Gestão de pessoas é o maior desafio para as lideranças de organizações

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05-06-2024

# tags: Marketing , Matosinhos , Eventos , Porto , QSP Summit

Realizado no âmbito do QSP Summit, um estudo da consultora QSP concluiu que a gestão de pessoas é o maior desafio para as lideranças de organizações.

A QSP – Marketing Management & Research procurou saber quais são os principais desafios para o futuro empresarial e como é que organizações e trabalhadores se adaptam às mudanças nas empresas, através de um estudo realizado junto de profissionais do tecido empresarial, no âmbito do lançamento da 17ª edição do QSP Summit, que decorre de 2 a 4 de julho, no Porto e em Matosinhos, com o mote ‘Rethinking Organizations’.

Para a maioria dos gestores inquiridos, as pessoas assumem-se como o principal desafio de gestão, tanto pela dificuldade de incutir uma cultura organizacional e o engagement dos colaboradores (60%), como pela dificuldade de atrair e reter profissionais qualificados nos seus quadros (53,3%).

Além disso, 77% dos profissionais consideram os modelos de educação e formação atuais desajustados face às necessidades das organizações; apenas 14,1% consideram ajustados.

“Estes valores demonstram que há um claro desconforto com os modelos educacionais atuais e uma vontade de reformulação de forma a corresponder melhor às necessidades das organizações, seja pela prioridade dada ao conteúdo teórico em detrimento do saber fazer, pela desconsideração das soft skills, ou mesmo pela pouca ligação ao mundo empresarial, como os resultados do estudo indicam. Os desafios que as organizações enfrentam, num ambiente de concorrência feroz e em constante mutação leva a que, principalmente os gestores de topo, sintam que os recém-formados devam estar mais preparados para as dinâmicas do mundo empresarial”, refere Pedro Carneiro, head of Marketing Research da QSP, entidade organizadora do QSP Summit.

A agilidade na adaptação às mudanças do mercado, outro dos muitos temas que vão ser debatidos na edição deste ano do QSP Summit, surge como o terceiro maior desafio atual da gestão (52,6%) para os inquiridos do estudo.

Valorização, comunicação, responsabilidade social e sustentabilidade


Questionados sobre as características mais importantes na gestão das organizações, os inquiridos destacaram o reconhecimento e valorização dos colaboradores (63,7%), a comunicação aberta e transparente (52,6%), a liderança inspiradora (50,4%) e a agilidade organizacional (35,6%) – características que em 25,2%, 20%, 22,3% e 26,7% dos casos, respetivamente, são pouco ou nada promovidas nas organizações.

Embora assumam a valorização dos colaboradores como um fator importante na gestão, os inquiridos dão pouca relevância à inclusão, diversidade e equidade dentro das organizações. É vista como a característica mais importante na gestão das organizações por apenas 11,9% dos profissionais, sendo pouco ou nada promovida por 20,8% dos inquiridos.

Também a responsabilidade social e a sustentabilidade merecem pouco destaque pelos gestores, sendo destacada por apenas 20%; mas também há 23,7% que referem não ser promovida internamente nas organizações onde trabalham.

Nos casos em que efetivamente há uma promoção, ainda que moderada, da sustentabilidade e responsabilidade social (76,3%), as iniciativas mais referidas como prioritárias em termos de responsabilidade social corporativa são a ética nos negócios (59,2%), a transparência (49,5%), a redução do impacto ambiental (48,5%) e a promoção da diversidade e inclusão (39,8%).

“As pessoas continuam a estar no centro das organizações”


O estudo da QSP revela que 97,8% dos profissionais consideram que a inovação é essencial para o sucesso das organizações e 85,2% defendem que a tecnologia está a impactar positivamente a forma como as organizações operam.

Nos próximos anos, 83% espera que a inteligência artificial seja a tecnologia com maior impacto na gestão organizacional. E, embora 18,8% não discriminem, espera-se que tanto a inteligência artificial generativa (57,1%), como a preditiva (50,9%) venham a ter um impacto significativo.

“Tratando-se de temas pouco difundidos no léxico dos portugueses, é natural haver alguma confusão nos conceitos do que é AI generativa e AI preditiva, porém fica claro que a inteligência artificial marcará o futuro da gestão organizacional”, frisa Pedro Carneiro.

O estudo indica que 63% dos profissionais acreditam que a Big Data e a análise de dados serão a tecnologia com mais impacto no futuro a curto/médio prazo e que 40,7% apontam a automação. Outras tecnologias, como a Internet of Things (21,5%), a blockchain (14,1%), a realidade aumentada e virtual (9,6%) e o metaverso (8,9%) também são referidas.

Mas nem todas as empresas parecem estar preparadas para a mudança: 16,3% dos profissionais indicam que a sua organização tem uma capacidade baixa, ou até muito baixa, de adaptação à mudança e 43% veem a sua organização com uma capacidade moderada. Pelo contrário, 40,7% acreditam que a sua organização tem uma capacidade de adaptação à mudança elevada ou até muito elevada.

O estudo da QSP adianta que, atualmente, o foco no cliente e nas necessidades do mercado parece ser a estratégia prioritária da maioria das empresas; contudo, os inquiridos acreditam que, embora isso seja muito importante, o foco deveria estar principalmente no desenvolvimento de habilidades e competências dos colaboradores e também na flexibilidade organizacional e agilidade na tomada de decisões.

O investimento em tecnologia e inovação, embora seja indicado por 33,3% dos profissionais como área prioritária atual nas suas empresas, deveria ser prioritária para 46,7%, demonstrando que ainda há um longo caminho a percorrer e que o investimento em tecnologia e inovação ainda não é o suficiente. 

“Mais uma vez, e ainda que o investimento em tecnologia e inovação seja visto como muito relevante e uma realidade cada vez mais premente para as organizações, os profissionais destacam o desenvolvimento de habilidades e competências dos colaboradores, demonstrando que, hoje, as pessoas continuam a estar no centro das organizações e a preocupação maior do tecido empresarial passa por garantir quadros valiosos e preparados para as mudanças que se adivinham”, conclui Pedro Carneiro.

O estudo realizado pela QSP – Marketing Management & Research, realizado junto de mais de 130 profissionais do tecido empresarial, permitiu fazer uma primeira análise sobre a temática do QSP Summit, que espera a participação de mais de 3.500 profissionais no evento.