Maior do que a vida!
15-07-2024
# tags: Espetáculos , Eventos
A notícia da morte do Sandro, num afogamento estúpido, apanhou todos de surpresa.
Achámos que o Sandro era imortal. Achamos todos, nesta atividade, que somos imortais.
Imortais e plenos de superpoderes.
Organizar e trabalhar em eventos implica superpoderes. O poder de gerir projetos e de encantar pessoas.
O Sandro era um desses encantadores de pessoas. Era a alma da animação da EDP nos Festivais, o maquinista da Deloitte ou o Elvis casamenteiro do Rock In Rio.
O Sandro enchia a sala, enchia o palco e enchia o evento com a sua personalidade e energia. Tanta energia que às vezes tínhamos que lhe pedir para refrear a mesma. Como na inauguração daquela loja de decoração onde se escondeu debaixo de um monte de tapetes e, surgindo de repente no meio destes, surpreendia os convidados apresentando-se como o vendedor de tapetes made in china.
O afogamento do Sandro foi estúpido porque ocorreu numa praia fluvial e o Sandro mergulhava e fazia caça submarina e porque o filho Duda, de 10 anos, estava com ele nesse momento.
No velório comentavam “se calhar arriscou demais” naquele mergulho fatal. Se calhar arriscamos de mais no nosso dia a dia. Aquelas montagens tecnicamente complexas, aquele equipamento suspenso, aquelas horas a menos de sono tantas vezes combinados com idas e vindas de eventos fora de horas.
Se calhar arriscamos demais.
Estou certo que se perguntasse ao Sandro: “arriscaste porque querias morrer?”, ele me responderia: “arrisco, porque me quero sentir vivo”.
Todos arriscamos porque nos queremos sentir vivos.
Que o Sandro perdure na nossa memória nas várias personagens com que nos encantou e fez rir.
Até sempre.
In Memoriam
Sandro Moisés
© Pedro Rodrigues Opinião
Diretor da Desafio Global & Go Live Digital Events