< PreviousA Rosa Gonçalves Paula motiva‑a “o desafio de criar um produto específico para um cliente em concreto”. Ou seja, continua, “as necessidades dos clientes são diferentes e os budgets também... Pelo que, na área dos eventos, temos de ser criativos e procurar as soluções que se adequem a cada caso, a cada cliente e a cada espaço”. Do que mais gosta nesta atividade é da “parte criativa de encontrar os diversos componentes para o evento e depois, no dia, ver tudo ir acontecendo como previsto e ver a reação dos clientes ao que fizemos, seja do cliente que paga, seja daqueles que são os convidados deste (colaboradores duma empresa ou simplesmente amigos e família)”. Já do que menos gosta é, quando, “depois de termos estado a trabalhar todos numa proposta, a criar conceitos e, com o DMC, a vender o destino, perdermos o grupo para um destino concorrente”. Rosa Gonçalves Paula descreve que “fica aquele sabor amargo de já estar a visualizar como é que iria ser e iria acontecer...” Momentos mágicos e únicos Cada evento tem, à sua maneira, as suas particularidades, defende a criadora da Events Plan It; por isso, a escolha do evento mais marcante do seu percurso torna‑se difícil. Ainda assim, destaca dois eventos que a marcaram. “Do ponto de vista emocional, foi o que fiz para uma instituição de solidariedade social de órfãos, em que tivemos de procurar os apoios para conseguir angariar dinheiro para uma carrinha nova para a instituição”, detalha. WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 70 VIDA DE EVENTOS “Chegar ao fim da noite e, com o apoio que tivemos da marca, conseguir entregar a chave da carrinha foi mágico. Dar algo a quem faz tanto por tantos e, às vezes, com tão pouco... Ver a cara dos responsáveis da instituição a olhar para a carrinha e perceberem que era deles foi único!”, sublinha. Rosa Gonçalves Paula realça ainda um evento mais institucional, em que teve de conseguir “arranjar forma de ter uma artista a atuar num pinheiro manso imenso, sobre a tenda transparente onde decorria o jantar”. Adianta que “todo o trabalho que tivemos de fazer para conseguir incluir aquele pinheiro, que tinha sido plantado aquando da construção do hotel e que queríamos que fizesse parte da festa, e o garantir as condições de segurança para a artista foram um desafio imenso”. Mas depois, ressalva, ver tudo a “acontecer como planeado e a reação das pessoas foi espetacular”. Os desafios da profissão motivam-na a encontrar soluções para as diferentes situações. Rosa Gonçalves Paula partilha uma história que demonstra o empenho que coloca em cada evento e como é importante uma boa parceria. O desafio: uma festa de fim de ano com o tema ‘Full Moon’ que acontecia em noite de... lua nova. “Pensar como recriar a lua no espaço de cocktail e ser visto da sala de jantar, fez‑me perder algumas noites e alguns testes de luz”, conta. “Com a ajuda da Eurologistix, com quem tenho vindo a trabalhar no Algarve, criámos um balão por trás de uma árvore no jardim do cocktail, com direito a céu estrelado e tudo, e um outro balão gigante que se via da sala de banquetes...” Solução encontrada! Mas nem sempre as coisas podem correr como esperado. Rosa Gonçalves Paula recorda um “momento difícil”, em que sentiu que podia correr mal. Há uns anos, próximo da passagem de ano, “a artista principal que tinha contratado foi hospitalizada na altura de Natal e ficou incontactável. Ela era a pessoa de contacto de um grupo de artistas que viriam com ela. Foi preciso conseguir substituí‑la e conseguir chegar ao contacto com cada um dos outros, para garantir que tínhamos como fazer as diferentes performances. Isto para o Algarve e passagem de ano!”. Reconhece que a situação “serviu de lição” e que, agora, “em situações de grupo de artistas, fico sempre com o contacto de cada um”. Mas se os eventos podem dar algum stress, podem também, por outro lado, arrancar alguns sorrisos e gargalhadas. No capítulo dos momentos hilariantes, a profissional lembra um evento com Gonçalo da Câmara Pereira, em que o fadista “conseguiu colocar os estrangeiros todos na sala a cantarem o fado ao lerem a ementa do jantar”. Rosa Gonçalves Paula afirma ter sido “o máximo para os estrangeiros que estavam a participar. Sentiram que conseguiam entrar no espírito do fado”. Um momento divertido, mesmo para os portugueses, que, por vezes, têm “o espírito demasiado formal e solene do fado...”