a diferença. “No Council a nossa visão para 2025 é ‘Energy for Humanity’, que é também o tema do nosso Congresso. O World Energy Week deste ano tem como tema ‘Energy for better lives’. Tentamos realmente fazer a diferença e colocar os nossos esforços no sentido certo. Seria bom vermos efeitos mais imediatos, mas, se cada um de nós fizer a sua parte, acredito que viveremos num mundo melhor”. A pandemia pode ter mudado muita coisa, mas não essa vontade de fazer a diferença e de servir o propósito WWW.EVENTPOINT.PT 106 PASSAPORTE PORTUGUÊS da entidade em que trabalha: “Criar eventos, experiências positivas e impactantes e manter as oportunidades de colaboração, partilha e crescimento dentro da nossa network”. Em 2020 todos os eventos tiveram de ser redesenhados, o que obrigou Catarina Veiga a investigar e a procurar saber mais, tendo mesmo feito uma formação em eventos digitais. Como muitas entidades e empresas em todo o mundo, o World Energy Council também apostou no online e na produção de vídeos e conteúdos. O balanço é positivo: “Os desafios tornaram‑se oportunidades, uma vez que temos chegado a mais pessoas, aumentando o número de participantes e expandido a nossa network e área de atuação”. E o futuro? Como se vê daqui a 10 anos? “Gosto muito de desafios. Não gosto de água parada, gosto de progredir e fazer a diferença. Estou feliz no Council. Nos próximos 10 anos provavelmente vou querer fazer o que ainda não foi feito. Gosto de partilhar conhecimento… Mais tarde imagino‑me também a conciliar a vida profissional com a académica”. Olga TeixeiraA MENSAGEM TEM QUE SER COERENTE WWW.EVENTPOINT.PT 108 CONSULTÓRIO DE PROTOCOLO CONSULTÓRIO DE PROTOCOLO As nossas especialistas de protocolo, Cristina Fernandes e Susana de Salazar Casanova, respondem às perguntas dos leitores. Nesta edição, as questões relativas à pandemia estão ainda na ordem do dia. Tenho reparado que nas cerimónias alguns oradores usam máscara e outros não. Como se deve gerir estas situações? Começamos a verificar, com enorme satisfação, que os eventos presenciais regressam a bom ritmo. Porque a pandemia perde força, porque nos vamos habituando a conviver (também) com este vírus, porque as atividades económicas têm que prosseguir. Para além da normativa legal, cujo cumprimento é indiscutível, de facto observamos que, em alguns momentos, existe dúvida quanto à utilização de máscara de proteção, nomeadamente em espaço de presidência, durante apresentações e discursos e nas fotografias de grupo. Através da simples observação, constata‑se que nestas e noutras situações no âmbito da participação em eventos e cerimónias, algumas pessoas (mesmo entidades oficiais) usam máscara e outras não. A mensagem transmitida nesses momentos não é, portanto, coerente. Neste sentido e, enfatizamos, cumprindo sempre com a regulamentação oficial, cabe à entidade anfitriã/organizadora definir se em determinado espaço/momento todos deverão usar máscara, ou não. Assim, o que sugerimos é que os organizadores perguntem aos oradores previamente se se sentem confortáveis, por exemplo, com a não utilização de máscara, e seja antecipadamente combinado/informado que em espaço de presidência e ao longo dos discursos as pessoas envolvidas sejam Next >