O que vai sair hoje da gaveta? Será tempo?
20-12-2023
# tags: Clientes , Eventos , Eventos corporativos
Se brinco tantas vezes com os clientes a dizer que vou tirar uma proposta da gaveta, porque não partilhar este tema?
Na realidade não sou uma pessoa de me queixar, mas os eventos estão cada vez mais desafiantes.
Não acham?
As necessidades dos eventos de hoje estão muito ligadas aos momentos de networking. Existe uma reason why para se fazer um evento. Seja para o público interno ou externo, seja para comunicar algo de novo ou simplesmente olharmos nos olhos uns dos outros, que tanto precisamos, a expetativa é sempre muito alta. O que vamos ter hoje de novo? Quem vai ser o Host? Será que temos alguma ativação diferente e arrojada? Qual o melhor spot instagramável do evento?
Temos equipas preparadas para receber briefings e, num curto espaço de tempo, temos de ter tempo para pensar no melhor evento do mundo!
Tudo tem de ser imediato, tudo tem de estar na nossa cabeça, tudo tem de ter resposta na hora. E encontramos a melhor solução? Sim, a melhor que conseguimos dentro do tempo e budget que temos para trabalhar.
E as propostas onde estão? Na gaveta? As propostas são feitas uma a uma, pensadas todas ao pormenor. Para cada proposta há que começar todo um processo de contactos. Temos disponibilidade de espaço, catering, audiovisuais, animações, decorações, para estas datas? Como estão os nossos parceiros? Conseguem responder num espaço tão curto de tempo?
Apetece-me partilhar alguns provérbios com a palavra tempo: “Com tempo e perseverança, tudo se alcança”, “É preciso dar tempo ao tempo”, para os mais conservadores podemos dizer que “Nada se faz sem tempo”. Eu, em particular gosto deste: “O tempo é mestre”. Sim, e apesar dos super-homens e super-mulheres que temos a trabalhar nos eventos, com capas longas e lindas cheias de cor (para voar, quando é preciso!), pessoas sempre com sorriso na cara, bem-dispostas, com um sim na ponta da língua (quase sempre!), com uma energia sem igual, precisamos de algum tempo para poder errar e depois poder brilhar.
Os gestores de eventos têm uma pressão crescente para serem ágeis e eficazes num ambiente de trabalho cada vez mais desafiador. Uma pressão por respostas rápidas e soluções imediatas. A velocidade tornou-se um fator crítico para responder às necessidades dos clientes e do mercado e temos de conseguir. Estamos cá para isso!
Deparamo-nos, constantemente, com uma carga mental elevada, que temos de gerir e ter as caixinhas todas muito bem arrumadinhas no nosso cérebro para ter sempre uma pronta resposta.
2022 foi um ano com uma carga fora do normal. 2023, um ano de mais contensão. O desafio é conseguir corresponder às expectativas dos clientes, com orçamentos mais reduzidos, com soluções igualmente criativas e eficientes e para ontem. Por isso, é importante ser transparente sobre as limitações que temos.
Hoje estou virada para os provérbios!! “Depressa e bem não há quem!” Mas não há como tirar propostas feitas da gaveta.
Continuaremos a ser a indústria com a melhor energia do mundo. Com a vontade de dizer sempre que sim, apesar de alguns “nãos” muitas vezes já em cima da mesa. Continuaremos a ser resilientes e fortes para fazer tudo, com o pouco que temos, e bem!
Não me canso de agradecer às pessoas que estão comigo, aos meus pares dos eventos (a minha concorrência), aos meus parceiros, pela partilha das nossas dores, para irmos afinando processos.
Não vamos deitar a toalha ao chão, mas não tiramos propostas da gaveta.
PS 1: Este texto foi pensado com o coração e NÃO teve a ajuda do CHAT GPT!!
PS 2: OBRIGADA, APECATE, pelo convite e por me deixarem partilhar coisas tão simples que às vezes ficam por dizer, e estas sim, ficam fechadas na gaveta!
© Angelina Castel-Branco Opinião
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