. Maria João Leite WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 72 VIDA DE EVENTOS O QUE VAI SAIR HOJE DA GAVETA? SERÁ TEMPO? Se brinco tantas vezes com os clientes a dizer que vou tirar uma proposta da gaveta, porque não partilhar este tema? Na realidade não sou uma pessoa de me queixar, mas os eventos estão cada vez mais desafiantes. Não acham? As necessidades dos eventos de hoje estão muito ligadas aos momentos de networking. Existe uma reason why para se fazer um evento. Seja para o público interno ou externo, seja para comunicar algo de novo ou simplesmente olharmos nos olhos uns dos outros, que tanto WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 74 ESPAÇO APECATE Apetece‑me partilhar alguns provérbios com a palavra tempo: “Com tempo e perseverança, tudo se alcança”, “É preciso dar tempo ao tempo”, para os mais conservadores podemos dizer que “Nada se faz sem tempo”. Eu, em particular gosto deste: “O tempo é mestre”. Sim, e apesar dos super‑homens e super‑mulheres que temos a trabalhar nos eventos, com capas longas e lindas cheias de cor (para voar, quando é preciso!), pessoas sempre com sorriso na cara, bem‑dispostas, com um sim na ponta da língua (quase sempre!), com uma energia sem igual, precisamos de algum tempo para poder errar e depois poder brilhar. Os gestores de eventos têm uma pressão crescente para serem ágeis e eficazes num ambiente de trabalho cada vez mais desafiador. Uma pressão por respostas rápidas e soluções imediatas. A velocidade tornou‑se um fator crítico para responder às necessidades dos clientes e do mercado e temos de conseguir. Estamos cá para isso! precisamos, a expetativa é sempre muito alta. O que vamos ter hoje de novo? Quem vai ser o Host? Será que temos alguma ativação diferente e arrojada? Qual o melhor spot instagramável do evento? Temos equipas preparadas para receber briefings e, num curto espaço de tempo, temos de ter tempo para pensar no melhor evento do mundo! Tudo tem de ser imediato, tudo tem de estar na nossa cabeça, tudo tem de ter resposta na hora. E encontramos a melhor solução? Sim, a melhor que conseguimos dentro do tempo e budget que temos para trabalhar. E as propostas onde estão? Na gaveta? As propostas são feitas uma a uma, pensadas todas ao pormenor. Para cada proposta há que começar todo um processo de contactos. Temos disponibilidade de espaço, catering, audiovisuais, animações, decorações, para estas datas? Como estão os nossos parceiros? Conseguem responder num espaço tão curto de tempo?Deparamo‑nos, constantemente, com uma carga mental elevada, que temos de gerir e ter as caixinhas todas muito bem arrumadinhas no nosso cérebro para ter sempre uma pronta resposta. 2022 foi um ano com uma carga fora do normal. 2023, um ano de mais contensão. O desafio é conseguir corresponder às expectativas dos clientes, com orçamentos mais reduzidos, com soluções igualmente criativas e eficientes e para ontem. Por isso, é importante ser transparente sobre as limitações que temos. Hoje estou virada para os provérbios!! “Depressa e bem não há quem!” Mas não há como tirar propostas feitas da gaveta. Continuaremos a ser a indústria com a melhor energia do mundo. Com a vontade de dizer sempre que sim, apesar de alguns “nãos” muitas vezes já em cima da mesa. Continuaremos a ser resilientes e fortes para fazer tudo, com o pouco que temos, e bem! Não me canso de agradecer às pessoas que estão comigo, aos meus pares dos eventos (a minha concorrência), aos meus parceiros, pela partilha das nossas dores, para irmos afinando processos. Não vamos deitar a toalha ao chão, mas não tiramos propostas da gaveta. PS 1: Este texto foi pensado com o coração e NÃO teve a ajuda do CHAT GPT!! PS 2: OBRIGADA, APECATE, pelo convite e por me deixarem partilhar coisas tão simples que às vezes ficam por dizer, e estas sim, ficam fechadas na gaveta! Angelina Castel-Branco Partner iMotion Eventos WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 76 ESPAÇO APECATE “TORNAR A EXPERIÊNCIA DESPORTIVA MAIS ABRANGENTE E ATRAENTE” WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 78 OPINIÃO FUTEBOL ESPETACULAR: UM EVENTO SEMANAL O Super Bowl, um dos eventos desportivos mais aguardados e assistidos nos Estados Unidos, é um exemplo emblemático de um modelo de negócio bem-sucedido. Combinando desporto, entretenimento e marketing de forma magistral, o Super Bowl consegue atrair uma audiência global e gerar receitas astronómicas para todos os envolvidos. O seu êxito assenta numa fórmula coerente e eficaz, que pode ser adaptada ao contexto do futebol europeu, incluindo Portugal, proporcionando vantagens tanto para o desporto em si, como para o mercado de eventos e marcas. O modelo de negócio do Super Bowl baseia‑se numa combinação estratégica de vários elementos‑chave. Primeiro, temos o desporto enquanto espetáculo, com duas das melhores equipas da Liga Nacional de Futebol Americano (NFL) a competir num jogo de elevada importância. A competição e a qualidade do desempenho desportivo geram entusiasmo entre os fãs, criando uma base sólida de espetadores. Além do jogo em si, o Super Bowl é um evento de entretenimento completo. Apresenta espetáculos de música ao vivo com artistas de renome internacional, que atraem ainda mais público e alargam o apelo do evento além dos fãs de desporto. Estas atuações são cuidadosamente selecionadas para abranger diferentes géneros musicais e atrair um amplo leque de espetadores. No entanto, o que realmente diferencia o Super Bowl é a forma como integra o marketing e o patrocínio de forma eficaz. As marcas competem por espaços publicitários altamente disputados durante a transmissão televisiva, aproveitando a enorme audiência para promoverem os seus produtos e serviços. Os anúncios criativos e Next >