Lídia Monteiro: os eventos podem “transformar radicalmente um destino”

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Os eventos podem “transformar radicalmente um destino”, segundo Lídia Monteiro, vogal do conselho diretivo do Turismo de Portugal.

Esta foi uma ideia deixada no Congresso da Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal (ADHP), que decorreu em Aveiro, a 21 e 22 de março. Lídia Monteiro adiantou que os eventos, quando são eles próprios uma marca, “têm capacidade de transformar o destino por via de nova oferta turística” e criam “a oportunidade de alavancar novos negócios na área do turismo”.

De acordo com Lídia Monteiro, “um evento pode transformar radicalmente um destino, desde que haja uma adesão da natureza do evento à identidade do próprio destino”.

Os eventos relacionados com o surf, que, há cerca de 15 anos, foram promovidos pelo Turismo de Portugal, “foram profundamente transformadores do próprio destino Portugal”, que passou a ser visto e a olhar para si próprio de uma forma diferente, abrangendo público relacionado com esta atividade, exemplificou.

Num painel dedicado ao impacto dos “eventos-marca”, Lídia Monteiro acrescentou que os investimentos nos eventos de surf também possibilitaram a criação de negócios em torno da atividade.

“Quando os destinos turísticos equacionam a captação de um evento devem definir uma estratégia que tenha alguma adesão à sua realidade ou que tenha um objetivo específico”, referiu Lídia Monteiro, ressalvando que “não há ciência exata”.

Para a vogal do Turismo de Portugal, o importante é definir uma estratégia ou criar algo que não existia, como aconteceu no caso do Festival Literário Internacional de Óbidos (Folio), que foi desenvolvido com o envolvimento da própria população.

O envolvimento da comunidade é “a primeira condição para se ter sucesso”, seguida da infraestrutura, seja hoteleira ou de outra natureza, para a criação do evento ou do calendário de eventos.

Além de Lídia Monteiro, o painel contou com a participação de Nuno Ferreira, business development manager do Guia Michelin, Pedro Machado, presidente da ARPT Centro de Portugal, e Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro. A moderação ficou a cargo de João Simões, CEO da Sogenave.

Luís Canto