Audiovisuais: as principais tendências para 2024
31-01-2024
# tags: Tendências , Eventos , Audiovisuais , Tecnologia , Empresas , Sustentabilidade
Para conhecer as principais tendências nos audiovisuais para este ano, a Event Point questionou quatro empresas portuguesas.
Tecnologias que criem experiências imersivas, grandes sistemas de vídeo, ecrãs de ledwall de grandes dimensões, eventos mais sustentáveis, novos formatos de conteúdos, interação e imersão são algumas das principais tendências deste ano, juntando as ideias deixadas pela Rise, Mainvision, AVK e RXF.
“Creio que as novas tecnologias imersivas têm tido um impacto significativo no setor de eventos e nas empresas de audiovisuais em todo o mundo”, refere Filinto Francisco, diretor comercial da Rise, que trabalha essencialmente o mercado MICE internacional. E, no seu entender, na vertente tecnológica, “uma das principais tendências continua a ser a realidade virtual e a realidade aumentada”, tecnologias que “permitem criar experiências imersivas e interativas” e que podem tornar as apresentações “mais dinâmicas e envolventes”.
“Outra tendência cada vez mais evidente é a inteligência artificial (IA), com a crescente análise de dados a desempenhar um papel fundamental no setor de eventos”, ajudando os organizadores a “entender melhor o comportamento dos participantes, identificar tendências e tomar decisões mais informadas para futuros eventos”. Além disso, há também um crescente interesse “na adoção de medidas ecológicas, que visem a redução do impacto ambiental da nossa atividade”.
Contudo, acrescenta Filinto Francisco, tudo isto depende de vários fatores, “incluindo investimentos, infraestruturas e a disponibilidade de profissionais qualificados”. De qualquer forma, e “considerando a ‘consciência verde’, a rápida evolução tecnológica e o interesse crescente em experiências inovadoras, é provável que essas tendências sejam cada vez mais relevantes para o setor de eventos e para as empresas de audiovisuais em Portugal” em 2024, explica.
Eventos imersivos e experiências personalizadas
As previsões da Mainvision seguem na mesma linha. Márcia Ferreira, CEO da empresa de soluções audiovisuais para eventos, começa por indicar como tendência a “tecnologia cada vez mais avançada”, apontando a realidade virtual, a realidade aumentada e a IA, que vão permitir “eventos mais imersivos e interativos” e também “experiências mais personalizadas”.
Também são tendência os “eventos mais verdes”, sendo a sustentabilidade um “valor inegociável” para as empresas; os “novos formatos de conteúdos dos oradores”, com apresentações “mais dinâmicas e interativas”; a “personalização na experiência do cliente”, que vai ganhar “uma nova dimensão”; e o “storytelling aplicado a conteúdos”, valorizando a história que o evento pode contar – “os eventos podem e devem ter uma história e um efeito ‘uau’”, frisa Márcia Ferreira.
Inês Aguiar, administradora e diretora comercial da AVK, entende que, este ano, vai haver uma continuidade “no que diz respeito à importância dos grandes sistemas de vídeo nas diferentes tipologias de eventos e na definição dos requisitos dos mesmos”, particularmente “a importância da qualidade da resolução e dimensão das superfícies”, como também “na complexidade e qualidade dos conteúdos”.
A responsável da empresa de soluções audiovisuais adianta que, “face à evolução tecnológica a nível de displays de imagens”, uma das tendências vai passar “por uma aposta maior nos ecrãs de ledwall de grandes dimensões, com melhor resolução e pixel de menor dimensão, tornando assim os clientes e participantes nos eventos mais exigentes nas suas expectativas nestes domínios”.
A RXF refere que 2024 “vai ser marcado pelos três ‘is’, no setor dos eventos e, em particular, nos audiovisuais”: Integração, Interação e Imersão. “Olhando para a integração, podemos até dizer que, no nosso caso, é o ano da consolidação. Na RXF integramos há vários anos soluções de IT e de conteúdos aos meios técnicos, mas quero acreditar que a tendência será transversal a outras empresas”, afirma Pedro Miguel Ramos, fundador e CEO da empresa que atua nas áreas do audiovisual, multimédia e tecnologias de informação.
No capítulo da interação, “vamos viver momentos de maior contacto entre audiência e os speakers, criando uma experiência entre o conteúdo apresentado e forma como podemos visualizar, dentro ou fora da tela/ledwall e nos nossos smartphones”. Depois, a “cereja no topo do bolo” é a imersão e “a forma como, com a tecnologia atual, vamos poder ‘entrar’ dentro do evento, tendo como pilar, mais uma vez, o conteúdo”.
Expectativas positivas para 2024
Estas são as principais tendências para o ano que agora começou. E, além das previsões mais técnicas, a Event Point quis conhecer as expectativas que as empresas de audiovisuais têm para este ano. Apesar do momento mais “tenso”, da política às “guerras bem perto de nós”, a verdade é que 2023 foi o “melhor ano” para a RXF, que espera “continuar a crescer em 2024”. Segundo Pedro Miguel Ramos, “consolidação é a palavra de ordem” dentro da empresa, que quer “continuar a fazer diferente, integrando soluções, tecnologias e ideias, com aquele que é nosso maior ativo, as pessoas”.
Inês Aguiar também afirma que, “apesar da turbulência que se vive em várias partes do mundo, que geram sempre instabilidade na hora de agendar e programar um evento internacional em Portugal”, além da “modesta recuperação prevista para a economia”, as expectativas da AVK para este ano “são positivas e animadoras”. “Esperamos, inclusive, vir a ultrapassar os resultados atingidos em 2023”, sublinha.
Para Márcia Ferreira, da Mainvision, estas tendências “indicam uma contínua evolução na forma como os eventos são produzidos e experienciados, pelo que temos ótimas expectativas para este ano”, remata.
Segundo Filinto Francisco, “prever o cenário para 2024 é incerto, pois depende de vários fatores, incluindo a situação económica global, as tendências de viagens e a evolução do setor de eventos”. Contudo, e “considerando o crescimento contínuo do turismo em Portugal e o investimento no setor de eventos corporativos, é bem possível que o país continue a ser um destino atrativo para esses tipos de eventos no futuro”, conclui.
© Maria João Leite Redação
Jornalista