Conferência dos oceanos: uma operação exigente e complexa

15-09-2022

# tags: Caso de Estudo , Meetings Industry , Sustentabilidade

Foi um dos eventos do ano no país até ao momento, em termos de projeção internacional, de exigência e complexidade. A Conferência dos Oceanos decorreu de 27 de junho a 1 de julho, na Altice Arena.

Promovida pelas Nações Unidas, com o apoio dos governos de Portugal e Quénia, a Conferência dos Oceanos tinha como objetivo chamar a atenção e apelar para a necessidade de envolver líderes e decisores mundiais na proteção dos oceanos. E isso só é possível mobilizando a comunidade científica, tecnológica, para a criação de soluções inovadoras que revertam o estado atual dos oceanos. No evento, que esteve marcado para 2020, mas que só se realizou este ano devido à situação pandémica, estiveram presentes delegações de 140 países, 25 chefes de Estado e do governo, ministros, 38 agências especializadas e organizações internacionais, quase 1.200 organizações não-governamentais e outras entidades, mais de 400 empresas e centena e meia de universidades. O número de participantes foi de cerca 7.000.

A Altice Arena recebeu os trabalhos da conferência. Uma operação gigante em termos de conectividade e de segurança das redes. Ao todo foram 12 terabytes de tráfego e mais de 47 mil horas de sessões ativas. Isto exigiu a colaboração de mais de 140 técnicos, que garantiram o acesso a redes Wi‑Fi, serviço de televisão, comunicações móveis e fixas (com abrangência nacional e internacional) e duas war rooms. Nestas salas estavam concentrados os especialistas responsáveis pela segurança e qualidade do serviço. Além das reuniões plenárias, foi usado um sistema electrónico de reservas para reuniões bilaterais. As delegações tinham de submeter o pedido para as reuniões, sendo-lhes depois atribuída uma sala. Os jornalistas tinham disponível um media centre, totalmente equipado para responder às necessidades dos profissionais. Houve ainda lugar a eventos paralelos, integrados na conferência, alguns realizados na Altice Arena, outros em Matosinhos e Cascais.

O evento começou a ser montado a 16 de junho, nomeadamente as tendas e contentores que se localizaram na parte exterior do recinto. Quatro dias mais tarde, foi a vez de se iniciarem as montagens no interior. Os ensaios decorreram a 25 e 26 do mesmo mês. No que diz respeito a staff, das Nações Unidas estiveram presentes no evento 200 pessoas, enquanto que o staff nacional ascendeu às mil pessoas. Findo o evento, as desmontagens no interior do venue aconteceram a 2 e 3 de julho e as das estruturas exteriores a 7 de julho. Mais de 2.000 agentes da autoridade garantiram a segurança do evento, segundo o jornal Observador. Uma operação, segundo o secretário-geral do sistema de segurança interna “inédita” e “muito complicada”, uma vez que implicou a transferência de soberania, ou seja, a Altice Arena passou a estar sob a jurisdição das Nações Unidas.

Walking the talk

Sendo uma conferência com as matérias de sustentabilidade ‘front and center’, o evento tinha que dar o exemplo na incorporação prática de medidas de mitigação de impactos.

Alguns aspetos relacionados com a sustentabilidade:

-Não foi usado plástico de uso único;

-Os mais de 13.000 m2 de alcatifa foram produzidos com restos provenientes da indústria têxtil, e recolhidos após o evento pelo produtor para posterior reutilização;

-As fitas de pescoço foram produzidas em algodão orgânico;

-Os sacos da conferência foram 100% em algodão;

-Foram usadas garrafas PET de plástico reciclado, com 12 water stations instaladas pela EPAL e espalhadas pelo recinto para reabastecimento;

-Todos os materiais de sinalética ou foram já produzidos com materiais sustentáveis, ou enviados, após o evento, para pontos de reciclagem;

-O mobiliário foi todo reutilizado;

-As construções adicionais no interior da Altice Arena foram em material OSB, madeira prensada;

-A decoração foi minimalista;

-Em parceria com a Carris e a Metropolitano de Lisboa foram oferecidos títulos de transportes como incentivo à utilização da rede de transportes em detrimento do transporte individual;

-A conferência foi paperless. 

Veja aqui algumas imagens:



E o vídeo-resumo: