< PreviousRINU A PLATAFORMA QUE “AMBICIONA SER A BOOKING DOS EVENTOS” Startup portuguesa criada em agosto de 2024 junta organizadores de eventos e venues num só espaço online. BRANDED CONTENT WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 20 EMPRESAS “Sempre gostei de unir pessoas e sempre tive a sorte de o poder fazer. RINU significa unir ao contrário e a ideia nasce da dificuldade em reservar espaços para diferentes ocasiões”. A história da RINU é contada, na primeira pessoa, por João Falcão, managing partner da empresa. Segundo o responsável pela plataforma gratuita dedicada à reserva de venues para eventos, “reservar espaços é moroso, burocrático e temos de falar com inúmeras pessoas”. “Não havia um único sítio onde pudéssemos ver informações, preço e disponibilidades. E é daí que surge a ideia da RINU”, afirma. Com o grande objetivo de “unir os organizadores de eventos a todo o tipo de venues”, a RINU oferece uma “experiência chave na mão” ao setor dos eventos. “No setor do turismo já estamos habituados a ver estes packs na Booking ‑ ‘quarto + pequeno‑almoço’ ou ‘quarto + meia pensão’ ‑, em agências de viagens pacotes de vários dias ‑ ‘hotel + refeições + visitas + experiências’ ‑ ou até mesmo em motores de busca de voos ‑ ‘voo + hotel’”, explica João Falcão. “Pegámos nos melhores exemplos e transpusemos para o mercado dos eventos. Estes pacotes/packs podem significar apenas o aluguer do espaço, ‘espaço + catering’ ou outros resultados consoante os filtros que o cliente for colocando na plataforma e que o parceiro naturalmente forneça”, acrescenta.Versatilidade para todo o tipo de público Através da RINU, um hotel pode “alugar o lobby para um cocktail, o jardim para um almoço empresarial, uma sala de reuniões para uma reunião ou um quarto para uma sessão fotográfica”. “É com este espírito versátil, com vontade de querer fazer diferente, que queremos que a nossa equipa comercial procure soluções e estimule os decisores dos espaços a sair da sua zona de conforto e a testar novas abordagens sem alterar a sua forma de trabalhar”, sublinha o managing partner da plataforma. A RINU quer responder a todo o tipo de público que procure espaços para eventos. Numa fase inicial, a plataforma reuniu venues sobretudo de Lisboa e do Porto, mas está agora a alargar a oferta a outras zonas do país. João Falcão estima que o mercado empresarial represente 75% das vendas da RINU e o privado 25%. “Uma empresa pode fazer entre dois a cinco eventos por ano, ao contrário de um cliente privado que na melhor das hipóteses compra uma vez por ano ou faz três ou quatro grandes eventos na sua vida”, justifica. Transparência “no pricing”, rapidez no processo de reserva e “desburocratização” são os “três drives” da plataforma. WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 22 EMPRESAS “Ambicionamos ser a Booking dos eventos, por isso pretendemos ser o player online de referência e conveniência dos organizadores de eventos ‑ agências, empresas e privados”, reconhece o managing partner da RINU. Consolidar antes de internacionalizar No próximo ano, João Falcão espera “internacionalizar” a plataforma para Espanha e em 2027 para Itália. “Sentimos que estamos numa janela de oportunidade muito grande e temos de aproveitá‑la. No entanto, temos os pés bem assentes na terra e o nosso foco no ano de 2025 está em Portugal” Para o processo de internacionalização, a RINU conta já com parceiros como “a Detail Hotels (Arrow Group), Vila Galé, NH Hotels, PortoBay, Nimbler Spaces, entre outros”. Sendo “um marketplace e comunicando num mercado global (internet)”, João Falcão considera que a RINU dá “opções a clientes estrangeiros” que procurem em Portugal soluções de eventos de “forma fácil e democrática”. RINU jfalcao@rinu.pt www.rinu.pt“O TURISMO DE PORTUGAL TEM FEITO UM TRABALHO CONSISTENTE NA MEETINGS INDUSTRY” O crescimento do setor dos eventos em Portugal, a procura do nosso país por parte de novos mercados e a preocupação de dotar o Interior de condições para receber mais eventos estiveram em destaque nesta entrevista com Lídia Monteiro, vogal do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal. © António Camilo WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 24 GRANDE ENTREVISTA Como foi feito o seu percurso até chegar ao Turismo de Portugal? A minha formação de base é economia, fiz engenharia agrícola na UTAD ‑ Universidade de Trás‑os‑Montes e Alto Douro, em Vila Real e, nessa