Rita Marques: “A qualificação é, para nós, absolutamente fundamental”

Entrevista

07-04-2022

# tags: Bolsa de Empregabilidade , Turismo , Emprego

A secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços marcou presença na abertura da primeira edição da Bolsa de Empregabilidade no Porto.

Em declarações à Event Point, Rita Marques sublinhou a importância da qualificação dos recursos humanos no setor do turismo e da necessidade de ter trabalhadores “empenhados, qualificados e capacitados”. A secretária de Estado do Turismo falou ainda da Bolsa de Empregabilidade e do seu potencial, e abordou as expectativas para o novo mandato recentemente iniciado.

Qual a importância deste evento, a Bolsa de Empregabilidade, para o setor do turismo?

Este evento é importante, porque está a fomentar um reencontro entre os empresários do setor do turismo e aqueles que querem integrar este mundo. Portanto, depois de dois anos de muitos desencontros, fruto desta pandemia, acho que este reencontro é, naturalmente, um momento feliz e que deve ser celebrado. Tanto mais que o setor acredita piamente que o seu valor acrescentado, o seu crescimento em valor depende seguramente dos turistas, mas depende também, e sobretudo, dos trabalhadores e dos colaboradores que querem integrar este setor.

Considera que seria pertinente alargar este tipo de iniciativa a outras áreas?

Seguramente. Acho que este potencial existe, ou seja, nós temos aqui capacidade de fazer estender este evento não só a outras áreas de atividade, ao setor do comércio, ao setor do serviço, ao setor dos eventos, garantindo aqui um momento de encontro, de reencontro entre os empresários e os potenciais candidatos. Mas também, quiçá, garantir que este evento possa percorrer outros territórios, tendo em conta que uma das nossas prioridades na estratégia até 2027 passa por, justamente, promover o turismo, não só nas grandes cidades, mas também no nosso interior, promovendo a coesão socioeconómica do nosso país. Portanto, deixo aqui um desafio para podermos não só endereçar este convite de encontro, de reencontro para outros setores de atividade, mas também, quiçá, favorecer o acolhimento deste evento noutros pontos do país.

Na sessão de abertura falou-se também da importância da qualificação dos recursos humanos. Portanto, queremos melhores turistas, mas também temos de estar à altura para os receber. Tudo isto tendo em conta que esta é uma área muito exigente…

Todas as áreas são exigentes. Seguramente, esta área é bastante exigente, porque é muito difícil conciliar a nossa vida pessoal com a profissional. Nós, que trabalhamos no turismo, trabalhamos quando os outros descansam. E, portanto, é naturalmente mais difícil, atendendo a esta dificuldade de conciliar a vida pessoal e profissional. Mas, como dizia, a qualificação é, para nós, absolutamente fundamental. Nós temos de continuar a crescer em valor, em valor, entenda-se por receita turística, ou seja, mais turistas não é exatamente a nossa prioridade. O que nós queremos é melhores turistas, que respeitem as comunidades, que sejam conhecedores das nossas dinâmicas setoriais, as nossas dinâmicas territoriais e, para tanto, precisamos de ter trabalhadores, colaboradores empenhados, qualificados, capacitados para abraçar esta diversidade. Portanto, é com muito gosto que vejo aqui as nossas escolas do turismo a serem um parceiro fundamental, que mostram bem o nosso empenho em termos aqui a qualificação como uma qualidade fundamental à nossa atuação.

A terminar, no início de um novo mandato, quais são as expectativas?

Bem, nós tivemos dois anos muitos sofridos. As receitas turísticas caíram de forma brutal. Nós recuamos a 1990 ao nível de receitas turísticas, portanto, recuamos muitos anos ao nível das receitas turísticas, quando analisamos o ano de 2020, quando analisamos o ano de 2021. Portanto, espero que, com este novo mandato, venha também alguma tranquilidade, também uma flexibilidade ao nível das viagens internacionais que nos foi roubada, fruto das restrições a que todos ficamos condicionados, enfim, que foram impostas pelos vários governos. Acredito que os nossos ativos turísticos não foram prejudicados e, portanto, Portugal sairá na frente, justamente, porque continua a ser entendido como um destino seguro, não só sanitário, mas também num sentido mais lato de segurança, nesta altura em que temos um conflito armado a leste da Europa. Portanto, é um destino seguro, bastante previsível e com excelente qualidade. Aliás, Portugal tem sido também reconhecido como um dos melhores destinos turísticos do mundo, da Europa e esperamos continuar também a trabalhar nesse objetivo.

© Maria João Leite Redação