< Previousmemoráveis tornaram‑se uma parte intrínseca da experiência do Super Bowl, gerando receitas significativas para a organização do evento. Para aplicar uma equação semelhante ao futebol europeu, incluindo Portugal, é necessário considerar as especificidades do desporto e do mercado. O futebol é um fenómeno global com uma base de fãs massiva, especialmente na Europa, e Portugal não é exceção. Para adaptar este modelo, seria essencial criar um evento único, tal como uma final da Taça de Portugal, a Liga dos Campeões ou um campeonato internacional de seleções, que capte a atenção de todo o país e além‑fronteiras. Assim como no Super Bowl, é fundamental integrar entretenimento adicional ao jogo em si. Espetáculos musicais com artistas de renome, atuações teatrais ou outras formas de entretenimento podem ser incorporados para ampliar o apelo do evento. O objetivo é tornar a experiência desportiva mais abrangente e atraente para diferentes públicos, criando uma atmosfera de celebração e emoção. No que diz respeito ao marketing e ao patrocínio, é crucial envolver marcas e empresas relevantes. Através de parcerias estratégicas, as marcas podem associar‑se ao evento, promovendo‑se através de anúncios, ações promocionais e ativações de marca durante o evento. Essa exposição aumenta a visibilidade das marcas, cria oportunidades de negócio e gera receitas para a organização do evento. Ao implementar este modelo de negócio no futebol europeu, Portugal poderia colher várias vantagens. Em primeiro lugar, o desporto enquanto desporto beneficiaria de uma maior exposição e envolvimento do público. O evento tornar‑se‑ia mais do que um jogo, transformando‑se numa celebração desportiva de grande impacto, capaz de atrair não só os adeptos fervorosos, mas também os menos interessados no futebol. Além disso, o mercado de eventos em Portugal ganharia impulso significativo. A criação de um evento anual de grande escala, com um modelo de negócio sustentável, estimularia a economia local e impulsionaria o WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 80 OPINIÃO turismo desportivo. Hotéis, restaurantes, empresas de transporte e outros setores relacionados beneficiariam do aumento do fluxo de visitantes e do consumo gerado pelo evento. Para as marcas, a oportunidade de se associarem a um evento de renome e ampla visibilidade seria extremamente valiosa. O futebol europeu é um terreno fértil para o patrocínio e marketing de marcas, e um evento bem concebido permitiria uma maior participação das empresas, estabelecendo parcerias estratégicas e alcançando um público vasto. Em suma, o sucesso do Super Bowl como modelo de negócio baseia‑se na combinação inteligente de desporto, entretenimento e marketing. Adaptar essa fórmula ao futebol europeu, com enfoque em Portugal, poderia trazer benefícios significativos para o desporto enquanto espetáculo, para o mercado de eventos e para a participação das marcas. A chave reside em criar um evento envolvente, que vá além do jogo em si, e estabelecer parcerias estratégicas com marcas relevantes. Essa abordagem integrada impulsionaria o crescimento do desporto, estimularia a economia e proporcionaria experiências memoráveis tanto para os adeptos como para os patrocinadores. Tiago Matos Vital Professor, Diretor da Pós-Graduação em Gestão e Organização de Eventos Católica Porto Business School www.linkedin.com/in/tiago‑m‑25783a31É PRECISO UMA AGENDA DE EVENTOS A Casa de Montevideu, no Porto, recebeu mais uma reunião-debate da Event Point. Um encontro informal, entre players do setor dos eventos, com um tema na agenda: “Como podemos construir um futuro melhor para a indústria dos eventos?”. WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 82 RADAR Adelaide Mocho, da Skyros Congressos; Andrea Santos, da IWRA ‑ International Water Resources Association; Bruno Galvão, da AM Experience Group; Cláudia Rato, do Sheraton Porto; Filipe Trindade, do Centro de Congressos da Alfândega do Porto; Francisco Viana, do NH Collection; Marisa Mesquita, da So Catering; Nuno Lamas, da Caetsu; e Susana Ribeiro, do Turismo do Porto e Norte de Portugal, foram os participantes de mais uma reunião‑debate da Event Point. A Casa de Montevideu acolheu o grupo num dia de sol, a 11 de julho, para uma conversa descontraída e praticamente sem moderação. “Como podemos construir um futuro melhor para a indústria dos eventos?” permite falar de temas muito diferentes: recrutamento, formação, manutenção das equipas, a relação com a tecnologia. E foi justamente pelo recrutamento que a conversa arrancou. As dificuldades de recrutar pessoas para a indústria não são novas, e a situação é cada vez mais complicada em determinados setores da indústria dos eventos. “Onde andam as pessoas”, foi a pergunta (retórica) que se fez neste debate. Muitas pessoas deixaram os eventos durante a Covid, e não regressaram, nem se está a conseguir captar novas pessoas. Estas dificuldades de