Nos Alive 2022: #estamosjuntos

Reportagem

11-07-2022

# tags: Marcas , Ativação de Marca , Festivais , Nos Alive

Depois de dois anos de interrupção devido à pandemia, o Nos Alive regressou ao Passeio Marítimo de Algés, nos dias 6, 7, 8 e 9 de Julho, com um mega cartaz e com o acréscimo de um dia ao habitual calendário.

No topo do cartaz estiveram nomes como Metallica, The Strokes, Florence + The Machine, Imagine Dragons e Da Weasel. Além destes nomes, no principal palco do festival passaram também The War On Drugs, Jorja Smith, Stormzy, HAIM, Stromae, Jungle, alt-J, Royal Blood e Two Door Cinema Club, entre outros. Mas a 14ª edição do NOS Alive também se fez com inúmeros artistas portugueses. O ponto alto foi o regresso (adiado desde 2020) dos Da Weasel (após um interregno de 12 anos). Do extenso cartaz, atuaram ainda Da Chick, Dino D'Santiago, Os Quatro e Meia, Pedro Mafama, Três Tristes Tigres, Salvador Martinha, Tio Gel e muitos, muitos mais. Foram, no total, sete palcos, espalhados pelo recinto com vista para o rio Tejo: palco Nos, palco Heineken, WTF Clubbing (dedicado à música eletrónica), Palco Comédia (com espectáculos de stand-up comedy), Coreto, EDP Fado Café e Pórtico Nos Alive. Mais de 160 espectáculos ao longo dos quatro dias.

Como é habitual, as grandes marcas gostam de se misturar com os grandes artistas. E este ano não foi diferente. O evento teve quatro dias (mais um do que habitual) o que significou também mais tempo para as marcas explorarem o festival. Uma grande parte das marcas já estiveram presentes em anos anteriores, mas há sempre espaço para algumas estreantes. A aposta em festivais, e no contacto direto com o público, continua a ser uma preferência dos departamentos de marketing.

Fomos ao encontro de algumas agências de eventos e de algumas empresas presentes para saber o que estavam a fazer e, também, para ficar a conhecer o “real estado das coisas” no pós-pandemia. A ideia comum que encontramos foi o prazer de voltarmos a estar todos juntos.

Este regresso, para Pedro Rodrigues, da Desafio Global, agência responsável pela ativação da Fidelidade, “é um pouco estranho”. “Como os ingleses dizem são “mixed feelings”, ao mesmo tempo que estamos felizes e com vontade de estarmos juntos, também [sentimos] que os fornecedores perderam um pouco ‘a mão’. Mas, independentemente de tudo, é uma felicidade enorme estarmos juntos outra vez”, refere. Para Maria Oliveira, diretora da Heineken é “extraordinário estarmos de volta. É ótimo podermos conviver. A Heineken é uma cerveja que celebra a união, estarmos juntos. O Alive e os festivais são o ‘estarmos juntos’. É a combinação perfeita, após dois anos de pandemia”.

O regresso dos festivais e, de uma forma geral, dos grandes eventos, parece o ponto final na pandemia. Cláudia Lopes, da Mud.e., responsável pela ativação da EY, sente “ que já não existe esse tipo de preocupação no desenvolvimento de uma ativação, já estamos noutro capítulo, felizmente”. Sérgio Carvalho, diretor de marketing da Fidelidade, sublinha que “temos estado atentos à evolução da situação, em conversas com a organização do evento e com a empresa que está a ativar a marca. As nossas preocupações neste momento são básicas. Estamos mais focados noutros valores como a sustentabilidade e a segurança. Estamos bem apoiados e temos tido atenção, mas felizmente chegamos ao verão com uma realidade bastante mais fácil do que aquela que existia quando começamos a preparar o evento.” Por outro lado, Maria Oliveira refere que “nada continua igual ao pré-pandemia. As pessoas também mudaram a sua forma de ver as coisas. Mas a Heineken procura sempre pensar diferente, com ou sem pandemia. E este ano preparamos um espaço bastante arejado e amplo, de forma a que as pessoas se sintam confortáveis.”

Não sendo então uma preocupação primária, a pandemia, o que é que a Fidelidade, a Heineken e a EY prepararam para o festival? “A Fidelidade entrou nos festivais para estar junto das gerações mais novas e agora, no pós-pandemia, isto ainda se tornou mais importante, porque já não é um evento apenas para os mais jovens, existe agora todo um conjunto de pessoas que querem voltar a participar neste tipo de eventos ao ar livre e faz todo o sentido continuar a apostar neles, como fazíamos antes da pandemia”, salientou Sérgio Carvalho. Por isso, segundo Pedro Rodrigues, “a ativação passou pela criação de um stand bastante distintivo e graficamente muito apelativo, numa localização bastante privilegiada dentro do recinto. Temos algumas ativações de fotografias, de filmes, de produtos da Fidelidade. Preparamos ainda duas zonas distintas de VIPs para alguns convidados da Fidelidade, o que é normal num festival destes.”