sequência, acabei por iniciar a minha atividade profissional justamente na universidade, onde fiquei durante alguns anos num projeto do Banco Mundial, de desenvolvimento rural de Trás‑os‑Montes, em que trabalhava no departamento de Economia e Sociologia Rural, fazendo a avaliação da implementação das medidas desse programa de desenvolvimento rural. Depois fui convidada para vir para Lisboa, para o Ministério dos Negócios Estrangeiros, estávamos nessa altura na discussão da nova PAC ‑ Política Agrícola Comum, e era necessário ter um conjunto de comunicações para informar os agricultores do que significava, que desafio era, e fui integrar uma equipa que, na altura, fazia um programa diário dedicado aos agricultores. Mais tarde, acabei por ser convidada para o ICEP. Portanto, comecei a trabalhar a marca Portugal e o turismo, mas na verdade trabalhávamos as diferentes valências, turismo, comércio, investimento. E quando o Turismo de Portugal foi criado, fui convidada para vir e não saí mais. Como encara, hoje em dia, as suas funções dentro da estrutura do Turismo de Portugal? São funções que me entusiasmam muito e que me motivam imenso. De alguma forma, tem que ver com o meu percurso profissional, mesmo aqui na casa, onde iniciei como diretora adjunta. Fui crescendo, também, e aprendendo. Acima de tudo aprendendo. Que importância é que a indústria dos eventos, da meetings industry, tem na vossa perspetiva? A indústria dos eventos tem uma importância muito grande e já o tem há muito tempo no turismo. Desde logo, o © António Camilo Turismo de Portugal organiza a presença das empresas portuguesas nas grandes feiras internacionais IMEX e IBTM, seja em Frankfurt, em Las Vegas, em Barcelona. São momentos particulares para as empresas como plataformas de negócio, uma vez que são de facto feiras muito importantes para o nosso tecido empresarial e é muito importante nós estarmos presentes e os convention bureaux, que estão sempre connosco. Temos um programa, o Portugal Events, que dá apoio e estimula a captação de congressos e incentivos para o nosso país. Temos vindo a reforçar esse trabalho junto dos convention bureaux. Portugal é um país que tem uma boa reputação internacional, do ponto de vista da indústria, até porque Lisboa é, em primeiro lugar, uma grande âncora de reconhecimento e de captação de eventos internacionais, mas o que nós vemos é que outras cidades, como é o caso do Porto, por exemplo, também têm crescido internacionalmente e têm crescido na sua capacidade de atrair e de competir com outros destinos. Diria mesmo que a indústria de eventos é, provavelmente, uma daquelas que têm sido, de uma forma sistemática e consistentemente, objeto de trabalho e de promoção do Turismo de Portugal. Fala-se recorrentemente da falta de dados, de estatísticas, especificamente desta grande indústria dos eventos. Isto é um trabalho onde o Turismo de Portugal pode fazer algo? A informação estatística e os dados sobre qualquer área de atividade é essencial como instrumento de informação de gestão, para podermos depois tomar decisões. O Turismo de Portugal tem feito um trabalho exemplar no que diz respeito ao tratamento de informação, de informação que está disponível. Mas também sabemos que existem muitos desafios. A nossa função não é ser entidade de recolha primária de dados. Nós trabalhamos os dados que nos são fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística e, como sabem, a informação está muito focada em alguns indicadores, que têm que ver com dormidas, hóspedes, etc. Não temos, efetivamente, por produto turístico. Essa mesma questão que se coloca relativamente aos eventos, coloca‑se em relação a todas as outras atividades na área do turismo. O que é que representa cada uma delas? Por alguns estudos que outras instituições fazem, conseguimos ter alguma informação sobre cada um dos produtos turísticos WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 26 GRANDE ENTREVISTA que temos disponíveis, e também sabemos, até pelo contacto que temos com a própria operação, que volume de atração têm para Portugal. Temos também os observatórios regionais, que serão seguramente um instrumento importante para podermos retirar mais informação sobre a atividade turística ‑ e quando falo em atividade turística falo em tudo, não apenas nos eventos. O que é que, na sua perspetiva, o Turismo de Portugal pode e deve fazer pelas empresas e pelas pessoas que trabalham em eventos? Julgo