Max Oliveira: “A MXM tem tudo para explodir”
18-12-2023
# tags: Espetáculos , Entretenimento , Eventos , Turismo de Negócios
Fundador dos Momentum Crew, grupo que este ano cumpre 20 anos de carreira e que revolucionou o breaking em Portugal, Max Oliveira é um homem de vários ofícios.
Além de liderar a ‘crew’, trabalha incessantemente para o sucesso do breaking nos Jogos Olímpicos de 2024, em Paris, onde a modalidade se vai estrear. Em agosto, no Porto, organizou a The World Battle, uma das qualificações do breaking para os Jogos. Criou em 2012 a MXM, uma empresa de artistas e produções que atua no setor dos eventos.
Quais foram os momentos mais marcantes do seu percurso profissional?
Claramente, um dos momentos mais marcantes da minha vida foi irmos à finalíssima do “Portugal Tem Talento” [com a Momentum Crew], o que nos permitiu conhecer o Ricardo Pais e fazer a peça “al mada nada”, no Teatro Nacional de São João. Isso abriu-nos imensas portas, especialmente no âmbito cultural e no âmbito cénico, já que as pessoas começaram a perceber que o breaking e aquilo que fazíamos tinha lugar num outro tipo de palco.
A nível competitivo, há dois momentos históricos. Há o primeiro momento, em 2007, em que éramos completamente ‘underdogs’, totalmente desconhecidos, e fomos a um mundial ao Luxemburgo, com as melhores equipas do mundo, entre elas, os Estados Unidos, a França e a Coreia. E nós ‘limpámos’ toda a gente -perdemos na final só para a Coreia, e por um ponto. Aquilo foi um choque para toda a gente e, a partir daí, começou logo a haver interesse de grandes marcas.
O outro momento alto em termos competitivos foi em 2016, no mesmo ano em que Portugal foi campeão da Europa de futebol. Vencemos a França na final, em casa, em Marselha, no famoso Battle Pro, que é uma das maiores competições do mundo de grupo.
A nível performativo creio que o facto de estarmos com o Luís de Matos, desde 2017, como b-boys e responsáveis pela parte da dança. Sobretudo por ele ter apostado em breaking e b-boys para o acompanharem no espetáculo ‘Impossível’. Este percurso com o Luís de Matos tem sido muito marcante, com uma mudança grande na carreira dos Momentum.
E, por outro lado, a mim, Max, acho que é a evolução natural, orgânica, da própria empresa MXM, que me começa a colocar num trilho onde as pessoas, eu diria desde a última década para cá, têm percebido que o breaking é apenas uma das minhas ferramentas artísticas. E que eu sou um disruptor nato, positivo. Gosto de romper, mas a respeitar a essência, a génese. Na última década, a MXM está a tornar-se conhecida por ser uma fábrica cénica de conceção de ideias próprias, que são utilizadas para muitos eventos, muitos festivais, muitos espetáculos, muitas apresentações, nos mais diversos âmbitos. E temos conseguido concretizar coisas que muitas pessoas consideram -tal como o nome do espetáculo do Luís de Matos -‘impossível’.
A MXM nasce em que ano?
Em 2012. Nesse ano começámos com as produções. Outro dos marcos importantes foi quando começámos a produzir, de forma massiva, para os casinos do Grupo Solverde. Começámos a revelar em palco que não éramos apenas um grupo de dança urbana de b-boys, mas começámos a aparecer com elencos, compostos por músicos, atores, figuras públicas, instrumentistas, artistas circenses. E o cross, a fusão dessas artes, juntamente com essa disrupção, que me está inerente, começou a criar um público, uma apetência, e as salas começaram a encher. E passado alguns anos comecei a ter várias opções de salas e várias opções de espaços. Hoje em dia, preciso de olhar com atenção para o calendário para saber onde é que estou na semana seguinte.
Neste percurso todo, houve alguém que o tenha inspirado?