recrutamento estão a fazer com que os níveis de serviço se mantenham com muito esforço. A questão da manutenção das equipas também foi escalpelizada, e esta questão cola com o tema das novas gerações que estão no mercado de trabalho. Os novos profissionais não querem empregos para a vida, querem integrar projetos que lhes interessem e que os satisfaçam. Querem estar um ano ou dois nas empresas e depois seguirem para novos desafios. Querem ter a possibilidade de trabalhar remotamente, se possível de qualquer lugar do mundo. E se ouvimos, muitas vezes, de vários players, que é difícil o trabalho remoto na área dos eventos, também há espaço para as organizações se adaptarem e adoptarem uma visão mais moderna do mundo do trabalho. As novas gerações prezam a flexibilidade, liberdade e qualidade de vida e, na hora de decidir, vão optar pelas organizações que lhes oferecerem estes “recursos”. Para captar e manter o setor também tem que ser capaz de pagar bem. Mas já estamos na fase de posicionar mais acima o destino, numa altura em que Portugal perde eventos para destinos como a Eslovénia ou a Roménia? Se aumentarmos o preço, será que os eventos deixam de vir? Foi uma questão discutida no debate e que ficou ainda em aberto. Um tema em que os presentes concordaram foi a necessidade do mercado apostar na criação de conceitos de eventos que possam ser exportados internacionalmente. “Não se investe nisso” e os conteúdos turísticos, por si só, não são suficientes. “Os eventos são excelentes conteúdos” e só com estes conteúdos é possível aumentar preços. O grupo acredita na necessidade de criar uma agenda de eventos consistente e constante, que beneficie destino e respetivos players. Cláudia Coutinho de Sousa WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 84 RADAR XVIII JIP PROTOCOLO: UMA PONTE ENTRE CULTURAS, POLÍTICA, RELIGIÕES E EVENTOS As Jornadas Internacionais de Protocolo da APorEP – Associação Portuguesa de Estudos de Protocolo vão na sua 18ª edição, tendo lugar no dia 7 de novembro de 2023, no Auditório CGD do ISEG, em Lisboa. WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 86 ESPAÇO APOREP O programa da manhã seguirá com Ramón Peche Villaverde, presidente da Associação Espanhola de Protocolo, Chefe de Protocolo e Relações Institucionais do Município de Aranjuez, que nos vai falar do Protocolo autárquico como uma ponte para o Protocolo global. Também de Espanha virá Francisca Saravia, Chefe de Protocolo da Universidade de Córdova e membro da Asociación para el estudio y la investigación del protocolo universitário e que nos apresentará o seu trabalho na abertura solene do ano académico das universidades espanholas. Ademar Vala Marques, consultor de assuntos políticos e sociedade, assessor do antigo Presidente da República Cavaco Silva, completa o painel da manhã com a coroação de Carlos III e os ritos ancestrais adaptados ao nosso tempo. Durante a tarde, o painel de casos práticos trará Manuela Azoia, Chefe de Divisão de Relações Públicas e Protocolo da Assembleia da República, que partilhará a sua experiência parlamentar apresentando casos e situações do dia‑a‑dia do trabalho protocolar. Sendo 2024 um ano olímpico não podíamos deixar de abordar os temas desportivos pelo que José Manuel Araújo, Secretário‑geral do Comité A conferência de abertura trará Abla Benslimane, Embaixatriz de Marrocos e directora do Departamento de Relações Externas da Philip Morris International Duty Free, com o tema “The World is Bigger than Us” lembrando que “o protocolo tem a capacidade de ultrapassar as fronteiras culturais, alimentando o nosso conceito comum de humanidade e tratando todos com respeito e dignidade”. Olímpico de Portugal apresenta o tema “Protocolo desportivo – 3/2/1 ou 1/2/3?”. Do Estado‑Maior do Exército teremos uma breve apresentação da Bandeira Nacional, símbolo da soberania da República, da independência, unidade e integridade de Portugal, bem como uma demonstração da forma como é manuseada e dobrada a Bandeira Nacional em cerimónias militares. O painel eventos trará Cláudia Lopes da Mud.e e do Eventcast que nos irá falar da sua experiência enquanto organizadora de eventos empresariais. A Jornada Mundial da Juventude 2023 foi um evento como nunca tinha havido nenhum em Portugal, pelo que contaremos com a presença de elementos da sua organização nas áreas relacionadas com o protocolo: Isabel Figueiredo, do Grupo Renascença, diretora de relações externas e protocolo da JMJ, e Jorge Barradas, Tenente‑coronel da GNR, coordenador da equipa de segurança e proteção civil da JMJ. A APorEP traz a estas jornadas assuntos de interesse para todos os que na sua atividade profissional ou pessoal se interessam por cerimonial, protocolo, comunicação, relações‑públicas e organização de eventos. Reserve este dia para participar nesta iniciativa. Isabel Névoa Tavares Presidente da APorEP WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 88 ESPAÇO APOREP Next >