A estratégia de presença da EY no festival foi um pouco distinta de quase todas as outras marcas, uma vez que foi direcionada essencialmente para o público interno da empresa. Nos últimos dois anos, devido à pandemia, a EY não realizou a sua reunião bianual. Por isso, segundo Cláudia Lopes, “a ativação passou pela reunião de todos os colaboradores da EY no palco Comédia do Nos Alive. Criamos o conceito de ‘Sounds Good’. Uma vibração positiva que a EY quis trazer a esta ativação”. A responsável da MUD.E detalha: “Este primeiro dia é exclusivo aos colaboradores da EY, cerca de 1400. E a ideia é termos um ‘welcome’ com o presidente da empresa que vai falar com os colaboradores pela primeira vez após a pandemia. Por outro lado, temos o stand EY, com bastante destaque e visibilidade, e capacidade para 200 pessoas. A ideia é que os colaboradores possam visitar a ‘sua casa’ ao longo dos dias do festival.”

A presença da Heineken assentou “em duas vertentes: a marca original e a vertente da inovação, com a Silver. Temos a perspetiva de refrescar o festival, refrescar a visão do mundo e também trazer uma perspetiva fresca com a Heineken Silver”, refere Maria Oliveira. Além disso, “temos três espaços diferentes: temos o stand da Heineken onde temos uma ativação com dois grandes momentos, o momento glitter (muito procurado hoje em dia) e também um corner digital para tirar fotografias, num contexto diferente, para as pessoas postarem nas redes sociais. Temos também o espaço Stage Heineken, que é de acesso exclusivo e tem uma visão privilegiada para o palco Heineken e para os bastidores do mesmo palco; temos ainda o Green Bar, que é um bar alimentado por painéis fotovoltaicos e construído com materiais sustentáveis, que traz também uma ativação mais sustentável para a marca Heineken.”

Todas estas marcas encontram no festival valores comuns às suas empresas: alegria, convívio e proximidade com um público jovem. Para a Fidelidade, “sendo uma seguradora, por vezes o território não é tão evidente, mas o nosso papel é proteção e proximidade com as pessoas. Somos uma marca com mais de 500 pontos de distribuição pelo país e, portanto, queremos realçar esta proximidade e mostrar ainda às pessoas que as instituições financeiras também podem ser divertidas” reforça Sérgio Carvalho. Já a EY é a primeira vez que participa neste tipo de eventos. Cláudia Lopes acrescenta que “faz parte de um posicionamento da marca, em termos de captação de talento e de posicionar a marca no mundo da música. Existe igualmente um enquadramento entre os valores da marca e o público. É um público muito jovem que frequenta estes eventos e o que a EY quer é posicionar-se junto destes jovens para que reconheçam a marca e mais tarde queiram trabalhar na empresa.” Para o universo Heineken, “a alegria e o convívio são sentimentos fortes e presentes na marca e é aquilo que se vive num festival de música. É a alegria de estarmos juntos, é a alegria de convivermos e é a alegria de viver experiências únicas e diferentes”, refere Maria Oliveira.

O que as outras marcas andaram a fazer pelo NOS Alive?

O território da música é cada vez mais um espaço de eleição para as marcas. São eventos com boas energias, pessoas bem-dispostas e que se querem divertir. Por isso, as marcas não querem deixar fugir a oportunidade de se associar a estes sentimentos de liberdade e celebração. Esta paragem criou a necessidade das empresas estarem novamente com os seus públicos, reatarem a proximidade e aumentarem a notoriedade.

Quase todas as marcas presentes no Nos Alive estavam distribuídas pela EDP Street e pela arena do palco principal. Os stands tinham quase sempre dois pisos, sendo o piso superior (com vista privilegiada para o palco) destinado a clientes e VIP’s e o piso inferior com ativações junto do público em geral.

Não foi possível falar com todos os responsáveis das marcas presentes no festival, mas fomos dar uma vista de olhos às ativações que andavam a fazer. Entre as diferentes ofertas de brindes, vimos o suporte de telemóveis (da Nos), o protetor solar (da Wells), as pastilhas elásticas (da Trident), etc, uma moda que veio para ficar foi a da maquilhagem. Bastantes marcas utilizaram esta ação para levar os festivaleiros ao seu espaço. A Oriflame sob o lema “Shine Together” encheu de brilho todos aqueles que passaram pelo seu stand. Criou uma estação de make-up com as “beauty artists” da marca a maquilharem e a aplicarem glitter e brilhos a todos aqueles festivaleiros que quiseram estar in. Outra marca do universo da beleza que também esteve presente foi a Jean Louis David Portugal. Pela primeira vez no Nos Alive, recriou um salão de cabeleireiro onde proporcionou a todos uma experiência com direito a luzes, música e penteados pensados especificamente para o festival. Quem quis ainda teve direito a tirar seis fotografias que se convertiam automaticamente num GIF com layout personalizado alusivo à marca.