Imensa gente. Efetivamente, tornei-me empresário não por vocação, nem por vontade, mas por consequência da idade, de não poder estar eu a competir para os Olímpicos. E isso foi-me pondo no sítio certo, da forma certa. Portanto, tive inspirações da parte competitiva, por exemplo, do b-boy Kujo. O facto de ser surdo traz um tipo de sensação e de interpretação da música que a mim me toca especialmente e adoro estudar com ele, aprender com ele. Os Momentum Crew inspiraram-me imenso. Mais ligado à parte cénica e performativa, há imensos, especialmente no que diz respeito às artes performativas e cénicas mundiais, o caso de Pina Bausch. Há imensas companhias que sigo e em que me revejo. A Companhia Montalvo foi uma das primeiras. E Franco Dragone, que faleceu há pouco tempo, mas acho que, no sentido de produção cénica comercial, foi estratosférico. Ele começou como um artista de rua e eu também. Identifico-me com isso, porque efetivamente também sobrevivi alguns anos a dançar na rua, com tudo de positivo que isso tem. Porque de negativo tem pouco, é só dor, dói o corpo, breaking na rua dói. As maiores inspirações, claro, a minha família, o meu pai. A minha mãe também, por vários motivos, mas o meu pai tem uma história de vida de super-herói.
Crescimento e internacionalização
Qual é o peso dos eventos corporativos na atividade da MXM neste momento?
Este ano vamos produzir seis reveillons para hotéis. Até que ponto isto é um corporativo? Sim, é para vender um espetáculo ao público, mas é uma empresa que nos contrata. São todos conteúdos próprios, é tudo tailor-made para o cliente. Aliás, nós não repetimos nenhum reveillon para nenhum hotel. Se contarmos isso como corporativo, mesmo sendo com conteúdos próprios, mesmo sendo para objetivos de venda dessas mesmas empresas, aí eu diria que, neste momento, vale 80%. Se contarmos isso como aquisição de espetáculo, não corporativo, então, eventualmente, metade.
E como é que vê a MXM evoluir daqui para a frente?
Eu já a estava a ver imparável antes da pandemia, mas isso atrasou-nos imenso, porque tudo o que nós fazemos é juntar pessoas. Se não acontecer nada estranho com o mundo, eu acho que a MXM tem tudo para explodir, para ser uma empresa que se mantenha em bons volumes de faturação todos os anos, e que tenha uma equipa sólida, a trabalhar, e com condições dignas. Vejo a MXM a crescer muito, mesmo.
E sempre com base no Porto? A internacionalização é um objetivo?
A internacionalização está inerente à MXM. Nós produzimos fora, produzimos para várias unidades hoteleiras fora, produzimos para o Comité Olímpico Internacional, fazemos eventos privados fora. E também produzimos muito para fora, cá dentro. Cada vez mais. Acho que a internacionalização é uma consequência. Ainda para mais há uma grande vantagem, o idioma que nós vendemos é global. É transversal. Nós vendemos um serviço que não precisa de tradução. Toca qualquer pessoa de forma direta, fácil de captar, e isso efetivamente é muito interessante.
Essas barreiras também não existem para outros. O que é que vos torna competitivos na cena internacional?
Qualidade a um valor mais baixo. Como diz um grande cliente meu, que trabalha connosco há uns 10 anos, que está agora baseado em Barcelona, “you always deliver more than we expect”. Ou seja, a capacidade de nunca falhar com uma vírgula e dar sempre mais do que eles contemplam. Nós cuidamos do cliente, o cliente cuida de nós. Lá fora não há muito esse hábito. É muito latino, é muito nosso. O sul-americano é assim, o sul-europeu é assim. Nós nunca vendemos nada que não seja possível concretizar, acima daquilo que estamos a propor.
Somos, efetivamente, uma fábrica cénica. E uma fábrica cénica constante. E depois há outra vantagem: dou aulas em ensino especializado artístico. A cada ano tenho acesso a uma nova fornada de talento. E vou filtrando pessoas que nos interessam. A maior parte dos nossos clientes ficam surpresos com a nossa capacidade de, ano após ano, apresentarmos sempre coisas diferentes, artistas diferentes, novidades, fator uau.
Gerir pessoas não é uma tarefa fácil. Como é que se descreve enquanto líder?
