Congresso da APECATE: É altura de resolver os problemas de fundo do setor

Reportagem

08-03-2022

# tags: Eventos , Turismo de Negócios , APECATE , Animação Turística

Dois anos de pandemia “mostraram que somos um setor unido”, diz António Marques Vidal, presidente da APECATE, na abertura do congresso da associação.

O 10º Congresso da APECATE arrancou em Guimarães com um minuto de silêncio pelas vítimas da invasão russa à Ucrânia. Este conflito veio introduzir uma complexidade e dificuldade extras à indústria do turismo e eventos, numa altura em que se pensava discutir a retoma da atividade. 

Na sessão de abertura, António Marques Vidal, presidente da associação, diz que esta é a altura de “sermos consistentes e tentar resolver os problemas de fundo”, porque “se não os resolvermos, estamos mais expostos a crises”. E já está aqui uma nova crise, lembra Marques Vidal, referindo-se ao conflito na Ucrânia. O responsável detalha que os principais desafios passam pela sustentabilidade, eficácia, gestão de recursos e de rede. E para os abordar é necessário que os empresários tenham “voz ativa em todas as decisões”.

Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), relevou os tempos de incerteza que vivemos. “Incerteza é a palavra-chave destes dias”, afirma, e avisa que o turismo, as empresas e as pessoas vão sofrer os danos colaterais desta guerra. Mas “não podemos perder a esperança, temos de acreditar que melhores tempos virão”. Terá que ser dada prioridade, segundo o presidente da CTP, à recuperação económica e à segurança. E por isso deve ser estratégico comunicar o destino Portugal como seguro. Francisco Calheiros considera essencial no momento fazer chegar os apoios financeiros às empresas, de modo a que elas estejam fortes para investir e reforçar a oferta; dar mais importância à Concertação Social; reduzir a carga fiscal, para incentivar o emprego; e decidir sobre o aeroporto de Lisboa.

A Secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, assumiu-se “grata” por ver um setor que, apesar de sofrido, se mantém “coeso”. O ano de 2021 foi um “ano horribilis” e a secretaria de Estado do Turismo e ministério da Economia tentaram mobilizar, segundo a governante, o número de apoios possível, “sendo certo que nunca serão suficientes face à ausência de procura durante este período”. Mas ainda assim o setor está comprometido para regressar ao seu caminho e trajetória, refere. Em janeiro, o INE (Instituto Nacional de Estatística) perspetivava que 2022 seria um ano positivo, em que se chegar a 85% das receitas turísticas de 2019, lembra Rita Marques, e essa “era a nossa ambição”, mas tudo isto é muito “incerto”.

O congresso da APECATE decorre até 10 de março, em Guimarães.

© Cláudia Coutinho de Sousa Redação