António Marques Vidal: “No setor dos eventos há uma grande dinâmica”
12-12-2023
# tags: Eventos , APECATE , Tecnologia , Animação Turística
O presidente da APECATE vê “ com muito bons olhos o aparecimento do Club.e dos Eventos.
O ano, em termos económicos, correu “bastante bem” para os setores que a APECATE (Associação Portuguesa das Empresas de Eventos, Animação Turística e Eventos) representa. Isso mesmo foi dito por António Marques Vidal, presidente da associação, à margem do congresso da APAVT (Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo), que se realizou no Porto, de 30 de novembro a 2 de dezembro.
Em termos do trabalho da APECATE “conseguimos continuar a avançar com algumas situações”, refere o presidente, destacando o trabalho de ordenamento no Algarve, de formação, com a nova qualificação já pronta e publicada, e de sustentabilidade. O principal problema “continua a ser o excesso de burocracia”.
No setor dos eventos “há uma grande dinâmica e vimos com muito bons olhos o aparecimento do Club.e dos Eventos, que veio unir ainda mais este setor e demonstrar que o setor tem que ser inclusivo”. António Marques Vidal acredita que só com esta união é possível defender os setores dos eventos, congressos e animação turística, “fundamentais para a oferta de Portugal como destino turístico”. O presidente da associação espera que o próximo governo “tenha isso em consideração e que cada vez mais sejam criadas as condições para que os setores consigam operar sem problemas”.
Durante o congresso da APAVT, Francisco Calheiros, presidente da CTP (Confederação do Turismo de Portugal) falou da necessidade de existir um ministério do Turismo. António Marques Vidal só vê relevância se o Turismo englobar a Cultura, nomeadamente no que diz respeito ao património. E, por outro lado, acredita que só fará sentido se tiver “ efetivamente poder de criar condições para que as empresas trabalhem e se participar na discussão da política global do país”. “Nós somos um setor estruturante, importantíssimo, criamos sustentabilidade em todos os destinos, contribuímos para a melhoria de Portugal e não faz sentido que não tenha um assento, uma voz no Conselho de Ministros”, refere Marques Vidal.
Em relação ao tema do congresso da APAVT, António Marques Vidal acredita que a inteligência artificial será uma “ferramenta incontornável”, mas “quando ouço falar em regulamentar, fico aterrorizado”. O responsável da APECATE acredita que “temos é de criar limites, regras, dizer daqui para a frente não, mas até aqui sejam criativos, sejam competitivos, e ganhem mercado”. “O Estado tem que deixar de ser paternalista e tem que deixar de achar que pensa pelos nossos clientes”, uma vez que estes “têm cabeça, sabem pensar, sabem escolher, sabem prezar a qualidade, a qualificação, a certificação, os projetos sustentáveis”, acrescenta.
Marques Vidal vê a inteligência artificial a atuar na fase de concepção e construção do projeto na área dos eventos, enquanto que na animação turística acredita que o impacto será maior em termos do backoffice, comunicação e promoção.
© Cláudia Coutinho de Sousa Redação
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