É preciso uma agenda de eventos
22-12-2023
# tags: Eventos , Porto , Animação Turística
A Casa de Montevideu, no Porto, recebeu mais uma reunião-debate da Event Point.
Um encontro informal, entre players do setor dos eventos, com um tema na agenda: “Como podemos construir um futuro melhor para a indústria dos eventos?”.
Adelaide Mocho, da Skyros Congressos; Andrea Santos, da IWRA -International Water Resources Association; Bruno Galvão, da AM Experience Group; Cláudia Rato, do Sheraton Porto; Filipe Trindade, do Centro de Congressos da Alfândega do Porto; Francisco Viana, do NH Collection; Marisa Mesquita, da So Catering; Nuno Lamas, da Caetsu; e Susana Ribeiro, do Turismo do Porto e Norte de Portugal, foram os participantes de mais uma reunião-debate da Event Point. A Casa de Montevideu acolheu o grupo num dia de sol, a 11 de julho, para uma conversa descontraída e praticamente sem moderação.
“Como podemos construir um futuro melhor para a indústria dos eventos?” permite falar de temas muito diferentes: recrutamento, formação, manutenção das equipas, a relação com a tecnologia. E foi justamente pelo recrutamento que a conversa arrancou. As dificuldades de recrutar pessoas para a indústria não são novas, e a situação é cada vez mais complicada em determinados setores da indústria dos eventos. “Onde andam as pessoas”, foi a pergunta (retórica) que se fez neste debate. Muitas pessoas deixaram os eventos durante a Covid, e não regressaram, nem se está a conseguir captar novas pessoas. Estas dificuldades de recrutamento estão a fazer com que os níveis de serviço se mantenham com muito esforço.
A questão da manutenção das equipas também foi escalpelizada, e esta questão cola com o tema das novas gerações que estão no mercado de trabalho. Os novos profissionais não querem empregos para a vida, querem integrar projetos que lhes interessem e que os satisfaçam. Querem estar um ano ou dois nas empresas e depois seguirem para novos desafios. Querem ter a possibilidade de trabalhar remotamente, se possível de qualquer lugar do mundo. E se ouvimos, muitas vezes, de vários players, que é difícil o trabalho remoto na área dos eventos, também há espaço para as organizações se adaptarem e adoptarem uma visão mais moderna do mundo do trabalho. As novas gerações prezam a flexibilidade, liberdade e qualidade de vida e, na hora de decidir, vão optar pelas organizações que lhes oferecerem estes “recursos”. Para captar e manter, o setor também tem que ser capaz de pagar bem. Mas já estamos na fase de posicionar mais acima o destino, numa altura em que Portugal perde eventos para destinos como a Eslovénia ou a Roménia? Se aumentarmos o preço, será que os eventos deixam de vir? Foi uma questão discutida no debate e que ficou ainda em aberto.
Um tema em que os presentes concordaram foi a necessidade do mercado apostar na criação de conceitos de eventos que possam ser exportados internacionalmente. “Não se investe nisso” e os conteúdos turísticos, por si só, não são suficientes. “Os eventos são excelentes conteúdos” e só com estes conteúdos é possível aumentar preços. O grupo acredita na necessidade de criar uma agenda de eventos consistente e constante, que beneficie destino e respetivos players.
© Cláudia Coutinho de Sousa Redação
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