Eventos de videojogos têm de ser imersivos e inovadores

06-11-2019

O Moche XL Games World realiza-se de 14 a 17 de Novembro, na Altice Arena, e conta receber mais de 40 mil pessoas.

A indústria dos videojogos está em franco crescimento, e já desperta a atenção das mais variadas marcas. Pedro Silveira, organizador do Moche XL Games World analisa com a Event Point o setor e partilha os desafios de organizar um evento como este.

Como analisa a evolução da indústria dos videojogos em Portugal?

A indústria tem tido um crescimento bastante positivo em Portugal, sendo possível ver uma evolução natural no número e na maturidade das ligas competitivas e torneios. Tem existido também uma maior aposta nos jogadores profissionais e criadores de videojogos, alguns dos quais chegam a ganhar reconhecimento a nível internacional. Há 12 anos que acompanhamos a evolução do setor e Portugal tem vindo a tentar acompanhar os grandes mercados como a China ou os Estados Unidos da América, pelo que vemos, de forma natural, este crescimento.

Essa evolução foi acompanhada pelo aumento do número de eventos sobre a temática?

Sim, os eventos têm crescido gradualmente, acompanhando o crescente interesse do público por esta indústria, também ela em constante evolução. Com o maior interesse neste tema, surge a necessidade de acompanharmos as expetativas de um público cada vez mais atento e exigente. É neste sentido que nasce o Moche XL Games World, um novo conceito de evento de videojogos, que vai além da exposição, focando-se na imersão dos visitantes, e que pretende ir ao encontro do que as 40 mil pessoas que vamos receber procuram neste tipo de ambiente.

Que tipo de ingredientes tem que ter um evento sobre videojogos?

Acreditamos que os eventos de videojogos têm, acima de tudo, que ter as novidades do setor acompanhadas de uma forte componente experimental. Terem os lançamentos de grandes títulos, as competições de esports mais esperadas e uma grande diversidade de oferta para chegar a todo o tipo de público. Achamos que os eventos têm que ser imersivos, inovadores e dar às pessoas a possibilidade de “viverem” a experiência.

As marcas já percebem o potencial da indústria? Que tipo de marcas casam melhor com esta indústria?

A ligação óbvia a este tipo de evento são as marcas de tecnologia, mas, neste momento, está aberto a todas as marcas. Os videojogos não envolvem apenas o equipamento tecnológico de hardware e software, pelo que existem várias oportunidades de outras marcas alavancarem diferentes áreas de negócio. Marcas que queiram ter uma presença forte junto de um público jovem podem apostar neste setor.

Dão apoio às marcas em termos de aconselhamento sobre as ativações a fazerem durante o evento?

Sim, temos prestado esse aconselhamento e em alguns casos até desenvolvemos o conceito e ativação da área com o parceiro.

Partilhe connosco o que se pode esperar do Moche XL Games World.

Pode esperar-se um evento disruptivo, que pretende ser uma experiência imersiva a todo o tipo de público. Além da oferta ao público das maiores competições de esports, como a final de CS:GO. Vamos ter várias ativações promovidas pelos nossos parceiros, como a Federação Portuguesa de Futebol, a Worten, a Nintendo ou a PlayStation, que trazem novidades, lançamentos em primeira mão e experiências de jogos aos fãs. Teremos também uma área dedicada à educação, o Future World, com masterclasses e workshops para quem quer fazer carreira nesta indústria, o Indie X, que é o maior showcase de jogos de estúdios independentes em Portugal, a final dos PlayStation Talents, o concurso da marca de apoio ao desenvolvimento de videojogos independentes portugueses, bem como um salão de jogos dos anos 80 onde os pais e filhos podem desfrutar dos videojogos juntos. Por fim, teremos também inúmeros stands de experimentação para todo o público. A nossa ideia é reinventar a experiência do público e permitir uma viagem pelo mundo imaginário dos videojogos.

Quais são os principais desafios de pôr de pé um evento como este?

São muitos e diversificados, mas o principal é conseguir os apoios necessários que permitam viabilizar o projeto.

Recorreu a agências de eventos para este evento em particular?

Não, produção de eventos de videojogos é o core business da E2Tech, pelo que não recorremos a agências.

De que forma o evento vai ser diferenciador no panorama dos eventos da área?

O Moche XL Games World surgiu da necessidade de criar um evento imersivo para os espectadores, de fugir da tradicional experiência de videojogos e criar um evento que conseguisse trazer novidade para o público. O nosso objetivo é que, desde o momento de entrada no recinto, o público tenha uma experiência totalmente imersiva no mundo dos videojogos, sendo que esse será o nosso fator mais diferenciador.

 

Cláudia Coutinho de Sousa