“Acreditamos na continuidade do crescimento e afirmação do Convento São Francisco”
04-05-2022
# tags: Coimbra , Convento São Francisco , Venues , Eventos
Entrevista a Paulo Silva, responsável pela gestão e produção de eventos MICE no Convento São Francisco, em Coimbra.
A pandemia interrompeu uma fase de crescimento e de afirmação do Convento São Francisco no mercado nacional, mas essa fase está a ser retomada, à medida que 2022 avança. Paulo Silva, responsável pela gestão e produção de eventos MICE no Convento São Francisco, conta que se tem registado um aumento das intenções de realização de eventos e que há até uma melhoria em número de eventos, relativamente ao período pré-pandémico.
Como está a correr a retoma dos eventos no Convento de São Francisco?
Desde que as medidas de controlo da pandemia foram diminuindo, verificou-se um correspondente aumento da procura por parte das empresas para a realização dos seus eventos. No que se refere ao Convento São Francisco, 2022 está com um índice médio de procura ligeiramente superior a 2019. Os primeiros meses apresentam um crescimento de 38% no número de eventos realizados, comparativamente com o período homólogo de 2019. Ao nível dos eventos de âmbito cultural, o Convento mantém uma programação, em quantidade semelhante aos anos anteriores à pandemia, mas fica a sensação de ainda haver alguns constrangimentos por parte do público, para retomar a afluência normal.
O que consta mais na agenda para este ano: eventos de pequena ou grande dimensão? E que tipo de eventos?
A leitura geral das caraterísticas dos eventos demonstra uma maior incidência de eventos de escala mais reduzida, tanto ao nível do número de participantes, como da duração. Eventos mais pequenos e mais curtos são a tendência para os primeiros meses de 2022. Mantém-se ainda alguma indefinição para a organização de eventos de âmbito internacional, justificado pela imprevisibilidade das regras fronteiriças, nomeadamente ao nível das viagens transatlânticas.
O mercado já está a voltar ao normal ou há ainda muitos receios?
Sente-se que há um aumento das intenções de realização de eventos, com eventos de menor dimensão ao nível do número de participantes e duração. Como referi, neste momento, os indicadores apontam para uma melhoria em número de eventos, relativamente ao período pré-pandémico. Contudo, ao nível dos eventos culturais, com algumas exceções, fica a sensação de haver alguma dificuldade na retoma da normalidade. Os comentários mais frequentes relacionam-se essencialmente com o desconforto no uso de máscara. Acreditamos que, com a chegada dos eventos exteriores, esta situação venha a dissipar-se. [Entretanto, as máscaras deixaram de ser obrigatórias em espaços fechados]
Com que tipo de desafios se deparam hoje que não existiam antes?
A grande diferença que sentimos nos eventos está relacionada com a maior utilização dos formatos híbridos (digital e presencial). Implica mais preparação técnica e reforço de infraestruturas relacionadas com a internet.
Tendo em conta o ainda atual contexto pandémico, há alguma novidade em termos de serviços (segurança, higiene, ...)? Fizeram algum tipo de adaptação do espaço?
Implementámos as medidas do plano de contingência ao nível diferenciação dos acessos e percursos de circulação, a distribuição de dispensadores de álcool-gel e a maior frequência nos serviços de higiene. Continuamos a manter estas medidas e acredito que alguns dos hábitos se venham a manter no pós-pandemia.
É possível fazer um pequeno balanço do impacto da pandemia no venue?
A pandemia veio interromper uma fase de crescimento e afirmação do Convento no panorama nacional. Os eventos culturais foram reagendados, quase na sua totalidade. Ao nível da área MICE, verificámos uma quebra significativa, na ordem 60% em 2020 e 40% em 2021, comparativamente com os dados de 2019. Contudo, dados os bons parâmetros de 2022, acreditamos na continuidade do crescimento e afirmação do Convento São Francisco no mercado nacional dos eventos.
Que expectativas têm para este ano? Sentem que 2022 pode ser o ano da efetiva retoma do setor?
2022 está a superar os dados de 2019, com uma subida de cerca de 38% nos três primeiros meses. O número de agendamentos e reservas até ao final do ano é muito satisfatório e faz crer que teremos índices de ocupação superiores a 2019.
© Maria João Leite Redação
Jornalista