IBTM 2021: Emoção do reencontro e preocupação com o futuro

03-12-2021

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Expositores nacionais ouvidos pela Event Point fazem balanço positivo do evento.

Foi num ambiente de emoções contraditórias que se realizou a IBTM World, em Barcelona, de 30 de novembro a 2 de dezembro. Embora mais pequena do que o habitual, a feira conseguiu atrair muitos expositores, sobretudo da Europa. Portugal participou na feira com cerca de 50 empresas/instituições.

Hugo Nabais, da PT Signature, participava pela primeira vez no stand de Portugal e estava satisfeito com a qualidade dos buyers, sublinhando que houve uma “boa pré-seleção” dos mesmos. Espanha, França e Reino Unido foram os mercados mais trabalhados. Os buyers, segundo o responsável, mantêm uma imagem positiva de Portugal, e sabem que somos um exemplo em relação à taxa de vacinação. Hugo Nabais lamenta, no entanto, que estes avanços e retrocessos, a grande incerteza que se vive, prejudiquem o turismo e o negócio. “Sinto-me pessimista em relação ao primeiro semestre de 2022”, declara Hugo Nabais, embora não acredite em novos confinamentos. “A loucura de setembro e outubro não vai acontecer”, remata.

Melissa Puebla, do Vila Vita Parc (Algarve), estava contente com as reuniões que tinha tido na feira. “Os buyers com quem me reuni eram bons, e estavam interessados. Com as dificuldades de viajar se não estivessem interessados ficavam em casa”. Estes vieram dos vários cantos da Europa, e têm em comum, segundo Melissa Puebla, “já terem visitado Portugal, e terem a vontade de conhecer outros destinos no país”. Setembro, outubro e novembro foram “meses muito bons”, inclusivamente outubro “foi mais forte do que agosto”, revela a responsável. Mas para 2022 o cenário é incerto. “Há duas semanas estava muito otimista para 2022”, confessa a International Business Development Manager do Vila Vita Parc, “acreditava que ainda íamos conseguir algum negócio last-minute, mas agora estou mais neutral, por causa de todas as notícias que têm saído”. A responsável sublinha que depois do Natal se terá uma visão mais clara do que aí vem, mas teme que o primeiro trimestre de 2022 seja difícil.

Vera Sycheva, da Liberty International, estava “muito feliz pela feira presencial, por ver clientes que não via há dois anos quase”. Os contactos estabelecidos “foram bons”, inclusivamente “alguns clientes chegaram mesmo com os grupos já definidos”, mas todos com alguma incerteza se os projetos vão mesmo acontecer. Os buyers que procuraram a Liberty International no stand de Portugal eram sobretudo da Europa, revela a Senior Project Manager. Questionada sobre 2022, Vera Sycheva diz-se “otimista”. “A vida vai continuar de qualquer maneira; as pessoas querem viajar, mas como vai acontecer tudo isto para a nossa indústria, não sei”, refere. A Liberty já teve vários negócios nos últimos três meses, e a responsável acredita que “a estrutura dos eventos vai mudar muito porque vai-se trabalhar no last-minute”, mas lembra que “há países que sempre trabalharam no last-minute, mas nós Europeus não, temos tudo com antecedência de um ano e precisamos de nos adaptar”.

“É um balanço muito positivo, considerando todas estas indefinições de futuro”, referiu Joaquim Pires, do Turismo de Portugal, enaltecendo a grande representação das empresas portuguesas na feira. O responsável destacou o cuidado e critério da organização na seleção dos buyers, dando conta de que recebeu muitos compradores de mercados não tradicionais, o que pode ser positivo. A imagem de Portugal junto a esta indústria mantém-se boa, e o sucesso da vacinação é um “factor de venda do país enquanto destino seguro”, numa altura em que a segurança é critério na hora de escolher o destino para um evento.

 


© Cláudia Coutinho de Sousa Redação