Fórum Vê Portugal: os desafios da promoção turística do país

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31-05-2023

# tags: Centro de Portugal , Algarve , Porto e Norte de Portugal , Alentejo , Turismo , Turismo de Portugal , Conferências

Os desafios da promoção turística estiveram em foco no segundo dia do 9º Fórum de Turismo Interno Vê Portugal, que a Covilhã acolhe de 29 a 31 de maio.

Com a presença de vários especialistas em turismo interno, debateram-se os passos a dar para melhorar a estrutura de promoção turística em Portugal. ‘Turismo Interno – Desafios para Portugal’ foi o tema do painel que juntou Luís Araújo (Turismo de Portugal), Pedro Machado (Turismo Centro de Portugal), Luís Pedro Martins (Turismo do Porto e Norte de Portugal), Vítor Silva (Turismo do Alentejo) e João Fernandes (Turismo do Algarve), com a moderação do jornalista Paulo Baldaia.

“A promoção turística do país precisa de estruturas flexíveis, em colaboração estreita entre si, que deem resposta às necessidades dos visitantes. É esse modelo que existe e que tem alcançado resultados muito positivos”, afirmou Luís Araújo no arranque do debate.

Para Luís Pedro Martins, “o setor do turismo tem conseguido prosseguir o trabalho realizado sem grandes roturas e com estabilidade”. Recordando que “o turismo foi o setor que começou a regionalização, em 2013”, o presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal referiu que “passada uma década, é altura de mudanças. As regiões estão próximas das empresas e, devido a essa proximidade, podem fazer algum do trabalho feito pelo Turismo de Portugal”. E concluiu: “Estamos no bom caminho e só temos de o aprofundar.”

Por seu lado, Vítor Silva considerou que não é necessário mexer no modelo atual. “Este modelo provou que funciona e introduzir alterações pode ser um tiro no pé. Somos o setor económico mais invejado e, com poucos meios, conseguimos fazer crescer as marcas regionais. O modelo funciona, não é preciso mexer”, disse.

João Fernandes reconheceu também que “o modelo está bem conseguido e tem dado cartas”, lembrando que “o Turismo de Portugal é uma referência a nível internacional”. No entanto, adiantou que “é preciso reforçar as competências nas ERT [entidades regionais de turismo], num processo de melhoria contínua” e, acima de tudo, é preciso “reforçar o financiamento das ERT, que precisa de mais recursos”.

Pedro Machado reforçou a ideia de que “o edifício do turismo responde, mas precisa de melhoramentos”. E explicou: “A Lei 2013 resolveu vários problemas, como a proliferação de entidades de turismo, que provocava descontinuidade territorial de produtos. Mas, entretanto, o mundo mudou. Os visitantes têm hoje prioridades diferentes, pelo que há alterações que devem ser feitas agora no reforço das competências das ERT. Estamos bem, mas podemos melhorar.”

“Um terço da procura turística no país é de origem interna”


Na sessão de abertura do Fórum Vê Portugal, Pedro Machado já tinha defendido “novas competências” para as ERT, no sentido de “acrescentar valor”. “As Entidades Regionais de Turismo são hoje instituições reconhecidas nos territórios e os resultados falam por si. Mas acrescentariam valor se ganhassem competências”, como a “possibilidade de as ERT trabalharem de forma mais próxima com os agentes económicos”, transitando para as ERT competências ao nível financeiro que são do Turismo de Portugal, exemplificou. “Devemos fazer o caminho de assumir algumas competências do Turismo de Portugal, que podem ser derivadas para as entidades regionais.”

Na sua intervenção, Vítor Pereira, presidente da Câmara Municipal da Covilhã, destacou a “oferta que abrange todos os segmentos do turismo” da região. “Só não temos as ondas do mar”, disse, acrescentando: “O turismo desempenha um papel central na economia. Fortalece laços e proporciona o intercâmbio de experiências. Este fórum permite-nos conversar e ouvir os especialistas, de forma a inspirar, criar e tecer novos caminhos para o turismo interno.”

Mário Raposo, reitor da Universidade da Beira Interior, lembrou que o turismo enfrenta também desafios, destacando a “necessidade de criar marcas regionais e de apostar em novos produtos que atraiam visitantes durante todo o ano”.

E, no final da sessão de abertura, Nuno Fazenda, secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, recordou que “um terço da procura turística no país é de origem interna”, pelo que “tem um peso fundamental na economia”. Sublinhando que a procura no primeiro trimestre do ano bateu todos os recordes, Nuno Fazenda referiu que tal se deve “às empresas, aos trabalhadores, mas também às políticas públicas”. “Só trabalhando juntos conseguimos estes resultados”, frisou.