O Sport Lisboa e Benfica disse presente a dois festivais de música este ano, depois do Rock in Rio, também esteve presente no Nos Alive. Os festivaleiros tiveram à disposição um conjunto alargado de iniciativas: a roda Benfica, que permitiu ganhar produtos oficiais do Clube; o "Banco de Estrelas", uma réplica do banco de suplentes da equipa, onde foi possível tirar fotografias; o Benfica VR que ofereceu uma experiência imersiva de realidade virtual, onde, utilizando óculos próprios, foi possível visualizar conteúdos em 360º como o voo da águia, a saída dos jogadores do balneário e a entrada dos 11 atletas em campo; a aplicação de tatuagens à Benfica que colocou na pele de forma temporária elementos e frases alusivas ao clube; venda de merchandising; entre muitas outras atividades. Uma ativação que visa essencialmente a aproximação do público em geral, e dos adeptos em particular, ao clube.

Sob o lema "Vive a Cultura", a Fnac continua com a sua ativação de marca em vários festivais. Depois do Nos Primavera Sound e do Rock in Rio, esteve agora presente no Nos Alive. O objetivo primário da marca é incentivar os festivaleiros a viverem a cultura de forma sustentável. E, para isso, adotou uma política de "no gifts", de estruturas concebidas em materiais reciclados ou recicláveis e com um ecoponto para reciclagem de resíduos. A Fnac acredita que esta estratégia de sustentabilidade demonstra que “é possível conciliar cultura, diversão e sustentabilidade, sensibilizando e incentivando o público para a importância deste tema".

Com o mote #estamosaqui, a Randstad marcou a presença no Nos Alive 2022. O objetivo primário foi reforçar a proximidade com clientes e candidatos. A marca convidou todos os festivaleiros a conhecer as 22 localizações da empresa no país e ofereceu brindes personalizados de cada uma das regiões. Aproveitou e desenvolveu ações de recrutamento também. Com uma excelente localização no recinto, aproveitou o andar superior do stand para montar um bar de gin, com vista privilegiada para o palco e com acesso restrito aos clientes. Quem participou pela primeira vez neste evento foi a Teleperfomance. Com o slogan “PT Rocks, TP Rocks”, a marca esteve a fornecer informações em tempo real sobre aquilo que estava a acontecer. Através de códigos QR espalhados pelo recinto, os utilizadores tinham acesso ao alinhamento e à biografia de cada banda no palco, bem como outras informações úteis sobre o festival.

Pelo terceiro ano consecutivo, a Tezenis associou-se ao Nos Alive. O espaço da marca no festival não deixou de parte a sustentabilidade, contando com a utilização de materiais mais amigos do ambiente. O stand tinha dois pisos – um térreo dedicado aos visitantes e um superior, exclusivo para convidados da marca –, sendo que no primeiro os festivaleiros puderam contar com várias ativações, nas quais tiveram a oportunidade de criar uma coreografia ao estilo TikTok e em contrapartida receber brindes.

Como sempre, a organização teve uma especial atenção às pessoas com mobilidade reduzida e a mulheres grávidas. O recinto dispunha de plataformas para casos de mobilidade condicionada e, para as futuras mamãs, foi criada uma zona especial para as acolher, de forma a verem os concertos tranquilamente. Em ambos os casos foram criados acessos especiais ao recinto para providenciar uma entrada mais cómoda e facilitadora. Pela primeira vez presente no festival, a Joaquim Chaves Saúde foi a entidade responsável pelo spot Futuras Mamãs. O espaço estava mesmo em frente ao palco principal. Com cadeiras e acessos diretos às casas de banho, o intuito do stand foi dar o melhor conforto e comodidade possível às futuras mães, que assim desfrutaram de toda a experiência de um festival de verão. Além disso, no andar de baixo, todas as grávidas tiveram a oportunidade de participar em atividades relacionadas com esta fase da sua vida e obter todas as informações relevantes acerca de consultas de obstetrícia, ecografias obstétricas, análises clínicas, pediatria, etc.

O regresso do NOS Alive está marcado para 6, 7 e 8 de Julho de 2023, no Passeio Marítimo de Algés.