Congresso da APECATE: “É na construção que se arranja a solução”
19-11-2024
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António Marques Vidal, presidente da APECATE, afirma que o congresso vai ter uma abordagem positiva. Afinal, “é na construção que se arranja a solução”.
Marcado para 25 e 26 de novembro, no cineteatro Paraíso, em Tomar, o 12º Congresso da APECATE (Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos) tem como mote ‘Liberdade e Turismo’.
“O 25 de Abril é um marco da liberdade” e, passados 50 anos, “a sociedade portuguesa evoluiu, o turismo também teve a sua própria evolução”. E há questões que se levantam e uma delas prende-se com o perceber se, efetivamente, “há um exercício democrático em todos os setores do turismo”.
Esta e outras questões vão ser analisadas no primeiro painel do Congresso da APECATE, que é dedicado ao tema ‘50 anos depois: liberdade e cidadania’. O painel vai ter uma abordagem transversal e vai “interagir com pessoas da cultura e da atividade empresarial”.
Depois, o congresso vai ter “uma sequência de painéis bastante mais específicos, onde vamos refletir sobre problemas concretos, aqui já muito focados no setor dos congressos, eventos e animação turística”, explica António Marques Vidal, que adianta, em declarações à Event Point, que o congresso vai questionar de que maneira é que a liberdade e a democracia estão implementadas no setor.
‘Ordenamento: desafios no espaço natural’ e ‘Ordenamento: desafios da mobilidade’ são os dois painéis dedicados a um tema que afeta o setor da animação turística e dos eventos. “Um dos pilares da organização social e consequente democracia é o ordenamento do território”, refere. António Marques Vidal recorda que, neste capítulo, há desde logo um problema, que, “em Portugal, o ordenamento é uma manta de retalhos, não tem uma linha orientadora, tem muitas tutelas”.
O tema do ordenamento vai ser abordado em duas sessões: uma dedicada ao espaço natural, terrestre e marítimo, que vai tentar perceber “como é que é o acesso do cidadão à animação turística, ao usufruto dos programas”; e uma dedicada ao ordenamento em termos urbanos, que “está na ordem do dia”, tendo em conta as questões relacionadas com a mobilidade, o alojamento local ou um excesso de turismo.
Outro tema que vai estar em análise é o lobby, uma palavra “que não tem sido bem tratada” em Portugal. António Marques Vidal refere que, no mercado mundial concorrencial, é cada vez mais necessário que as empresas e o Estado trabalhem em coordenação e sinergia. “Em Portugal ainda há muita pouca capacidade de ganhar grandes eventos com consórcios; no fundo, haver várias empresas, entidades oficiais e entidades particulares, que se unem para conseguir ganhar grandes eventos, e não é ganhar pontualmente ou ganhar porque se paga bem…”
O congresso vai ainda debater a questão da fiscalidade e, “no nosso caso concreto, a questão do IVA”. António Marques Vidal lembra que o setor é “altamente penalizado por uma fiscalidade de IVA desajustada”. “Somos dos poucos que ainda pagam 23% de IVA”, aponta.
‘AI – como aplicar na indústria dos eventos e animação turística’ é um “tema incontornável”. A inteligência artificial, “que o setor já utiliza muito, mas que ainda precisa de utilizar mais e melhor”, vai ser um outro tema analisado.
António Marques Vidal tem “boas” expectativas para o 12º Congresso da APECATE, que está a registar “uma adesão interessante”. Neste encontro vão ser levantadas “questões fundamentais”, temas para os quais é preciso dar início à conversa, e vai ser também promovida uma reflexão sobre o que tem sido feito e o que se pretende fazer no futuro.
O congresso promete trazer exemplos positivos em que as entidades envolvidas nos processos se sentaram à mesa para resolver os problemas e lembrar casos em que não há diálogo e em que as decisões são tomadas sem serem medidos os impactos e consequências. Mas tudo com uma abordagem positiva, por considerarem que “é na construção que se arranja a solução”.
© Maria João Leite Redação
Jornalista