que o Turismo de Portugal tem feito um trabalho consistente na meetings industry. Desde logo para as empresas, organizar plataformas de negócio, seja por via de fam trips, seja por via das feiras, seja por via dos instrumentos que temos disponíveis. Julgo que aí estamos diretamente a trabalhar com as empresas para facilitar o seu negócio. Também temos o nosso próprio site da meetings industry, que nos permite facilitar a visibilidade da oferta nacional. Um dos assuntos que mais nos tem chegado tem que ver com a formação e julgo que aí temos um bom desafio. Acho mesmo que o Turismo de Portugal tem que olhar para essa matéria e pode fazer módulos formativos que tenham interesse e relevância para o setor, para os seus profissionais, © António Camilo para as empresas. Julgo também que essa formação tem de ser ela própria construída com as recomendações e o contributo das empresas, porque são elas que sabem quais as suas necessidades e que fragilidades encontram nos seus próprios recursos. Eu julgo mesmo que, no caso das nossas escolas de turismo, estão não só disponíveis como muito interessadas em dar esse passo de ajudar, do ponto de vista global, à formação dos profissionais da meetings industry. A questão da sustentabilidade e da digitalização das empresas, hoje em dia, é um desafio transversal. Acha que isto também tem cabimento nesse capítulo de apoio às empresas de eventos? A digitalização é muito importante e sabemos que a velocidade com que a tecnologia tem vindo a ser alterada e transformada é provavelmente um dos motivos pelos quais os próprios negócios, sejam quais forem, vão ter também um impacto e ser transformados. O ambiente é, em primeiro lugar, uma responsabilidade de todos, de cuidar do nosso planeta e, portanto, as empresas têm aqui um papel importante. Julgo que há uma sensibilidade muito grande, e nós temos sentido isso na forma como as empresas têm aderido aos modelos ESG [do inglês Environmental, Social and Governance, com indicadores ambientais, sociais e de governação corporativa] e ao Programa Empresas Turismo 360º, que no fundo é todo um percurso que as empresas fazem para as questões relacionadas com o ESG. © António Camilo WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 28 GRANDE ENTREVISTA Mas há um aspeto que é cada vez mais referenciado nos eventos, que tem a ver com as questões da acessibilidade e da inclusão. Estes aspetos são cada vez mais relevantes a nível internacional. Como é que os eventos se preparam para poderem ser confortáveis para todo o tipo de clientes? Cada vez mais vemos o esforço que as empresas têm de integrarem nos seus painéis de debate, nas suas organizações, palestrantes de todos os sexos e de todas as identidades. E aqui, naturalmente, estou a falar na presença feminina, que está cada vez mais reforçada. Acho que isso traz riqueza para o debate público e sem dúvida que para os eventos esse também é um aspeto importante. Ainda nesse capítulo do apoio que o Turismo de Portugal pode dar às empresas, a internacionalização de eventos também tem cabimento? Podemos ver mais “Chefs on Fire” ou outros eventos portugueses lá fora? É muito importante que as empresas tenham essa ambição de internacionalizar o seu evento. Acabaram de dar um bom exemplo, o ‘Chefs on Fire’, que aliás tem o apoio do Turismo de Portugal nessa sua ambição de chegar lá fora, começando aqui no caso pelo nosso país vizinho, mas quem sabe para outras geografias. A internacionalização dos nossos eventos é, sem dúvida, muito importante, mas também a internacionalização das empresas. Elas próprias poderem alargar o âmbito de trabalho e poderem estar presentes noutros países, além de Portugal. Que tipo de eventos é que gostavam de trazer para Portugal? Quais é que são mais interessantes? Eu diria que não há um tipo, mas sim vários tipos. Desde logo, eventos estratégicos que têm a ver com a nossa oferta turística. Estamos aqui a falar de eventos na área da cultura, que são normalmente eventos que têm uma capacidade de gerar motivos de comunicação, que permitem um storytelling muito interessante sobre os destinos. Todos os eventos relacionados também com o desporto. Enfim, eu diria que todos os eventos que têm uma relação direta com a atividade turística, eventos corporativos e associativos estão na nossa linha da frente. O atual governo tem inclusive dado ênfase à captação de grandes eventos internacionais que tragam grande visibilidade de Portugal Next >