Líder pelo exemplo. Acho que o melhor líder é aquele que tem capacidade de criar novos líderes. E é isso que eu pretendo, que na minha equipa haja muitos líderes. Quantos mais líderes eu tiver, e bons, mais relaxado poderei estar em relação a muita coisa. Com todos os meus defeitos e qualidades, trabalho muito. Toda a gente que colabora na minha equipa sabe perfeitamente. Como a minha família me ensinou: trabalhar duro e manter-se humilde é o segredo para muita coisa. Quem não desiste e persiste sempre alcança. Podes não alcançar tudo, mas alguma coisa vais alcançar.
E depois o respeito pelo artista e pelo atleta. Sinto muito na pele quando alguém, o que felizmente é raro, tem uma atitude menos correta com algum dos meus artistas. Dói-me bastante e sinto muito aquilo porque,... efetivamente passei por isso. Eu passei toda essa discriminação. Tenho muito orgulho de ser o único espaço aqui na Foz, que eu conheça, se calhar há outros, que tem a bandeira LGBT. As casas de banho são para todos. É pet friendly, podem entrar cãezinhos, gatinhos...
Acha que faz falta esse mindset no setor?
Acho que há muita gente que fala, mas não aplica. E acho que as ações são mais importantes do que as palavras. Eu tenho os miúdos do Desporto no Bairro [projeto social] e nunca fui pedir à Câmara [do Porto] ou a outra associação para lhes oferecer as mensalidades aqui, por exemplo. Mas sinto isso como uma obrigação, porque os projetos sociais não podem terminar e os miúdos ficarem ao abandono. E se eu aceito aquele projeto, também tenho obrigações como mentor. Se calhar, há uma certa quantidade de pessoas, que só se apaixonaram por aquela modalidade porque eu lhes dei a conhecer a modalidade. A mesma coisa com o restaurante. Toda a gente sabe que este restaurante não nega a comida e a bebida a ninguém. Não é nada de outro mundo, mas um pão com queijo, uma sanduíche, uma água... aqui ninguém é rejeitado. Se me perguntares quantas vezes a minha esplanada foi assaltada ou importunada, não me lembro de o ser. Gastam-se vários milhões de euros anualmente no policiamento do futebol juvenil, por causa dos pais e dos miúdos e da violência. No World Battle e World Series não há um polícia. Em 18 anos, nunca tive um incidente que necessitasse de policiamento. E estão ali a batalhar e a fazer gestos menos simpáticos com as mãos e tal. Nunca houve uma agressão. Não quer dizer que não haja, amanhã, mas nunca houve. Nunca houve pancadaria. A nossa modalidade [breaking] vem substituir a violência de forma orgânica. Quem recorrer à violência é realmente mal visto, ao contrário de outras modalidades. Ali, tens uma atitude dessas e ninguém te olha na cara. As pessoas vão perder o respeito por ti. Estas modalidades e estas tendências acabam por ser autorreguladores sociais. E acabas por colocar as novas gerações num trilho certo, com uma linguagem própria que eles entendem e que aceitam. O segredo por trás disto é apenas entender as novas tendências de comunicação, novas expressões de comunicação, novas formas de chegar até eles [jovens].
Isso coloca-o quase numa pole position para encarar os eventos no futuro?
Não necessariamente. Nem todos os eventos têm esta génese subcultural. Ainda há muito evento tradicional clássico, ainda há muito evento formal. Tenho esta veia disruptiva, mas, muitas vezes, sou castrado. E das duas uma: aceito, porque preciso de trabalhar, ou não aceito... e sigo a minha vida só com quem me permite ser eu. Fui, ao longo da minha carreira, muitas vezes, obrigado a submeter-me, a baixar a cabeça, a apertar a mão a quem eu não queria apertar, a dizer sim, quando queria dizer não. Porque preciso de manter viva esta estrutura e manter os projetos de pé. E, efetivamente, sou muito grato, muitas vezes, por ter que fazer o 1 mais 1 igual a 2. E sim, o 1 mais 1 igual a 2 é espetacular. Pelo menos vou fazer isso com brio, vou fazer isso bem feito. E pode ser que aquela pessoa perceba que se calhar 1 mais 1 pode ser 2 e meio, se quisermos. Pode ser 3, e não tem mal nenhum.
