“Não há um só hotel da Minor que não tenha uma sala de reuniões”
19-04-2024
Diretor-regional do grupo hoteleiro sublinha a forte aposta da Minor Hotels no segmento MICE, em Portugal.
A Minor Hotels tem 16 unidades em funcionamento em Portugal e mais duas a caminho até ao final deste ano, representando marcas como Anantara, Tivoli, NH, Avani e NH Collection.
O diretor-regional da Minor Hotels, Segundo López Vázquez, explica à Event Point que a meetings industry é sempre uma prioridade. “Não há um só hotel da Minor que não tenha uma sala de reuniões”, afirma, sublinhando que se trata de “uma mais valia” para o grupo e “uma parte importante do negócio”.
Mais do que “vender salas [de reuniões]”, Segundo López Vázquez considera que a Minor Hotels “vende um pacote com toda a experiência”, de “cidade, conexões, parcerias com terceiros”.
O Tivoli Oriente Lisboa Hotel serve de “teste-piloto” para as salas de reuniões dos outros hotéis do grupo. “Todas as coisas que testamos neste hotel sairão para todos os demais hotéis de Portugal”, adianta.
O diretor-regional da Minor Hotels recorda que durante a pandemia fizeram alterações na estratégia de venda para o segmento MICE, “mas as empresas quando voltaram do covid já não queriam o mesmo”.
De acordo com Segundo López Vázquez, “a proposta de valor já é diferente” e “há muitas coisas que a pandemia mudou”. “Antes aproveitava-se qualquer espaço de um hotel para fazer uma sala e agora não é assim”, sublinha.
“Ou mudas em dois anos ou ficas de fora”
“O cliente o que faz é pôr mais pressão na experiência que tens que dar e essa pressão faz com que tu tenhas de mudar ‘ou sim ou sim’. Nada é o mesmo. Já não se vendem os mesmos coffee breaks, já não se vendem os mesmos finger foods, as pessoas já não querem ficar nas salas tanto tempo”, afirma o Diretor-Regional da Minor Hotels.
Também “a nível tecnológico mudou radicalmente”. “Todos os anos temos que mudar a resposta tecnológica. Já não querem cabos, as conexões wifi já não são as que eram, já tens que ter interações entre diferentes salas”, exemplifica, rematando: “Tudo mudou bastante num período de dois anos. Ou mudas em dois anos ou ficas de fora”.
Os timings mais apertados são outra herança da pandemia covid-19. “Temos que ser muito mais flexíveis”, considera Segundo López Vázquez, explicando que na maioria das vezes é preciso tomar decisões no espaço de um mês, entre receber a proposta, negociar e fechar negócio. “Temos que conseguir mais coisas em menos tempo”.
A captação de novos talentos para a hotelaria é, para o diretor-regional da Minor Hotels, uma “gestão muito difícil”, sobretudo pela “sazonalidade” da área. “Temos que tentar ter os melhores connosco”, sublinha, acrescentando que “a estabilidade das marcas” do grupo é uma vantagem no recrutamento.
Equilíbrio entre reuniões e lazer
Reino Unido e Estados Unidos são os principais mercados emissores para os hotéis da Minor no Porto. Em Lisboa também se verifica esta tendência, mas “tem mais presença de mercado local, como português ou brasileiro”.
Cada marca do grupo tem um posicionamento diferente de acordo com o target a que se destina e encontrar o equilíbrio entre reuniões e lazer nem sempre é fácil. “O equilíbrio é diferente dependendo da marca. Em marcas como a Anantara, por exemplo, não podemos misturar demais lazer com o negócio. Por isso, separamos muito claramente qual é um produto e qual é o outro”, sustenta.
Nos próximos três anos, estão previstas seis novas aberturas da Minor Hotels. “Outras não se pode contar, porque estão em processo de negociação”. Segundo López Vázquez destaca a abertura de uma nova unidade do grupo em Vila Nova de Gaia, que terá “um grande espaço de reuniões”.
Novo hotel em Gaia com oferta diferenciada
O NH Collection Kopke “vai marcar a diferença na hora de fazer reuniões”, pela “experiência” que irá proporcionar. “É a marca Kopke, uma conexão a 100% com o mundo do vinho, as salas vão ter nomes de castas de vinho”, adianta.
Trata-se de “um hotel de lazer”, com “uma componente de social events, de meetings and events muito grande”. “É uma das nossas jóias para abrir. O resto dos hotéis não é tão corporate, mas todos têm alguma coisa que os conecta ao mundo de meetings and events”, acrescenta.
Questionado sobre a expectativa em termos de evolução de preços praticados pelo grupo ao longo de 2024, o Diretor-Regional da Minor Hotels considera que face à “situação do mercado”, tentarão “minimizar custos” no dia-a-dia para tentar “equilibrar” fatores como a inflação com “a proposta de valor”.
Em termos de ocupação, “2023 foi claramente um ano de crescimento” e Segundo López Vázquez espera que “2024 continue a ser”, lembrando “a aprendizagem muito importante” que o setor obteve da pandemia com as reuniões online, mas reforçando que “é impossível as salas de reuniões desaparecerem”, por considerar que “somos uma sociedade que quer reunir-se e juntar-se” presencialmente.