Joana Grácio: “O que mais me fascina é a ausência de monotonia”
16-04-2024
# tags: Eventos , Vida de Eventos
Depois de ter trabalhado em várias áreas, o que lhe permitiu “conhecer muitas realidades diferentes”, Joana Grácio chegou ao universo dos eventos e é hoje CEO da Tox’Inn.
“A minha vida conduziu-me naturalmente a esta área. Sempre fui muito comunicativa, o que me levou desde muito cedo a trabalhar em produção, animação, hosting de eventos e promoção de produtos – algo que sempre fiz com muito gosto e que me permitiu conhecer muitas realidades diferentes, assim como profissionais altamente criativos, que sempre me inspiraram”, refere Joana Grácio, CEO e partner da Tox’Inn Marketing Promocional, empresa reconhecida pela organização de eventos e recursos humanos.
Nesta atividade, o que motiva Joana Grácio são os “desafios diferentes a cada dia”, que nunca deixam os profissionais dos eventos acomodarem-se ou “dar como certo” o que vão fazer. “Há sempre um desafio que nos leva ao ‘extra mile’, a procurar novas soluções, explorar novas trends – e, neste processo, estar em contacto com profissionais de várias áreas, que todos os dias têm algo para nos ensinar”.
Cruzar-se com “profissionais inertes, com pouco brio; pessoas para quem o simples é suficiente” é dos fatores de que Joana Grácio não gosta no mundo dos eventos. Esses profissionais “drenam-nos a energia e tornam muito mais difícil um bom resultado final”, aponta.
Por outro lado, “o que mais me fascina é a ausência de monotonia, que conduz ao desafio constante”. Isto é do que mais gosta neste universo. “Trabalhamos diariamente para obter um excelente feedback por parte do cliente, pelo que superar expectativas quando não existe uma solução ‘one size fits all’ tem outro sabor”, acrescenta a CEO da Tox’Inn.
Quando desafiada a escolher o evento mais marcante do seu percurso profissional, Joana Grácio divide-se entre “o primeiro evento ‘chave na mão’ ou a primeira equipa para um só cliente com mais de 50 pessoas a trabalhar em simultâneo”, já que “são desafios muito diferentes em si, mas ambos com muita responsabilidade”.
“O primeiro pelo envolvimento de inúmeras entidades intervenientes (algumas delas públicas), nem todas a trabalhar ao mesmo ritmo.
O segundo pelo número de pessoas com características tão diferentes entre si, mas com um objetivo comum de representação e comunicação uniforme. Em ambos os casos, consegui concluir os projetos com sucesso, sendo indubitável que foi determinante conseguir motivar todos os envolvidos com foco no objetivo final” conta.
Joana Grácio diz guardar sempre consigo a memória de quem a marcou de forma positiva. “Infelizmente, já nem todos entre nós, mas a quem agradeço todos os dias por todos os inputs que deram à nossa empresa. Sejam eles colaboradores pontuais, funcionários internos ou clientes – todos os que nos desafiaram: fosse a criar um call center em tempo recorde, fosse a criar verdadeiros centros de distribuição e armazenamento temporários, fosse a transformar armazéns em espaços de luxo, fosse a gerir 200 convidados que, de um momento, para o outro se transformaram em 500”, afirma, adiantando: “São eles que nos fazem criar estratégias e desenvolver ferramentas para sermos mais eficientes e céleres de dia para dia.”
“Ao final do dia, sobrevivemos e passámos com distinção”
No mundo dos eventos, os desafios são constantes e nem sempre as coisas podem correr como planeado. Joana Grácio recorda um episódio que ocorreu na manhã de um evento, em que o cliente ligou com algo inesperado. “Certa manhã, em que às 18h iniciava um evento com 200 pessoas, o cliente liga-me a informar que tinha mais 300 confirmações do que as inicialmente previstas, pelo que o número total de convidados ascenderia aos 500. Conhecendo bem este cliente, confesso que não o levei a sério nos primeiros minutos. É muito espirituoso e deu-me esta informação com um sorriso nos lábios – ele, sempre dócil e gentil, creio que, naquele momento, sorria de nervosismo puro”, explica.
“Ao constatar que esta seria uma realidade”, a equipa de Joana Grácio teve de pôr mãos à obra e de “desenvolver e executar um plano B muito rapidamente”. “Tive a sorte de ter um cliente que percebia melhor do que ninguém o impacto que este aumento tinha no evento, pelo que compreendeu de imediato os ajustes que seriam necessários”, continua. “Ao final do dia, sobrevivemos e passámos com distinção, com o apoio de todos os envolvidos, naturalmente.”
Sustos como este podem acontecer, tal como os momentos em que é difícil segurar uma gargalhada. Segundo Joana Grácio, são “muitíssimos” os momentos hilariantes. “Possivelmente, aquele em que mais dificuldade tive em conter o riso terá sido quando um cliente se referiu a ‘comer um briefingzinho’ ao querer mencionar o cocktail de boas-vindas”, exemplifica, lembrando ainda um outro, quando, ao final de um evento que já durava há 16 horas, um extintor abre, cobrindo todos de pó azul. “Parecíamos uns smurfs – smurfs estes que ficaram horas a limpar o que o extintor pintou em poucos segundos”, conclui.
© Maria João Leite Redação
Jornalista