Acha que os clientes têm cada vez mais medo de arriscar?
Não, por acaso, acho o contrário. Acho que têm medo de arriscar, se calhar, em novas estruturas, novas empresas. Percebe-se. Porque nem toda a gente trabalha da mesma maneira, nem toda a gente consegue concretizar da mesma forma. Há muitas pessoas que tiveram más experiências.
Sinto que há cada vez mais uma liderança, de quem tem poder de decisão, mais aberta e mais jovem. E jovem não necessariamente em idade. Jovem na visão. Há pessoas com poder de decisão que, independentemente da idade, têm uma visão jovem do futuro dos eventos. Há tanta coisa para fazer…
Falou há pouco da pandemia. Como é que foi lidar com esse período?
Péssimo, a todos os níveis. Primeiro, ao nível económico, uma vez que ainda hoje estamos a pagar os empréstimos a que nos submetemos para sobreviver. Felizmente, já nos resta pouco, mas ainda estamos a pagar. Péssimo na gestão emocional e de equipa. Conseguimos manter a equipa toda, mas a gestão humana foi muito má. Tínhamos aqui elencos inteiros que vieram contratados, mas os clientes pararam de pagar. E nós tínhamos que alimentar, tínhamos que pô-los a viver e a sobreviver. E chegou-se a um momento onde num quarto viviam duas famílias. Esta foi a realidade da pandemia. Ouvi muita gente a dizer que a pandemia foi ótima, deu para parar, para pensar, para refletir. Claro, quando tens o frigorífico cheio, é uma maravilha. Se o frigorífico estiver vazio, a pandemia é um problema.
Para vocês nem os eventos virtuais foram uma hipótese…
Não. Houve uma ou outra competição virtual que fizemos. Fizemos a Betclic Breaking Battle, foi uma boa competição, teve um efeito positivo muito forte, mas não chega, é um cliente, é um evento. Esperemos que não volte. Por isso é que eu digo, se o mundo não ficar louco, guerras, pandemias, terremotos, se não nos afetar mais ainda, vejo um futuro muito promissor para a MXM. Mas acho que vivemos numa incerteza constante.
Quando fala de equipa, está a falar de quantas pessoas?
No núcleo duro MXM Produção, neste momento, seremos umas 12 pessoas. No núcleo duro da restauração, seremos umas cinco pessoas. Mas temos os elencos permanentes. Neste momento, nos casinos do Algarve, temos 11 pessoas a contrato, como elenco. E temos aquilo que são os nossos artistas core, que trabalham semanalmente, eu diria, com a MXM, mesmo que não a contrato, mas a prestação de serviço, e que estão, neste momento -depende dos meses -, entre os 80 e os 120 artistas. Numa noite de Réveillon, chegamos a ter mais de 100 artistas ao mesmo tempo, na mesma noite, distribuídos por vários sítios.
O The World Battle
O The World Battle 2023 é o evento de uma vida, até agora?
Até agora, foi o melhor evento que fiz, sim. Pelo menos, no âmbito de competição, festival, foi o melhor evento que fiz. No âmbito de espetáculo, não.
Como é que vê o evento evoluir?
Tenho muitas ideias para o próximo ano, mas levantam-se duas questões que me impossibilitam logo de dar uma resposta clara. Os Jogos Olímpicos vão acontecer exatamente duas a três semanas antes do evento, no próximo ano. O que é que vai acontecer a seguir aos Olímpicos? Ninguém sabe. A minha pergunta é, como vai ser a segunda-feira a seguir aos Jogos Olímpicos? As pessoas vão perceber que existem super-heróis. Vão perceber que há miúdos, graúdos, que aparecem ali, com um boné na cabeça, com umas calças e uma t-shirt, que de um momento para o outro giram sobre a cabeça, giram sobre os cotovelos, giram sobre os ombros, como se nada fosse? Haverá quem não goste, mas muita gente vai gostar. Isto vai despertar muita coisa. Da segunda-feira a seguir aos Jogos Olímpicos até ao meu evento, vão ser duas ou três semanas. Tudo pode acontecer. Tanto posso ter um apoio gigante, e vou ter que fazer um upgrade. Ou, então, não acontece nada e, simplesmente, tudo se mantém. E eu digo-te uma coisa, se conseguisse manter o que fiz, já era muito grato e achava incrível. Por outro lado, também já não posso fazer uma qualificação Olímpica, portanto, a própria essência e génese do evento já terá que ser diferente. Vai ser um festival giríssimo, isso vai, mas muito diferente do deste ano. Vai ter que ser.
