Luís Miguel Lopes: “São as pessoas que mais me motivam nesta área”

19-03-2021

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A paixão pela música e pelos eventos corre‑lhe nas veias. Luís Miguel Lopes conta à Event Point o percurso até chegar a diretor geral da PRE – Pro Rent Events, empresa que criou há dois anos.

“A minha família sempre nutriu um interesse pela música, então, desde cedo, aprendi música, subi a palcos, montei equipamentos de luz, som, vídeo, organizei festas e eventos, ainda que de uma forma não profissional, mas sempre com uma enorme paixão! Durante a vida académica, sempre estive ligado a instituições onde tive a oportunidade de organizar eventos e produzir espetáculos. Sempre com uma enorme vontade de surpreender, na tentativa de fazer coisas que ainda não tinham sido feitas.” E foi com este “espírito irrequieto” que, aos 21 anos, criou uma empresa na área dos espetáculos, com outras duas pessoas. “Fundámos uma estrutura que, nesse segmento de mercado, se tornou uma referência e que se destaca pela irreverência dos seus espetáculos. Foi a ela que estive ligado até criar a minha própria empresa em 2018, a PRE – Pro Rent Events.”

As pessoas são o grande foco de motivação de Luís Miguel Lopes. “São as pessoas que mais me motivam nesta área. A ideia de criar emoções, criar experiências, desenvolver todo o trabalho de preparação, criação, execução, para que, na hora de acontecer, tudo esteja preparado até ao mais pequeno detalhe, é isso que me motiva”, refere. Afinal, um “cliente satisfeito” é sinónimo de uma “equipa orgulhosa”.

O ritmo dos dias que são sempre diferentes e o desafio de pensar em eventos diferenciadores são fatores que marcam esta atividade. E é disso de que Luís Miguel Lopes mais gosta. “O ritmo eletrizante é uma característica muito desgastante, mas, ao mesmo tempo, muito motivante para quem está ligado à área dos eventos. O facto de cada dia nunca ser igual ao dia que passou é algo que me motiva diariamente. Criar narrativas nos eventos, despertar emoções para que possam ser surpreendentes, marcantes e únicos. Aprendi com um grande senhor da música que ‘não devemos dar ao público aquilo que o público quer’, mas aquilo que ainda não sabe que quer e, desde então, tento ir mais além sempre que possível”, frisa, acrescentando que do que menos gosta nesta atividade é o “ter de abdicar do tempo em família, que tanto prezo. E, embora tenha um enorme apoio familiar, que tem sido essencial, sentimo‑nos sempre em dívida com os nossos.”

“Há momentos irrepetíveis!”

Luís Miguel Lopes não consegue destacar um evento especificamente mais marcante, até porque “todos os eventos são, em boa verdade, bastante diferentes e bastante especiais”. O diretor da PRE afirma que “há momento irrepetíveis”, que esta é uma área que “tem a capacidade de nos envolver de uma forma única” e que é como se fosse um “vício” para quem vive neste universo dos eventos. No entanto, sublinha o momento de reinvenção da equipa: “Confesso que vivi este período de confinamento e de pandemia com uma mistura de sentimentos. Se, por um lado, a conjuntura que atravessamos provocou um receio e uma desconfiança do futuro, a forma como a equipa se reinventou é algo extraordinário e que será marcante no nosso percurso enquanto empresa. Estamos hoje mais bem preparados do que alguma vez estivemos, com soluções próprias para dar resposta aos vários desafios e com um trabalho que prima pelo rigor e profissionalismo.”

Não faltam histórias para contar. Afinal, a “vida de estrada” traz uma diversidade de “estórias” que vão permanecer na memória. “Desde peripécias nas viagens com a logística à chegada de eventos, a equipamentos que, à última da hora, têm de ser substituídos com os eventos prestes a arrancar, ou ao telefonema do apresentador a uma hora do início do evento a dizer que está preso no trânsito e que não vai conseguir chegar a tempo para a apresentação do evento, e a equipa ter de se mobilizar para encontrar imediatamente uma solução de última hora, para que o evento possa decorrer naturalmente...Enfim, há um ‘cardápio’ para todos os gostos e com toda a certeza que já se escreveria um ‘bestseller’ à conta de tanta história que temos para contar. Normalmente, são o argumento nos momentos de descontração da equipa.”

Mas há também momentos marcantes em que as coisas podem não correr conforme os planos. E sobre esses momentos, Luís Miguel Lopes lembra que “o fator risco é sempre uma característica associada a quem produz eventos. É a nossa adrenalina! O maior desafio é a equipa trabalhar sistematicamente na diminuição dos riscos associados àquilo que projetamos. No entanto, nem sempre as coisas correm conforme nós planeamos. Há sempre uma série de imponderáveis que, por mais que nos possamos preparar, nem sempre as coisas correm da melhor maneira”.

São muitas as memórias guardadas e Luís Miguel Lopes relembra uma delas: “Recordo‑me de uma situação, em que fomos contratados por intermédio de um hotel para fazer a produção audiovisual de um evento. Chegados ao local, é‑nos indicado o espaço do suposto evento, onde começamos a fazer a montagem. Contudo, esta não era a sala do evento para o qual tínhamos sido contratados, mas sim um outro, e na receção tinha havido um erro na passagem dos serviços. Conclusão, tivemos de recorrer ao equipamento que trazíamos connosco e, em vez de montarmos um evento, montamos dois em contrarrelógio com duas equipas em simultâneo. Final da história: acabou por tudo correr bem!”

 


© Maria João Leite Redação