O que é que o cansa neste setor dos eventos?
Ter que convencer que vale a pena. Acho que é isso. Ter que convencer as pessoas de que vale a pena é desgastante, é esgotante, suga-te energia, porque a cada pessoa nova, em que vês que há um potencial de parceria, que aquela pessoa tem uma possibilidade de win-win contigo, com a tua estrutura, tens que voltar a fazer com que aquela pessoa perceba que vale mesmo a pena. E acho que, neste momento, é duro isso, é aquilo que mais cansa. De resto, aquela estrelinha que está lá em cima, ensinou-me uma frase muito bonita que foi: o meu trabalho não é trabalho, quando eu trabalho eu não trabalho. Portanto, quando se faz algo com paixão, o teu trabalho não é trabalho. E portanto, nada me cansa nesse sentido. Sou muito feliz com tudo o que faço.
É difícil conciliar a vida pessoal com a vida profissional?
Muito e não. Muito, porque o tempo é extremamente limitado. Até ao final deste ano, tenho pelo menos 20 viagens. Sou pai, tenho um filho de uma idade em que precisa de mim, precisam sempre, mas três anos é mais complexo. O tempo não se desmultiplica, não há forma de o duplicar, de o triplicar, e é muito difícil gerir a minha agenda e a família. Mas tenho a sorte de ter a família que tenho, que me aceita, me apoia de forma incondicional, exatamente como eu sou, e só por isso é que estou a conseguir o que consigo.
Tenho um objetivo muito claro para curto prazo, e eu não sou muito de ter objetivos claros. Não sei como, se a apresentar, se como chairperson, head judge ou technical delegate, mas eu quero muito pisar os primeiros Jogos Olímpicos. E estou a pagar o preço. Estou a fazer o meu apuramento olímpico, estou a fazer a minha qualificação olímpica, porque tu não vais pisar um lugar desses sem passar por isto tudo. E, portanto, eu sei que é o pior ano, por causa disso, porque é um ano pré-olímpico. Quando eu chego a casa e digo que vou ter 70 ou 80 viagens este ano, a minha própria família diz-me: ‘força, vai, estamos contigo’. Se calhar, por isso também demorei 40 anos a encontrar esta família.
Porque, antes de ter a família que tenho, era uma alma livre a todos os níveis. E continuo a ser, o que é mais incrível, só que com uma família. E também uma coisa é certa: quando estou, estou. Quando estou, estou mesmo com a família.
Estas viagens por todo o mundo são também uma inspiração, suponho?
A World Battle é como é e as coisas que eu vou fazendo são como são, porque bebo constantemente em mil e uma fontes de inspiração. E, às vezes, em coisas muito simples. É aquela velha história de que viajar é virar uma página do livro que é a vida. E, se não viajas, vais ler poucas páginas.
Como é que vê a concorrência? Acha que há boas empresas?
Acho que há. Acho que há ótimas empresas. Mas eu não me vejo concorrente de ninguém, nem sinto concorrência. E não é por me achar único, é porque não estou mesmo focado nisso.
Mas não lhe interessa saber o que é que outros andam a fazer?
Eu acho que interessar, deveria interessar sempre. Mas, devido à vida que levo neste momento, não tenho sequer a oportunidade de me dedicar a isso. Não consigo olhar para o lado. Neste momento, vou fazendo este caminho, o nosso caminho. Sinto que o nosso caminho resulta. E espero que resulte para os outros, que estão a fazer outros caminhos.
E estou sempre muito disposto a parcerias, empoderamento entre projetos, sempre, com as devidas cautelas, porque sabemos que o mundo não é cor de rosa e às vezes aparecem pessoas com outro tipo de intenções. Já me aconteceu e aprendi muito.
© Cláudia Coutinho de Sousa Redação
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